Bispo de Angra preside à primeira ordenação sacerdotal na diocese

São três os candidatos ao presbitério. Já foram ordenados diáconos por D. Armando Esteves Domingues

Foto: Igreja Açores

Os diáconos André Furtado, Leonel Vieira e Rui Pedro Soares, todos residentes em São Miguel vão ser ordenados presbíteros pelo bispo de Angra este sábado, pelas 11h00, na Igreja de São José, em Ponta Delgada.

A celebração, que terá transmissão em diretor em facebook.com/igrejaacores e Facebook.com/seminariodeangra, é aberta a todos sendo um dos momentos altos do ano pastoral que começou no passado dia 3 de novembro, de olhos postos no Jubileu da Esperança. Aliás, a imagem do sacerdote “como o homem da esperança” é uma das ideias comuns presentes no testemunho dos três candidatos.

“O sacerdote deve ser o homem de esperança que semeia na vida e no coração de cada homem e uma mulher essa esperança, levando a cada um Deus de amor” refere André Furtado, natural da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário na Lagoa.

O jovem que fez todo o seu percurso no Seminário Episcopal de Angra, onde ingressou depois de ter completado os estudos básicos e secundário em São Miguel, está há um ano a trabalhar nas paróquias das feteiras, Ginetes e Candelária, acompanhando o padre Nuno Maiato no serviço a estas comunidades.

“Sinto uma grande alegria, um sonho assim tão desejado e sonhado e hoje concretizado” refere  destacando que o seu desejo é “trabalhar para uma igreja que acolhe todo o homem e mulher na sua forma de estar e de rezar, de ficar e de permanecer”, com alegria e doação.

“Ser padre é ser um homem alegre, um homem de esperança que acolhe todos com as suas tristezas e angustias e que compreende que o seu tempo deve ser doado, como Jesus se doou a todos nós”, disse num momento em que se prepara para iniciar o seu último retiro antes de ser ordenado presbítero.

“Espero ser um  homem de fé, um homem de oração e principalmente um homem da proximidade com Deus e com o povo de Deus, que não se deixe envolver no ativismo”.

“O padre não é um homem solitário, mas solidário, que se dá e doa, que vive por Cristo, com Cristo e em Cristo e encarna na vida este Deus que tem um rosto de alegria, que acolhe e que une e nunca divide”.

Leonel Vieira, tem 25 anos e é natural da Paróquia de Sant´Ana nas Furnas, também na ilha de São Miguel. Também completou os seus estudos no Seminário Episcopal de Angra e é diácono há menos de um ano.

“Recordo a minha caminhada: bendito seja Deus por me ter chamado e me ter confiado tamanha missão”, diz o jovem que desenvolveu trabalho pastoral neste último ano na ilha terceira, acompanhando o sacerdote que serve na Agualva, ouvidoria da Praia.

“Espero que o meu sacerdócio não seja apenas uma função mas uma forma de vida, um autêntico compromisso, uma jornada que me permita ser  um farol de luz para aqueles que buscam a fé num tempo de incertezas”, refere destacando a importância de uma vida “entregue a Deus mas sinal de esperança” para todos.

“A caminhada de formação, além de uma constante busca para um auto conhecimento e crescimento espiritual, faz com que o chamamento ao sacerdócio seja um convite para nos tornarmos instrumentos de paz, de amor e de esperança e de oferecer o conforto nos momentos de dor, de alegria, nas conquistas e nas derrotas”, conclui.

Rui Pedro Soares, de 27 anos, é o único candidato ao sacerdócio natural do faial, embora resida nas Furnas já há 14 anos. Também completou os estudos no Seminário de Angra. No momento em que se aproxima a ordenação, o jovem diácono não esconde algum nervosismo.

“Sinto alguma ansiedade, própria destes momentos e o peso que a ordenação implica: esta adesão total à pessoa de Jesus Cristo e dar-me inteiramente à Igreja e ao serviço dos outros” refere destacando a disponibilidade para a “entrega a tudo o que o Senhor pedir”.

“Quando somos jovens e acreditamos que Deus opera em nós esta força, como se fosse uma caldeira, desperta em nós esta vontade de ir, trabalhar e vamos com fervor e espírito  de missão, mas carregados desta força explosiva” denota focando no entanto uma ideia chave: hoje o sacerdócio é “sobretudo presença”.

“O sacerdócio hoje é sobretudo presença; as pessoas sentem que é algo diferente quando o padre está presente. A presença do padre dá outro `respeito´, como que a ideia se este homem está aqui é porque Deus está aqui também”.

A diocese de Angra tem 133 sacerdotes. O mais velho tem 93 anos e o mais novo tem 28 anos. São Ambos naturais de São Miguel, a ilha que mais jovens deu ao seminário nos últimos anos.

 

Scroll to Top