A Igreja celebra os 12 anos do pontificado do Papa Francisco

Em 13 de março de 2013, há 12 anos, o cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio foi eleito para a Cátedra de Pedro: primeiro Papa jesuíta e latino-americano, e eleito após a renúncia do seu antecessor

Foto: Vatican News

Com 88 anos de idade e uma saúde fragilizada por doença crónica do foro respiratório, que o conduziu ao mais longo internamento hospitalar desde que é Papa, Francisco há de ficar na história como o Pontifície que relançou a Igreja Católica no mundo concreto das pessoas, oferecendo através do seu estilo simples e misericordioso, ao jeito de Jesus, uma nova e derradeira oportunidade para uma reconciliação ou até uma sintonização entre a fé e os homens.

Habituado a viver e a ler a Igreja a partir de uma periferia, pelo menos geográfica, Francisco tem feito do seu pontificado uma constante chamada de atenção para as diferentes periferias: as geográficas, desde logo, fazendo cardeais bispos que vêm de latitudes improváveis, muitas delas onde os cristãos nem são maioritários; as existenciais e humanas, com particular destaque para a atenção que tem dado aos excluídos e aos pobres. Em gestos, em palavras e em presença. A começar pela escolha do seu nome.

“Na eleição, tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo, Dom Cláudio Hummes, que recebera o cardinalato na mesma data, em 21 de fevereiro de 2001. Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a transquilizar-me. E quando os votos chegaram a 2/3, aconteceu o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o Papa. Abraçou-me e disse: ‘Não te  esqueças dos pobres’. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei-me de São Francisco de Assis”, revelou o Papa já algumas vezes para sublinhar esta marca identitária do seu pontificado: uma igreja pobre, atenta aos mais pobres, em saída, que não se importa de sujar as mãos para ir ao encontro dos mais frágeis, retomando assim a frescura original do Evangelho, onde “todos, todos, todos”, têm lugar. Nesta Igreja, semelhante a um hospital de campanha, como tantas vezes designou, Francisco apela “à revolução da ternura e ao milagre da delicadeza”. Mas no meio destas intenções registaram-se avanços e recuos; resistências e omissões, que nas contas finais deste pontificado só poderão ser ignoradas pelo carácter profético da maior parte das suas intervenções, muitas delas à frente da instituição marcada por uma pluralidade de realidades com ritmos e circunstâncias diversas. Não sendo fácil a tarefa fica, aqui o realce do que mais marcou este pontificado do primeiro Papa que o Espírito Santo foi buscar “ao outro lado do mundo”.

Missas diárias na Casa Santa Marta

O Papa Francisco começou o seu pontificado marcando pela novidade. Uma delas foi a de celebrar missas diárias na Casa de Santa Marta, onde decidiu morar, deixando o apartamento do palácio Apostólico. Como o próprio justifica na sua autobiografia: estava habituado a viver uma vida comunitária, com o contacto com as pessoas e sem ele não consegue viver. Talvez a tradução máxima desta evidência seja o contraste facilmente perceptível quando preside a uma celebração e quando ela acaba e se movimenta junto do Povo de Deus. São duas faces de um mesmo pastor que gosta de cheirar às ovelhas que lidera.

 

“Evangelii gaudium” (A Alegria do Evangelho), o texto programático do pontificado

No mesmo ano da sua eleição, Francisco surpreendeu com a publicação de uma Exortação Apostólica “Evangelii gaudium”: o primeiro “texto programático” do seu pontificado. No documento, o Santo Padre exorta a uma “nova evangelização”, caracterizada pela alegria do regresso ao Evangelho, bem como à reforma das estruturas eclesiais. Apelou a uma Igreja Simples e pobre atenta aos pobres.

“Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”

 

As Migrações

A primeira viagem como pontífice deu-se em 8 de julho de 2013, à ilha italiana de Lampedusa, onde chegavam todos os migrantes de diferentes latitudes e aí acendeu o primeiro semáforo sobre o drama global das migrações, tema que tem atravessado todo o seu pontificado. Três anos depois foi a Lesbos, na Grécia, outro porto de desesperados, e trouxe consigo 12 refugiados sírios. Tem pedido sistemática e reiteradamente que o Mar Mediterrâneo não seja um novo cemitério de humanos.

