O Papa assinalou hoje, no Vaticano, o início do Advento, convidando os católicos a viver o tempo de preparação para o Natal com “coração leve”.
“O convite de Jesus é este: erguer a cabeça para o alto e manter o coração leve e vigilante”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação do ângelus.
Francisco apresentou uma reflexão a partir da passagem do Evangelho de São Lucas, lida nas celebrações dominicais em todo o mundo, que fala de “abalos cósmicos e de ansiedade e medo na humanidade”.
“Muitos contemporâneos de Jesus, diante dos eventos catastróficos que veem acontecer à sua volta – perseguições, conflitos, calamidades naturais –, são tomados pela angústia e pensam que o fim do mundo está próximo. Têm o coração sobrecarregado pelo medo”, referiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, onde são visíveis os preparativos para a inauguração do presépio e da árvore de Natal.
“Jesus quer libertar das angústias presentes e das falsas convicções, indicando como manter o coração vigilante, como interpretar os acontecimentos a partir do projeto de Deus, que realiza a salvação mesmo nas circunstâncias mais dramáticas da história”, afirmou o Papa.
O Papa convidou a viver com um “coração leve, vigilante e livre”, que “não se deixa esmagar pela tristeza”.
“Pode acontecer que as ansiedades, os medos e as preocupações com a nossa vida pessoal ou com o que acontece no mundo, atualmente, pesem sobre nós como pedras e nos lancem no desânimo”, admitiu.
Francisco recomendou que a preparação do Natal ajude a “abrir espaço” para Jesus e “assim, reencontrar a esperança”.
“O meu coração está sobrecarregado pelo medo, pelas preocupações, pelas ansiedades com o futuro? Sei olhar para os acontecimentos diários e para as circunstâncias da história com os olhos de Deus, em oração, com um horizonte mais amplo?”, questionou.
“Que este tempo do Advento seja uma oportunidade preciosa para levantar o olhar para Ele, que alivia o coração e nos sustenta no caminho”, acrescentou.
A Igreja Católica assinala hoje o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado tempo do Advento, compreendendo os quatro domingos anteriores ao Natal.
As três primeiras semanas, que recordam especialmente a segunda e última vinda de Cristo, tornam o Advento num tempo penitencial marcado pelo convite à vigilância, arrependimento e reconciliação com Deus.
A partir de 17 de dezembro a liturgia adventícia, pautada pela cor roxa, acentua a festa do nascimento de Jesus, o Natal, que os católicos assinalam a 25 de dezembro.
As leituras bíblicas proclamadas nas missas evidenciam as figuras bíblicas do profeta Isaías, de João Batista, precursor de Cristo, e de Maria, mãe de Jesus.
As manifestações do Advento, palavra de origem latina que significa “vinda” ou “chegada”, expressam-se na coroa de ramos verdes com quatro velas, que se acendem aos domingos, bem como na armação do presépio, entre outras práticas.
O tempo do Natal, que se lhe segue, termina a 12 de janeiro de 2025, dia em que o calendário litúrgico evoca o Batismo de Jesus.
(Com Ecclesia)