D. Armando Esteves Domingues termina este domingo a visita pastoral à ilha e insiste na necessidade de se criarem novas “lideranças laicais”
A última celebração presidida por D. Armando Esteves Domingues no âmbito da sua visita pastoral a Santa Maria, que termina este domingo, ficou marcada por um apelo a “toda a ilha” para que se empenhe na conclusão das obras do Centro Pastoral, que há 20 anos está inoperacional.
“Daqui a pouco vamos ter o Conselho Pastoral. Que seja um compromisso não só da Igreja mas de toda a ilha acabar aquele Centro Pastoral. Agarrem esta missão. É preciso um local, uma casa, de formação, de retiros onde possam decorrer as atividades pastorais da ilha”, disse o bispo de Angra.
“Que fique como uma responsabilidade e uma prioridade de todos”, insistiu.
Depois de várias celebrações e de um contacto muito próximo com toda a realidade social, económica, cultural e religiosa, o bispo de Angra chega ao fim de uma visita de 10 dias à ilha de Gonçalo Velho, onde pôde tomar o pulso a esta igreja local da diocese, servida por dois sacerdotes que assistem cinco paróquias.
“A liderança laical também é precisa: gente que assuma o seu papel e chame outros para vir também” afirmou D. Armando Esteves Domingues que voltou a frisar, como tem feito ao longo do seu episcopado, particularmente durante as visitas pastorais já efetuadas, que a comunhão eclesial “é fundamental”.
“Todos somos importantes, cada um no seu ministério” lembrou o prelado. Por isso, a Igreja “é de todos e todos são convocados para participar na missão. Que ninguém venha dizer que não tem lugar”.
O bispo de Angra recordou que “a vida em Igreja é um treino e como numa família tem que caminhar junta”.
“Assumamos um estilo sinodal: na catequese, nas diferentes atividades pastorais. Aqui não há uns que sabem tudo e outros que se limitam a obedecer. Dai opinião, falai, escutai… Escutai o Espírito Santo e tragam a vossa opinião à Igreja. A sinodalidade ensina a trabalhar em equipa” disse ainda o prelado destacando que “fazemos todos parte desta bonita família”.
A celebração de hoje, que se seguiu a um momento de Lausperene na Igreja Matriz de Vila do Porto, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, foi ainda marcada pela presença do sacramento da Santa Unção aos doentes, que estiveram sempre na “primeira linha” desta visita pastoral não só os foram visitados nas suas habitações mas também os que se encontram institucionalizados na Santa Casa da Misericórdia e no Recolhimento de Santa Maria Madalena.
“Vim para conhecer pessoas- mais novas e mais velhas- e dar-me a conhecer. Saio daqui mais rico e com muito mais vontade de voltar para continuar conversas iniciadas para ver como se desenrolam os sonhos sonhados”, concluiu o bispo de Angra, que este domingo ainda teve tempo para visitar a Fraterna Ajuda Crista, uma instituição de cariz social, que tem tido um papel fundamental no apoio aos mais carenciados.
Neste 3º Domingo da Quaresma em que se celebra o Dia da Cáritas, foi uma oportunidade para o prelado diocesano ver que respostas existem na ilha de Santa Maria aos mais frágeis e excluídos da sociedade.
“Vivamos este ano jubilar da esperança centrando a esperança em Cristo e não deixando que ninguém fique sem esperança” disse ainda D. Armando Esteves Domingues, que esta noite terá ainda a reunião com o Conselho Pastoral da Ouvidoria.
“Estamos todos juntos e esta visita acentuou esta ideia de pertença: somos parte da diocese e todos contamos”, afirmou por seu lado o padre Carlos Espírito Santo.
“A sua presença, simples e próxima, como um de nós, foi muito importante. Volte sempre que quiser. Em meu nome e em nome do padre João, agradeço a todos quantos se envolveram nesta visita, na sua preparação, no acolhimento ao senhor Bispo, nas celebrações, a todas as pessoas que tornam viva esta nossa Igreja”, disse o ouvidor.