Por António Maria Gonçalves
O Natal Cristão é uma celebração única, um aniversário especial que relembra o nascimento de alguém que mudou a história do mundo: Jesus Cristo. O seu nascimento, numa humilde manjedoura de Belém, marca o início de uma mensagem de esperança, amor e humildade que se espalhou por toda a parte e continua a tocar os corações até hoje.
Contudo a tendência cada vez mais evidente, é , no meio do encanto das luzes, das canções festivas e das prateleiras cheias de presentes e guloseimas, a essência do Natal estar a perder-se. Como podemos, então, devolver o verdadeiro significado desta data e ensinar as nossas crianças e quem sabe recordar aos adultos, que o Natal vai muito para além do consumismo, por vezes exagerado deste tempo em que vivemos? Preocupamo-nos muito com o que temos de oferecer uns aos outros e muito pouco com o que temos para dar Àquele que verdadeiramente está a festejar mais um aniversário?
Em vez de presentes materiais para este aniversariante, a melhor oferta que podemos dar-Lhe é uma vida que espelhe os valores que Ele ensinou. O que Jesus nos pediu não foram bens, mas gestos de amor, de generosidade e de serviço ao próximo. E é isso que devemos acrescentar à vivência natalícia de todos nós e de forma especial das crianças que vibram com estes dias cheios de festa, de pais natal e de excessos, esquecendo que a outros- a muitos outros – falta o essencial: incutir-lhes que celebrar o Natal é celebrar o Amor que temos uns pelos outros; que o presente mais precioso é a nossa atenção, o nosso carinho e a nossa disponibilidade para ajudar seja como for, quem esteja precisando… E que dar destes presentes aos outros é o mesmo que dar a Ele, o aniversariante que está no centro deste tempo de Festa.
Façamos pois, a verdadeira pedagogia do Natal, explicando às nossas crianças que o Natal é a festa de anos de alguém muito importante, que veio ao mundo para ensinar como ser bom, generoso e justo, incentivando-as a fazer um gesto especial, como doar algo de que gostem muito para outra criança que tenha menos, colaborar com as instituições que mitigam a fome e ajudam na doença, saudar com carinho ou visitar alguém que esteja sozinho, aceitar benevolamente aqueles que nos são menos simpáticos, etc., etc. Desta forma, o Natal passa a ser mais do que uma data de troca de prendas supérfluas e inúteis que nos atulham e entulham – e adquire o seu verdadeiro significado: um momento de dar , sim, se doando, fazendo o bem ao outro. Assim, imbuídos dum verdadeiro espírito do Natal, mostramos que a data tem menos a ver com o brilho das luzes apenas para deleite das nossas vistas e mais sobre o acender luzes dentro de nós mesmos e ao nosso redor.
Muita Luz, muita Alegria, muita Paz , muita Fraternidade e muita Esperança no Natal e em todos os dias!