Dinâmica sinodal “pode e deve mudar as comunidades” – D. José Ornelas

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu hoje em Fátima que a sinodalidade seja “implementada em toda a Igreja”, falando num encontro nacional com 300 participantes das várias dioceses.

“Este documento pode e deve mudar as nossas comunidades, mudar a vida da nossa Igreja em Portugal e no mundo”, referiu D. José Ornelas, na abertura dos trabalhos, que decorrem no Centro Pastoral Paulo VI.

O bispo de Leiria-Fátima assumiu o objetivo de transformação das comunidades católicas, a partir das indicações que resultaram do Sínodo 2021-2024.

“O que se quer é mudar mesmo a Igreja (…) mudar o modo como estamos a fazer hoje as coisas, mudar o ritmo de chegar a conclusões, a indicações, sobretudo que nos conheçamos, estimemos e criemos no coração de todos esse movimento de Igreja, sem o qual o Sínodo fica só para a história”, sustentou.

O encontro nacional tem o objetivo de refletir sobre o documento final do Papa Francisco e da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade e a sua aplicação prática nas comunidades.

Para o presidente da CEP, “é importante que a Igreja aprenda a discutir os temas de um outro modo, que envolva toda a Igreja, na sua diversidade”.

O responsável comparou a disposição da sala, em Fátima, ao que se viveu no Auditório Paulo VI, no Vaticano, com as mesas-redondas, em outubro de 2023 e 2024.

“Isso é bom como sinal para nós, para interiorizarmos o que é ser Igreja”, precisou.

Os participantes foram dispostos em cerca de 40 grupos, com representantes das várias dioceses, em disposição circular, procurando que os representantes das equipas sinodais diocesanas ficassem todos misturados para uma melhor partilha  de ideias e diversidade.

“Somos povo de Deus, que hoje se reúne aqui, desta Igreja em Portugal, para buscar a vontade de Deus”, observou D. José Ornelas.

Para o bispo de Leiria-Fátima, este encontro tem “um valor grande em si mesmo”.

“Reveste-se, além disso, de um muito maior significado, como expressão do acolhimento da Igreja em Portugal deste importante passo renovador a partir da escuta do Espírito Santo e da escuta da voz do povo santo de Deus”, acrescentou.

O documento final, em análise pelos responsáveis diocesanos, resulta de um percurso sinodal de vários anos, iniciado em 2021 com uma consulta global lançada pelo Papa, às comunidades católicas.

“Foi algo que nunca se tinha feito na Igreja, desta forma”, recordou o presidente da CEP.

A reflexão passou pelas paróquias, dioceses e conferências episcopais, antes de inéditas assembleias continentais e das duas sessões da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

“Este método de trabalho da Assembleia marca um novo passo de recuperação dos modos de buscar a vontade de Deus desde os primórdios da Igreja e constitui já um caminho de renovação para toda a Igreja”.

O documento final, aprovado por Francisco, assume as “preocupações e sonhos” da Igreja, indicou D. José Ornelas.

“Alimenta o sonho da Igreja que queremos ser e dá-nos a perceção de que isso não é um sonho longínquo, mas que é possível caminhar agora, hoje, porque é a isso que somos chamados”, acrescentou.

O bispo de Leiria-Fátima sustentou que “o verdadeiro caminho sinodal começa agora”, deixando votos de que cada comunidade “o faça realidade na sua vida”.

“Certamente vai dar frutos diversificados em cada parte”, insistiu.

O presidente da CEP espera que este encontro nacional “seja replicado em cada diocese, em cada paróquia, comunidade de vida consagrada, em cada movimento, em cada família”.

Para D. José Ornelas, é importante que o documento final do Sínodo “chegue ao coração de cada um” e leve todos a participar “ativamente” na “transformação sinodal e missionária da Igreja”.

(Com Ecclesia)

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