O Papa alertou hoje, no Vaticano, para o que chamou de “maquilhagem” espiritual, pedindo aos jovens católicos que rejeitem as pressões de aprovação externa, falando na passagem dos símbolos da JMJ entre delegações de Portugal e Coreia do Sul.
“Mantenhamos o olhar fixo em Jesus, na sua cruz e em Maria, nossa mãe, para que, mesmo nas dificuldades, encontremos a força para continuar, sem medo de acusações, sem necessidade de cedências, com a nossa própria dignidade, com a nossa própria certeza de sermos salvos e de sermos acompanhados pela nossa mãe Maria, sem compromissos, sem maquilhagens espirituais. A vossa dignidade não precisa de ser maquilhada”, disse, na homilia da celebração a que presidiu na Basílica de São Pedro, na solenidade litúrgica de Cristo-Rei.
“Não maquilhem a alma, não maquilhem o coração, sejam como são, sinceros, transparentes”, insistiu.
O Papa pediu que os jovens rejeitem a tentação de ser “estrelas por um dia”, nas redes sociais, advertindo para a pressão de ser “visto, aprovado e elogiado”, que leva a “vender os seus ideais para obter um pouco de aprovação e visibilidade”.
“A vossa dignidade não está à venda, atenção” , delcarou.
“Deus ama-vos tal como sois: diante dele, os vossos sonhos puros valem mais do que o sucesso e a fama; e a sinceridade das vossas intenções vale mais do que a aprovação” disse o santo Padre repetindo uma ideia que desenvolveu em agosto do ano passadio em Lisboa.
Cerca de duas centenas de pessoas integraram as delegações de Portugal e da Coreia do Sul, que participaram, no final da Missa, na cerimónia de entrega simbólica da Cruz da JMJ; a celebração contou ainda com jovens romanos, que concluem a celebração da JMJ diocesana com o seu bispo, Francisco.
“No final desta Eucaristia, os jovens portugueses entregam aos jovens coreanos os símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a Cruz e o Ícone de Maria ‘Salus Popoli Romani’. Também isto é um sinal: um convite, para todos nós, a viver e a levar o Evangelho a todas as partes da terra, sem parar e sem desanimar, levantando-nos depois de cada queda e nunca deixando de esperar”, explicou Francisco.
O Papa dirigiu-se aos jovens sul-coreanos, explicando que com o sinal da “vitória” de Jesus, na Cruz da JMJ, recebem ainda a imagem da “mamã”.
“Maria acompanha-nos sempre rumo a Jesus, é Maria que está ao lado da nossa cruz, nos momentos difíceis, para nos ajudar, porque ela é mãe, é mamã”, prosseguiu.
A passagem dos símbolos, acompanhada por D. Rui Valério, patriarca de Lisboa, e D. Américo Aguiar, que presidiu ao Comité Organizador Local e à Fundação JMJ durante a organização do encontro mundial em Portugal, aconteceu ao som do hino ‘Há pressa no ar’, da JMJ Lisboa 2023.
O Papa quis saudar os jovens de todo o mundo, “em especial a delegação de Portugal, onde se realizou a Jornada Mundial da Juventude do ano passado, e a delegação da Coreia do Sul, que organizará a próxima em Seul, em 2027”.
Francisco destacou a importância da passagem dos símbolos das JMJ, a cruz e o ícone de Maria ‘Salus Populi romani’, aos jovens coreanos.
“Estes símbolos foram confiados aos jovens por São João Paulo II para os levarem pelo mundo fora. Queridos jovens coreanos, agora é a vossa vez: levando a cruz na Ásia, proclamareis o amor de Cristo a todos. Tende coragem, tende a coragem de testemunhar a esperança de que hoje temos mais necessidade do que nunca”, indicou.
“Que, por onde quer que passem estes símbolos, cresça a certeza do amor invencível de Deus e da fraternidade entre os povos. E que, para todos os jovens vítimas dos conflitos e das guerras, a cruz do Senhor e o ícone de Maria Santíssima sejam apoio e consolação”, disse ainda Francisco.
Lisboa acolheu a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude entre 1 e 6 de agosto de 2023, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas por Francisco no Parque Tejo.
A próxima edição internacional da JMJ vai decorrer em Seul, capital da Coreia do Sul, em 2027.
(Com Ecclesia)