“Temos de curar o nosso olhar sobre os pobres (…) o presépio tem uma dimensão social muito relevante” refere assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz

Padre José Júlio Rocha é o convidado do programa de Rádio Igreja Açores

Foto: Igreja Açores/RP

A artificialização do Natal tem como consequência uma atitude de descarte do pobre e do excluído que importa alterar através de um “olhar curativo”, afirma o padre José Júlio Rocha, Vigário Episcopal do Clero e assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz.

“Temos de curar o nosso olhar sobre os pobres e isso exige uma mudança radical no nosso comportamento e o Natal é o momento propício para isso, porque nos recorda a história do nascimento de Jesus” , uma história  “de fragilidade” refere o sacerdote numa entrevista ao programa de rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo do Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, depois do meio dia.

Centrando a sua reflexão no presépio, embora “hoje se apresente mais a árvore como símbolo do Natal”, seria importante que “não deixássemos de falar de Jesus no seu nascimento”, diz o padre José Júlio Rocha.

“O presépio tem uma dimensão social que não pode ser esquecida e hoje, quando olhamos à nossa volta, vemos a  severa contradição entre o que se vive e o que se deveria viver”, refere.

“O Natal é o momento em que a gente tem de deixar o nosso coração para a família que não é só família de sangue; o Natal tem de ter um olhar sobre os pobres porque no presépio não há outra questão a não ser o elogio da fragilidade”, conclui o sacerdote.

“O que dói na pobreza é a solidão, é não termos um ombro onde chorar essa dor e se não mudarmos esse olhar, tornando-o curativo, será difícil não cairmos na armadilha do descarte e da indiferença” refere ainda o sacerdote.

“Hoje há uma artificialidade no Natal, até o menino Jesus já não está de pé dentro de uma redoma mas deitado numas palhinhas” recorda o padre José Júlio Rocha.

“Antes o Natal cheirava a uma certa pobreza, cheirava a intimidade, a pequenez porque festejamos um Deus que se faz criança, bébé carente, que chorou com frio… Um Deus que precisa de um abraço. Hoje este Menino é ofuscado pelas luzes” destaca o sacerdote lamentando a perda de uma “dimensão fraternal do Natal”.

A entrevista do padre José Júlio Rocha pode ser ouvida na íntegra este domingo no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, depois do meio dia.

 

 

 

 

Scroll to Top