Abertura da exposição conta com conferência do bispo de Angra
A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís Silva Ribeiro promove, entre os dias 2 de abril e 13 de setembro, a exposição “O Cabido Atlântico de Angra: fronteira da expansão da fé e da Coroa”, informa uma nota enviada ao Sítio Igreja Açores.
No âmbito da exposição, tem lugar a conferência “O Cabido ontem e hoje” que será proferida pelo bispo da diocese de Angra, D. Armando Esteves Domingues, pelas 18h30 do dia 2 de abril, no Auditório da Biblioteca.
“Os cabidos são dos órgãos da organização e administração da Igreja mais antigos, cujo modelo radica no fim da Idade Antiga e inícios da Alta Idade Média, quando os padres viviam em comunidade nas catedrais dos centros urbanos, formando colégios à volta dos bispos à semelhança dos cardeais com o Papa. A vida em comum, mesmo tendo desaparecido no século X, não apagou do clero das catedrais a obrigação de recitar o Ofício em comunidade”, refere a nota.
O Cabido da Sé de Angra, foi criado pelo Papa Paulo III na bula na fundação da Diocese de Angra, tendo sido reformulado em 2015, depois de 15 anos de inatividade.
Trata-se de um colégio de sacerdotes, ao serviço da Igreja diocesana e do seu bispo para o culto divino e para o ministério. É constituído por 12 capitulares: Cón. Adriano Borges, Cón. António Henrique Pereira (Tesoureiro), Cón. António Saldanha e Albuquerque, Cón. Gregório Rocha, Cón. Hélder Fonseca Mendes (Arcediago), Cón. Hélder Miranda Alexandre (Magistral), Cón. Jaime Silveira, Cón. João António Neves, Cón. João Maria Mendes (Deão), Cón. Manuel Carlos Alves, Cón. Manuel António dos Santos e Cón. Ricardo Henriques (Chantre). Há ainda 5 cónegos jubilados (com mais de 75 anos) e 1 honorário.
O Cabido da Sé foi restabelecido no dia 11 de fevereiro de 2015, com a tomada de posse dos novos cónegos, 15 anos após a sua desativação. Durante esse período o prelado diocesano, D. António Sousa Braga, não nomeou qualquer cónego, tendo promovido uma reformulação dos Estatutos, que permitiu entre outras coisas, a nomeação de cónegos capitulares residentes fora da ilha Terceira.
No novo estatuto, o Cabido que, até então tinha apenas a função litúrgica, retomou a função do Conselho de Ordens e Ministérios.
No decreto Episcopal, que retomou o Cabido Catedralício, D. António de Sousa Braga justificou o novo estatuto com uma “necessidade de o adaptar às circunstâncias atuais”, julgando “conveniente restabelecer um número razoável de membros do Cabido” atribuindo-lhes “as funções litúrgicas e demais competências previstas no direito canónico”.