 

Um Papa com um Conselho de cardeais

Ainda em 2013, o Papa instituiu um “Conselho de cardeais” para estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica “Pastor bonus”, sobre a Cúria Romana, que remontava ao ano de 1988. Não o quis fazer sozinho e todas as reformas que propõe são acompanhas de estudos e secundadas pela opinião de outros. No Natal de 2014, dirigindo-se aos colaboradores da Cúria Romana, Francisco acendia lanternas vermelhas identificando 15 doenças que afetavam a Igreja e a Cúria romana, como o “alzheimer espiritual”, o “sentimento de imortalidade”, “a mundanidade”, “o exibicionismo” ou “a vaidade”.

O Papa Francisco emanou no dia 19 de março de 2022 a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, que contém o plano para uma reforma orgânica da Cúria Romana, ou seja, de todas as estruturas administrativas da Igreja católica, com o objetivo de apoiar e renovar a sua dimensão espiritual.

A família

Foi, juntamente com os jovens, o foco central da pastoral do Papa Francisco, que em 2014, lhe dedicou um Sínodo extraordinário. Para o Pontífice, a sociedade individualista contemporânea agride duramente a família, colocando em risco os direitos dos filhos e dos pais, sobretudo no âmbito da educação moral e religiosa.  Francisco convoca um sínodo para pensar a família a partir das famílias e convida-as a serem parte integrante da discussão. O tema da família teve seu ápice na Exortação Apostólica “Amoris Laetitia“, publicada a 8 de abril de 2016, na qual Francisco destacou a importância e a beleza da família, com base no matrimónio indissolúvel entre o homem e a mulher; o documento trata, com realismo, das fragilidades de algumas pessoas, que se divorciam e casam de novo, incentivando os pastores ao discernimento e ao acompanhamento de todos. Acima do cânone, está a misericórdia.

 

Abuso de Menores e de pessoas vulneráveis

Em  2014, diante da devastadora realidade dos abusos de menores praticados por membros da Igreja em diversos países,  e relatados na imprensa, Francisco cria a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que tem o objetivo de propor iniciativas sobre “a promoção e a responsabilidade das Igrejas particulares em relação à proteção de todos os menores e adultos vulneráveis”. Começava o tempo da “tolerância zero” para os prevaricadores e com estas medidas caíram alguns elementos proeminentes da Igreja, incluindo o cardeal Pell, conselheiro direto do Papa que se viu a braços com uma detenção na Austrália.  Foi levada a cabo uma cimeira para a Proteção de Menores, com especialistas de todo o mundo e em 2020 publicado o “vade-mécum” lançado para ajudar os bispos e responsáveis de institutos religiosos no tratamento de denúncias de abusos sexuais de menores. Antes, Francisco tinha publicado o motu próprio Vos estis lux mundi”, que obrigava os clérigos e religiosos a denunciar os abusos.

 

“«Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele» (1 Co 12,26). Estas palavras de São Paulo ressoam com força no meu coração ao verificar, uma vez mais, o sofrimento vivido por muitos menores por causa de abusos sexuais, abusos de poder e abusos de consciência cometidos por um elevado número de clérigos e pessoas consagradas. Um crime que gera profundas feridas de dor e impotência, em primeiro lugar nas vítimas, mas também nas suas famílias e na comunidade inteira, tanto entre os crentes como entre os não-crentes. Olhando para o passado, nunca será suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado. Olhando para o futuro, será sempre pouco tudo o que for feito para gerar uma cultura capaz de fazer que essas situações não só não aconteçam, mas que não encontrem espaços para serem ocultadas e perpetuadas. A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor; por isso é preciso reafirmar o nosso compromisso de garantir a protecção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade.” (Carta do Papa Francisco ao Povo de Deus sobre abusos, agosto de 2018)

 

Diplomacia

Sobre a ação diplomática, o ano de 2014 foi caracterizado por duas grandes iniciativas do Papa Francisco: primeiro, a “Invocação pela Paz” na Terra Santa, em 8 de junho, nos Jardins do Vaticano, junto com os presidentes de Israel, Shimon Peres, e o da Palestina, Mahmoud Abbas; segundo, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba.

