D. Armando Esteves Domingues presidiu ao encerramento da peregrinação Jubilar dos Catequistas na ilha Terceira: “Ser catequista é uma vocação, não um trabalho”
O bispo de Angra desafiou esta tarde os catequistas açorianos a serem e a fazerem “discípulos e missionários”, pedindo-lhes que deixem sempre o “coração das crianças falar” na catequese, para que se tornem “sujeitos ativos” da evangelização.
“A catequese deve fazer de todos discípulos e missionários. Todos, também as crianças, se devem tornar sujeitos ativos da Evangelização” afirmou D. Armando Esteves Domingues na homilia da Missa que encerrou o Jubileu dos Catequistas na ilha Terceira, que se realizou este domingo na ilha Terceira, reunindo catequistas das ouvidorias de Angra e da Praia.
O pedido do prelado foi feito a partir da leitura de um excerto de uma carta escrita no Dia Mundial da Criança ao Papa Francisco, por uma série de crianças, na qual refletiam sobre a falta de paz no mundo, a poluição e as desigualdades entre os povos.
“Quão útil seria para a Igreja se as nossas catequeses estivessem baseadas no deixar experimentar a presença de Cristo, na vida, que age e opera na nossa salvação, permitindo-nos experimentar a beleza da vida de comunhão” disse o prelado, desafiando os catequistas a serem testemunhas vivas do Evangelho.
“A catequese é a comunicação de uma experiência e o testemunho de uma fé que acende corações, porque introduz o desejo de encontrar Cristo. É necessário que o catequista entenda, então, o grande desafio que está perante si acerca da forma de educar a fé, em primeiro lugar, daqueles que têm uma identidade cristã fraca e, portanto, necessidade de proximidade, carinho, paciência e amizade” disse o bispo de Angra.
A partir da liturgia proclamada, D. Armando Esteves Domingues refletiu sobre o ministério do catequista, lembrando a “multidão de evangelizadores” cuja missão principal é levar as crianças e os jovens ao encontro de Jesus.
“Façam com que Jesus entre na barca de todos”, disse o prelado .
“Rezemos com a fé dos profetas e dos apóstolos, a fé da Igreja, para que a vossa vocação de ser catequista assuma sempre e cada vez mais uma forma de serviço que nasce da comunidade cristã e que precisa ser reconhecido como um verdadeiro e genuíno ministério da Igreja, do qual temos particular necessidade. Ser catequista é uma vocação, não um trabalho”, disse ainda, mesmo quando a tarefa “é difícil”.
“Deus não quer um navio de cruzeiro. Uma pobre barca `escangalhada´ é suficiente para Ele, desde que O acolhamos. Isto sim, acolhê-Lo; não importa em que barca, acolhê-Lo. Basta pôr à Sua disposição o pouco que temos. Somos peregrinos da esperança!” terminou, depois de ter feito uma alusão ao logotipo do Jubileu, uma barca com várias pessoas, diferentes, mas agarradas à mesma âncora que é Cristo.
“A cruz que foi instrumento do amor e missão de cristo é também âncora da salvação, sinal da nossa esperança”, disse.
Durante a tarde, na Igreja da Misericórdia, cada uma das zonas pastorais da ouvidoria de Angra e a ouvidoria da Praia participou no Jubileu dos Catequistas, dinamizando cinco passagens escolhidas do evangelho de Lucas que refere a esperança.
A ideia do Serviço Diocesano da Evangelização, Catequese e Missão procurou envolver todos os catequistas da ilha numa celebração jubilar que teve uma primeira dinâmica mais formativa. Entre a representação cénica, a música e a leitura do Evangelho, foram várias as formas escolhidas pelos catequistas da ilha Terceira para celebrarem o seu jubileu a partir de Lucas.
As passagens bíblicas escolhidas foram: Deus envia-nos o Seu Filho (Lc 1,26-38) ; Jesus anuncia a boa-nova (Lc 4,14-30); Jesus escolhe os improváveis (Lc5, 27-32) ;Deus acolhe os Seus filhos (Lc 15,11-32) e Jesus caminha connosco (Lc 24,13-35), todas trabalhadas a partir da ideia “Cristo, a nossa esperança”.
(Com P. Ricardo Henriques)
Misericordia de Angra acolhe dinâmicas da catequese para celebrar o Jubileu dos Catequistas