“Foi muito bom e vivemos uma semana muito forte”, refere Fátima Ponte, uma das catequistas mais antigas das Capelas, São Miguel
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O Serviço Diocesano da Evangelização, Catequese e Missão celebrou este sábado, em São Miguel na paróquia do Livramento , o Dia do Catequista, reunindo cerca de 70 catequistas, encerrando assim uma semana de formação e informação sobre o itinerário da catequese e os desafios que se colocam hoje ao catequista, a partir da ótica do discípulado.
“Todos nós temos a nobre missão de sermos catequistas e, por isso, levarmos Jesus ao mundo, levarmos o Seu amor a todos os que estão à nossa volta” dizia o padre Carlos Simas, responsável pela Catequese na ilha, durante o momento de Adoração, celebrado na Igreja do Livramento, que fez parte do programa, depois de uma catequese mistagógica durante a manhã. O dia, que termina com a celebração da Eucaristia, conta ainda com uma conferência “A Esperança não engana”, título da Bula promulgada pelo Papa Francisco na proclamação deste Ano Santo Jubilar da Igreja.
“Senhor eu creio mas aumenta a minha fé ; Senhor eu espero-te mas aumenta a minha esperança; Senhor eu amo-te mas aumenta o meu amor” prosseguia em adoração o padre Carlos Simas, intercalado com testemunhos de catequistas sobre este “amor eucarístico” a Jesus como uma alavanca essencial para o testemunho de um catequista.
“A alma e coração unidos a Ti para Te amar, para te reparar , numa união de coração de amor e de amizade… Levar-te para a vida sempre” lia Floriana Fidalgo, catequista da Covoada.
“A catequese é uma caminhada e as crianças, sobretudo hoje, gostam muito de coisas palpáveis e fazem muitas perguntas e nós temos de estar preparadas para elas. Por exemplo, se lhes falarmos do reino de Deus, sem lhes pedir para concretizar, elas não compreendem, mas se lhes mostrarmos que a Paz é o reino de Deus, a justiça, a harmonia e a amizade são elementos do reino de Deus, facilmente percebem que Jesus está sempre presente nas suas vidas. Hoje, a catequese tem que passar por uma certa desmistificação” refere Fátima Ponte, catequista há muitos anos, tantos que já perdeu a conta.
“Sei que já celebrei as bodas de prata há muito, muito tempo” refere esta catequista das Capelas para quem a `família´ é a chave do sucesso de uma catequese bem feita.
“Sem a família não fazemos nada; com a família podemos fazer tudo, mesmo quando há obstáculos e dificuldades”, afirma.
A “interação, com as crianças, os jovens e as suas famílias é fundamental” corrobora Zélia Travassos, catequista nas Sete Cidades.
“Temos de acolher, estar disponíveis para os ouvir e mostrar que ali é espaço de todas as partilhas” refere a professora aposentada que lamenta “alguma despreocupação progressiva dos pais, à medida que as crianças vão crescendo em idade”.
“A catequese é o pilar da nossa vida: de catequistas e de pessoas em crescimento. É na catequese que aprendemos valores e é a partir da catequese que podemos anunciar Jesus” refere , por seu lado, Daniela Aguiar, catequista na Fajã de Cima.
“Este bichinho começou com o exemplo da minha catequista e quando chegou a altura de se colocar a questão, depois do Crisma, decidi que também tinha de transmitir aos outros o que me ia no coração: anunciar a Palavra tal como me tinha sido anunciada”, diz a catequista da paróquia de Nossa Senhora da Oliveira que faz catequese a crianças de segundo e do quinto ano.
“As dinâmicas são muito importantes. Já ninguém fica quieto a ver um filme ou a tomar notas. Há uma grande dificuldade das crianças se concentrarem e se fixarem se não as pusermos em movimento. Temos de nos preparar mais e tudo tem que ser muito criativo, dando-lhes espaços para eles adequarem e concretizarem a Palavra a partir das referências do quotidiano”, refere.
Graça Garcia começou a ser catequista quando um dia a catequista das filhas a desafiou, depois de a ver sentada no carro à espera que acabasse a catequese e as poder levar para casa de novo.
“É preciso explicar à família que a catequese não é para cumprir uma tradição mas é uma formação para a vida” diz a catequista da Fajã de Cima, em Ponta Delgada.
“Quantos dias preparamos uma sessão e chegamos lá e não avançamos nada porque foi preciso escutar, acolher e mostrar que ali a criança, o jovem, o adolescente pode partilhar tudo. O mais importante é que no espaço da catequese a criança se sinta acolhida”, conclui.
O Jubileu dos catequistas será no dia 22 de fevereiro, com uma peregrinação até à Igreja Jubilar, no Santuário do Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada.
Esta semana foi particularmente intensa para os catequista da ilha de São Miguel que até ontem frequentaram uma formação centrada nos novos materiais, na forma de ser catequista, no itinerário de fé de um catequista e na missão do catequista.