Em 2018, no campo diplomático, deu-se o Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China, assinado em Pequim, em 22 de setembro, sobre a nomeação dos bispos.

Foto: Agência Ecclesia/MC

Salvaguarda da Criação

O ano 2015 foi dedicado à “salvaguarda da criação”: em 24 de maio, Francisco assinou a Encíclica “Laudato sì” sobre o cuidado da Casa Comum, cujo ponto central foi a ecologia integral, em que a preocupação com a natureza, a equidade com os pobres e o compromisso da sociedade são inseparáveis. Por isso, o Pontífice instituiu o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, de cunho ecuménico, que se celebra todos os anos no dia 1 de setembro.

Para marcar os cinco anos da encíclica Laudato si’, o Papa Francisco lançou a iniciativa de um pacto global na área da educação, que seria realizado no dia 14 de maio de 2020, no Vaticano.

A pandemia da Covid-19 fez adiar a sua prossecução, mas o Santo Padre relançou o projeto em outubro do mesmo ano: “Queremos empenhar-nos corajosamente a dar vida a um projeto educativo, investindo as nossas melhores energias e iniciando também processos criativos e transformadores em colaboração com a sociedade civil”.

Jubileu Extraordinário da Misericórdia

O fio condutor do pontificado de Francisco, em 2016, foi, sem dúvida, a “misericórdia”, com proclamação do “Jubileu extraordinário da Misericórdia”, que se concretizou com as preocupações com os últimos, os mais pobres.

Foi um Jubileu de ampla extensão, que deu a possibilidade de abrir uma “Porta Santa” em todas as igrejas do mundo e antes de abrir a Porta da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco abriu outra, muito simbólica: a Porta da Catedral de Bangui, na República Centro-Africana, durante a sua viagem apostólica, em novembro de 2015.

Haveria de convocar o Ano Santo da Esperança, Jubileu ordinário da Igreja que se assinala de 25 em 25 anos. Só se abriram Portas santas nas Basílicas papais em Roma; excepção feita à porta Santa da Prisão de Rebbibia. Uma vez mais, Francisco a fazer diferente e a devolver a atenção aos últimos e excluídos da sociedade.

“Comove-nos a atitude de Jesus: não escutamos palavras de desprezo, não escutamos palavras de condenação, apenas palavras de amor, de misericórdia, que convidam à conversão”. (Primeiro Angelus do Papa Francisco, Praça de São Pedro,domingo, 17 de março de 2013)

 

Foto: Vatican News

Declaração conjunta

Em 2016, aconteceu outro evento inédito: em 12 de fevereiro, o Pontífice encontrou-se em Cuba com o Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia, Kirill. Ambos os líderes religiosos assinaram uma declaração conjunta, com a qual se comprometeram em responder aos desafios do mundo contemporâneo, inclusive o fim da perseguição aos cristãos e das guerras, promover o diálogo inter-religioso, ajudar os migrantes e refugiados e proteger a vida e a família.

Foto: Lusa

Dia Mundial dos Pobres

O ano 2017 foi caracterizado pela celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres: um acontecimento que deveria ser – segundo o Papa – uma advertência de que “a presença de Jesus se manifesta” sobretudo nos pobres: “eles abrem o caminho para o céu e são o nosso passaporte para o céu”.

 

Sínodo sobre os Jovens

Em 2018, o Papa realizou o Sínodo sobre os Jovens – Uma Igreja com os jovens e pelos jovens- que teve como lema : “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Este apelo tornou-se bem mais forte com a Exortação apostólica pós-sinodal “Christus vivit”, em 2019.

Foto: Vatican News

Fraternidade, paz e unidade dos cristãos

Em 2019, aconteceram três grandes eventos: primeiro, a assinatura do documento “Fraternidade humana pela paz mundial e a convivência comum”, assinado pelo Papa Francisco e pelo Grão Imame de Al-Azhar, Ahamad al-Tayyeb, em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro.

O segundo evento foi a realização de um retiro espiritual, no Vaticano, para os líderes civis e eclesiásticos do Sul do Sudão. O encontro espiritual deu-se em abril e concluiu-se com um ato impressionante: Francisco ajoelhou-se e beijou os pés do presidente e vice-presidente da República do Sudão do Sul para “implorar o fim definitivo da guerra” no jovem país africano.

