Com cerca de 30 anos, este centro é um dos “pulmões” de uma freguesia cada vez mais envelhecida
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A próxima semana pode ser determinante para o Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Luz que luta por uma ampliação das suas valências, ambicionando a criação de um Centro de Dia que dê uma atenção mais profissional aos mais vulneráveis.
Com 30 anos de existência e uma história de auxílio aos mais desfavorecidos, o Centro, cuja atual direção tem dois anos, possui já um centro de convívio de idosos, um ATL para 24 crianças e um Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica. Mas agora, luta também pela criação de um Centro de Dia que dê uma resposta a um dos problemas mais emergentes da freguesia que é o envelhecimento da sua população. Há pelo menos dois anos que lutam por este projeto que já está desenhado no papel mas que aguarda luz verde das autoridades governamentais, que esta semana visitam a ilha em mais uma visita estatutária do governo açoriano.
O projeto passa por uma requalificação do atual edifício, aproveitando também para expandir algumas valências para uma área que foi doada á Igreja, que é proprietária deste Centro.
Atualmente, este centro social e paroquial possui uma quinta biológica onde os beneficiários do rendimento Social de Inserção e jovens desempregados trabalham de forma regular em horticultura, árvores de frutio diversificadas, sendo os produtos escoados para as duas misericórdias da ilha.
O centro Social e Paroquial alberga ainda nos seus espaços a Universidade Sénior que conta atualmente com 22 estudantes, que diariamente ali recebem aulas de História, Trabalhos Manuais, Ginástica e saúde, mantendo os idosos ativos. A Universidade Sénior tem quatro anos e agora está mais circunscritas aos luzenses embora no início tenha contado com a participação de graciosenses de outras localidades.
Este sábado, o bispo de Angra visitou as instalações e no final de um almoço com a comunidade, destacou a dimensão social deste equipamento da Igreja que não vira as costas aos mais frágeis.
“O nosso lema é sempre nunca deixar ninguém para trás”, afirmou D. Armando Esteves Domingues.
“Precisamos de apostar na formação para melhor podermos servir. A nossa força vem da catequese; o cristão não é apenas uma boa pessoa; é uma boa pessoa porque assenta toda a sua ação em Jesus Cristo e no seu Evangelho”, disse o prelado depois de terá firmado que “se sentia em casa, em família”.
“O nosso distintivo é essa âncora que é Jesus Cristo; é com Ele que se formam homens e mulheres novos. E estes homens novos são formados para transformar o mundo” disse ainda o bispo de Angra.
“Tudo depende de cada um de nós. Não deixo de ficar angustiado quando sou interpelado sobre o número de padres. Mas tudo depende de cada um dos cristãos batizados: se estivermos de braços cruzados, a Igreja ficará bem pior; se nós nos formarmos e aprofundarmos os nossos conhecimentos, vivermos o sacramento da eucaristia então cresceremos e floresceremos” disse D. Armando Esteves Domingues.
“Os sacramentos são importantes mas temos de criar e formar discípulos. Eu vim à Graciosa para animar cada um na fé, que nos acompanha independentemente da idade”, concluiu.
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Antes o presidente da direção do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Luz, Fernando Mesquita, já tinha salientado que “vontade e paciência não têm faltado” mas é preciso dar “um salto qualitativo” na missão desta estrutura da Igreja para melhor servir a população.
Destacando os vários projetos e valências da instituição recordou que agora é tempo de se tomarem outras decisões com vista a “um melhor” serviço.
Também o presidente da Junta de Freguesia, Jorge Ortins Lobão, afirmou que a freguesia de Nossa Senhora da Luz tem história na afirmação da fé do povo graciosense, uma fé que não se manifesta apenas nos momentos de oração mas que se traduz “na forma como lidamos com os outros, sobretudo os mais frágeis”.
“Este centro tem sido um farol de esperança para a comunidade”.
“Esta visita pastoral tem de ser um tempo de reflexão mas também de compromisso, que não se pode esgotar no templo mas deve traduzir-se em verdadeira caridade, olhando para o irmão e ver quem sofre”.
A passagem pelo Centro Social e Paroquial da Luz foi um dos momentos altos desta visita pastoral, onde o prelado diocesano pôde estar com algumas das forças vivas da ilha, nomeadamente com agentes culturais, romeiros e jovens.