Cristãos convidados a ter «amor à camisola» no encerramento do II Encontro Nacional de Leigos
Alexandra Viana Lopes, presidente da Confederação Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos (CNAL) afirmou que a reunião de mais de 800 pessoas para debater a “dignidade da pessoa humana” é um sinal da atenção às “urgências da vida”.
“800 ou 900 pessoas que se sentiram desafiadas a refletir sobre a dignidade humana e sobre serviço ao homem é um dado por si”, disse a coordenadora da CNAL no fim do II Encontro Nacional de Leigos (ENL), que decorreu este sábado no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.
Alexandra Viana Lopes considera que ligar centralidade do homem à necessidade de respostas a “cada uma das pessoas” e a “cada necessidade e urgência da vida” foi outra preocupação do II ENL, traduzida no debate, em seis painéis, de “bocados da vida de todas as pessoas, como a educação, a saúde ou ciência”.
“Existia e existe a menção que nos é proposta pela Igreja. Há um sentir comum de ‘Leigos de Portugal’, sim”, referiu Alexandra Viana Lopes.
D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, setor que inclui o apostolado dos leigos, desafiou os cristãos a terem “amor à camisola”.
“Como o mundo seria diferente se os cristãos tivessem amor à camisola. Como seria diferente, sem fanatismos, sem excessos”, disse o bispo de Portalegre-Castelo Branco na sessão de encerramento do II ENL.
“Estamos numa assembleia com um perfil de leigos, que não se sentem apenas protagonistas da evangelização, porque batizados, mas muitos pertencem ao que chamamos o apostolado organizado”, disse o presidente da Comissão Episcopal.
Para D. Antonino Dias, o “apostolado organizado é uma riqueza, mas será tanto mais quanto menos viver fechado e debruçado sobre si mesmo, o que implica formação, sentido de missão”.
“Os bispos estão ao vosso lado para que todos dêmos as mãos e sejamos capazes de construir um mundo melhor, colocando o homem no centro”, sustentou.
Para o bispo da diocese que acolheu o II ENL, D. António Francisco dos Santos, todos os batizados estão comprometidos, “em sentido pleno” na evangelização.
“A evangelização é de todos. Não é clerical nem laical. É eclesial. Levar a alegria do Evangelho pertence a todos”, disse o bispo do Porto.
D. António Francisco dos Santos referiu que “a Igreja de Portugal deve reconhecer a capacidade de mobilização e a lucidez de visão de compromisso de leigos no meio do mundo”
A CNAL, promotora do Encontro Nacional de Leigos, foi criada em 2011, tem por objetivo “fomentar o discernimento cristão das realidades contemporâneas e dos desafios da sua evangelização, através da promoção do conhecimento, da reflexão e da avaliação dos sinais dos tempos”, promover a comunhão entre os leigos e contribuir para uma “maior unidade de espírito e de ação”.
Em novembro de 2013 promoveu, em Coimbra, o 1º Encontro Nacional de Leigos, sobre o tema “Cultura do Encontro na Igreja e no Mundo contemporâneo”.
O II Encontro Nacional de Leigos, sobre tema “Recolocar o homem no centro da sociedade, do pensamento e da vida”, decorreu no Centro de Congressos da Alfândega do Porto e teve por conferencista principal o ensaísta francês Fabrice Hadjadj.
Em declarações aos jornalistas, Alexandra Viana Lopes, coordenadora da CNAL disse que a Conferência quer “Manter a periodicidade anual de encontros”.
CR/Ecclesia