O terceiro foi em vista à unidade dos cristãos: no dia 29 de junho, Francisco doou alguns fragmentos das relíquias de São Pedro a uma delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla.

Economia de Francisco

Também em 2019, o Papa Francisco convidou os jovens do mundo inteiro para juntos discutirem uma proposta de economia sustentável para o planeta, o que ficou denominado de “Economia de Francisco”. A pandemia atrasou os planos, mas o evento em âmbito global foi realizado em Assis, no mês de setembro 2022, com a presença do Papa e cerca de mil jovens economistas e empresários de mais de 120 países de todo o mundo.

Oração em plena pandemia

Em 2020, o ano e a fase mais crítica da pandemia da Covid-19, o Papa Francisco permaneceu ao lado dos fiéis mediante o poder da oração constante. No dia 27 de março, diante da Basílica Vaticana, com a Praça São Pedro deserta e chuvosa, o Pontífice presidiu sozinho à bênção extraordinária “Urbi et Orbi” para o mundo inteiro.

“Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos, todos”, disse, na homilia que proferiu durante a celebração, no adro da Basílica de São Pedro.

Numa celebração com transmissão televisiva e online para todo o mundo, Francisco começou por rezar pela humanidade, numa “dolorosa condição”, antes de refletir sobre a passagem do Evangelho em que Jesus dorme, enquanto uma tempestade assola o barco onde vai, com os discípulos.

“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades”, sustentou.

Foto: Vatican News

Querida Amazónia

Em fevereiro de 2020, foi publicada a quinta Exortação Apostólica intitulada “Querida Amazónia”, que reúne os frutos do Sínodo Especial sobre esta zona do Planeta, fortemente ameaçada pelas mãos e ganância do homem, com custos para os povos indígenas.

 

Encíclica “Todos Irmãos”

Em outubro de 2020, foi a vez da terceira Encíclica, “Todos Irmãos“, que apela à fraternidade universal e à amizade social, reiterando o “não” decisivo às guerras, para a construção de um mundo melhor, com o esforço de todos. É uma das três grandes encíclicas do Papa. Porventura a mais política de todas. Enquanto não nos tornarmos e considerarmos todos irmãos, o mundo não terá paz.

 

Enciclica amou-nos

Dilexit Nos” é a mais recente encíclica do Papa, uma espécie de testamento espiritual de Francisco. O papa Argentino convida-nos a regressar ao centro, ao coração, ao coração de Jesus como sendo a única forma de alcançarmos a paz.

 

Cartas

O Papa Francisco escreveu mais de 420 cartas/mensagens e publicou 91 cartas apostólicas, a maioria sob a forma de “motu próprio”.

Proferiu milhares de homilias e discursos, sobretudo diante dos concidadãos e dos poderes políticos dos estados visitados.  Nas Homilias preferiu sempre falar de temas de atualidade, procurando seguir o conselho de monsenhor Enrique Angelelli, de quem fala na sua Autobiografia, “um ouvido para escutar a Palavra de Deus e um ouvido para escutar o povo”. As suas homilias refletem sempre essa preocupação, seja as proferidas na Casa de Santa Marta, quase diariamente, seja nas grandes celebrações na Basílica de São Pedro.

 

Foto: Agência Ecclesia
Foto: Vatican News

Viagens apostólicas

O papa Francisco é a seguir a João Paulo II o que mais viagens apostólicas fez. Duas delas a Portugal: por ocasião do centenário das Aparições de Fátima, em maio de 2017 e na Jornada Mundial da juventude de Lisboa, em 2023.

Esteve no Brasil, Israel, Jordânia, Palestina, Coreia do Sul, Albânia, França, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Bósnia, Bolívia, Equador, Paraguai, Cuba, Estados Unidos, Quénia, Uganda, republica Centro Africana, México, Grécia, Arménia, Polónia, Géorgia, Azerbaijão, Suécia, Egipto, Myaanmar, Bangladesh, Chile, Peru, Suíça, Irlanda, Lituânia, Letónia e Estónia, Panamá. Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária. Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Ilhas Maurícias, Japão, Tailândia, Iraque, Hungria, Eslováquia, Chipre, Malta, Canadá, Cazaquistão, Bahrein, Republica Democrática do Congo, Sudão do Sul, Mongólia, Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura, Luxemburgo, Bélgica e tem uma viagem agendada para este ano à Turquia para assinalar os 1700 anos do Concílio Ecuménico de Niceia. Alguns destes países visitou mais do que uma vez.

