Diretor diocesano reúne com estrutura local e casais ligados aos movimentos e zonas pastorais da ouvidoria.
A ouvidoria da ilha Terceira escolheu esta segunda feira os cinco casais coordenadores da pastoral familiar na ilha em cada uma das zonas, o casal de ligação e os quatro representantes dos movimentos ligados à pastoral familiar- CPM´s Equipas de Nossa Senhora, Casais com Cristo e Movimento dos Cursilhos de Cristandade- numa reunião que decorreu no salão do Seminário Episcopal de Angra.
Além dos casais leigos estiveram nesta reunião o Diretor do Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral Familiar e Laicado, Cónego José Medeiros Constância; o ouvidor da ilha Terceira, Cónego António Henrique Pereira; o delegado da pastoral familiar na Terceira, Pe Júlio Rocha e ainda dois dos sacerdotes assistentes dos movimentos ligados à família, os cónegos Ricardo Henriques e Ângelo Valadão.
Além desta organização territorial, dando cumprimento às orientações de pastoral, delineadas pelo bispo diocesano, a reunião desta segunda feira serviu também para recolher e partilhar algumas da conclusões dadas ao inquérito feito pela Santa Sé, com vista à preparação da Assembleia Ordinária do Sínodo sobre a Família, que decorrerá em outubro, em Roma.
A metodologia de trabalho desenvolvida pela ouvidoria terceirense foi diferente da seguida noutros locais. Aqui, cada zona pastoral recebeu o desafio de responder apenas a um conjunto de questões e agora caberá aos responsáveis diocesanos na ilha a redação do contributo final que irá ser enviado para o Serviço Diocesano, encarregue por D. António de Sousa Braga de redigir o documento final, com a posição da diocese sobre as questões da família.
O primeiro leque de questões- da 1 à 6- foi entregue à Zona Periférica que respondeu ao diagnóstico sobre a situação da família; a segunda parte do questionário da pergunta 7 à 22 foi entregue às zonas Oeste e Ramo Grande, que se pronunciaram sobre olhar para Cristo, o Evangelho da família e a terceira parte do questionário, sobre as perspetivas pastorais futuras, que engloba questões relacionadas com os temas mais fraturantes como os recasados, os homossexuais e a paternidade responsável, da pergunta 23 à 46, foi entregue às zonas pastorais de Angra cidade e leste.
“Para já o balanço é muito positivo porque as pessoas responderam e trabalharam com empenho” disse ao Sítio Igreja Açores o ouvidor, Cónego António Henrique Pereira sublinhando o facto de neste trabalho “ter havido uma participação de casais jovens”.
O próximo passo é elaborar o documento síntese destes contributos o que deverá acontecer até à próxima semana, altura em que o serviço diocesano da Pastoral familiar irá redigir uma proposta de documento final que “traduzirá de forma sintética as posições reais da diocese”, acrescentou o responsável diocesano, Cónego José Medeiros Constância.
Além do contributo das 16 ouvidorias, o secretariado permanente do Serviço Diocesano terá em consideração os contributos do Seminário de Angra, de 10 casais de leigos e, ainda, dos institutos religiosos presentes na Diocese.
“A Igreja está a fazer um esforço muito sério para refletir com as famílias e na diocese temos de ser capazes de acompanhar este movimento” disse o Cónego José Medeiros Constância salientando que “tem de se dar protagonismo à família tornando-a sujeito da pastoral e não recetora de iniciativas que a igreja prepara para ela”.
Já o delegado do serviço diocesano, que é também o responsável de muitos dos movimentos ligados à Família a nível da diocese de Angra, Pe Júlio Rocha, salientou que neste Sínodo “muitas coisas estão em jogo” e embora as atenções estejam centradas em três questões “fraturantes sobre os quais se espera uma resposta concreta”, a verdade é que o problema da família “não se esgota nelas”.
“Os ataques à família são muitos e diversificados e quando um pai não tem pão para colocar na mesa dos filhos ou não tem uma habitação para os acolher isso é um problema grave”, disse.
O sacerdote fez, de resto uma espécie de “contextualização” de um excerto da Mensagem final do Sínodo sobre a Família, em outubro passado e que serviu de oração de partida para esta reunião, para lembrar a necessidade da família cultivar alguns valores essenciais como “a fortaleza”, a “união”, a “paz” e a “liberdade”.
“Nós hoje temos famílias feridas a quem temos de responder com misericórdia e isso não se faz com leis mas com encontro porque a igreja é feita de famílias regulares mas também das feridas”, rematou.
O documento final da Diocese de Angra de resposta ao Inquérito enviado pela Santa Sé estará concluído no próximo dia 28 de fevereiro.