Fez mais cerca de 40 viagens no interior de Itália.

 

Foto: Vatican News

Sínodo da Sinodalidade

No dia 10 de outubro de 2021, o Pontífice presidiu na Basílica Vaticana a missa de inauguração dos caminhos do Sínodo sobre a Sinodalidade, cujos trabalhos  em forma de assembleia terminaram no passado mês de outubro. É a revolução mais silenciosa mas mais pragmática proposta por Francisco para sintonizar a Igreja com o tempo atual: perceber como nos vemos, como somos vistos e o que precisamos de fazer para nos sintonizarmos com o mundo em que vivemos conciliando a tradição com o hoje da vida dos cristãos. O Sínodo não acabou e será a revolução mais silenciosa de Francisco.

 

Consagração da Humanidade ao Imaculado Coração de Maria

As guerras têm estado na primeira linha das preocupações do Papa. Em várias latitudes. Desde a expressão  “terceira guerra mundial em episódios” até “à destruição da humanidade”, o Papa tem sido uma voz permanente a apelar á paz, ao cessar fogo e ao direito dos povos á sua autodeterminação, criticando “a ambição destruidora”, a “ganãncia de uns quantos” e a “supremacia dos países mais ricos sobre os mais pobres”.

Por ocasião da guerra na Ucrânia, o Santo Padre realizou na Basílica de São Pedro, no dia 25 de março de 2022 – que foi estendido a todas as dioceses do mundo –, a celebração de penitência e o ato solene de Consagração da Humanidade, particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria. Também decretou várias jornadas de oração  pelo fim do conflito na Palestina.

Foto: Vatican News/Rádio Renascença

 Consistórios para a criação de novos cardeais

Convocou oito Consistórios e criou 121 cardeais, sendo 95 eleitores e 26 acima de 80 anos já sem direito a voto.

Convocação de Anos Especiais

Convocou três anos santos:

Vida Consagrada (2015-2016) – com o objetivo de fazer memória, com gratidão; viver o presente, com paixão; e abraçar o futuro, com esperança
Ano de São José (2020-2021) – proclamado no dia 8 de dezembro de 2020 com a publicação da carta apostólica “Patris corde” (coração de pai), no aniversário de 150 do pai putativo de Jesus como padroeiro da Igreja.

Ano da Família “Amoris Laetitia” (2021-2022) – em comemoração aos dois Sínodos sobre a Família

Ano da Oração (2024)

Foto: Logo do Jubileu da Esperança_Vaticano

Dias ou eventos especiais

2014 – “24 horas para o Senhor” – a ser realizado na sexta-feira e no sábado que antecede o quarto domingo da Quaresma, para facilitar que os fiéis participem do Sacramento da Reconciliação

2015 – Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação – de cunho ecumênico, que se celebra, todos os anos, no dia 1° de setembro, instituído com o lançamento da Encíclica “Laudato si’, no dia 24 de maio de 2015.

2016 – Dia Mundial dos Pobres – como sinal concreto do Ano Santo da Misericórdia, a ser celebrado no 33º Domingo do Tempo Comum

2019 – Domingo da Palavra de Deus – no 3º Domingo do Tempo Comum. A celebração foi estabelecida pelo Motu Proprio “Aperuit illis”, de 30 de setembro de 2019, por ocasião dos 1.600 anos da morte de São Jerônimo, tradutor da Bíblia, que afirmou: “A ignorância das Escrituras é a ignorância de Cristo”.

2021 – Dia Mundial dos Avós e dos Idosos – a ser comemorado no quarto domingo de julho, próximo à festa de Sant’Ana e São Joaquim (26 de julho), avós de Jesus e protetores de todos os avós.

(Com Vatican News/Agência Eccleia/ACI Digital)

 

 

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