Engenheiro Magalhães Crespo “escreveu uma das páginas mais marcantes da Rádio em Portugal” – patriarca de Lisboa
O patriarca de Lisboa disse hoje que Fernando Magalhães Crespo, presidente emérito da Renascença, foi alguém “grande em humanidade e humanismo”, destacando o seu papel no Conselho de Administração da emissora católica portuguesa.
“Estamos perante um grande homem e insigne profissional que, com a sua dedicação, capacidade de liderança, sabedoria na concretização de projetos e inaudita aptidão em ultrapassar obstáculos, escreveu uma das páginas mais marcantes da Rádio em Portugal”, destacou D. Rui Valério, na homilia da Missa exequial, celebrada na capela da Quinta do Bom Pastor, em Lisboa, onde está sediado o Grupo Renascença Multimédia.
Fernando Magalhães Crespo, que liderou o Grupo Renascença Multimédia ao longo de mais de três décadas e era presidente emérito desde 2005, faleceu ao início da madrugada desta terça-feira, aos 94 anos, numa unidade hospitalar em Lisboa.
Para D. Rui Valério, esta foi a despedida a “um dos maiores da cultura e da comunicação em Portugal”, na defesa da liberdade na comunicação e “no desenvolvimento certeiro das estratégias para servir mais e melhor a população”.
“A Igreja está-lhe muito grata por tudo o que fez pela Emissora Católica Portuguesa e neste momento, pessoal e institucionalmente, presto homenagem de reconhecimento e gratidão”, disse.
O mandato de Magalhães Crespo ficou marcado pela expansão do grupo Renascença, com a criação das estações RFM, em 1987, e Mega Hits, em 1998, e pelos primeiros passos na área do digital.
O trabalho e empenho de Fernando Magalhães Crespo ficam na memória, no coração e são “fermento de um futuro sempre mais empenhado no serviço ao bem comum através dos meios de comunicação”.
Segundo o patriarca de Lisboa, a “defesa intransigente” da Renascença teve um carácter integral, “não ficando limitada apenas aos redutos dos ditames empresariais”, mas desenvolvendo-se “na senda da salvaguarda e promoção da dignidade humana, do superior interesse das pessoas e da liberdade de expressão”.
“Fernando Magalhães Crespo foi, ao mesmo tempo, grande em humanidade e humanismo e um distinto gerente do conselho de administração, de tal modo que na reforma recebeu o honroso título de presidente emérito”, referiu D. Rui Valério, salientando que o antigo responsável pela emissora católica cultivou a harmonia entre o homem e o cristão “como ninguém”, conseguindo que cada uma dessas vertentes “contribuísse de forma indelével para o enriquecimento da outra”.
Após a celebração, na Quinta do Bom Pastor, em Lisboa, o funeral seguiu para Mata de Lobos, paróquia da Diocese da Guarda.
A Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais dirigiu uma mensagem de condolências, realçando que Fernando Magalhães Crespo se destaca “de uma forma única na história da Rádio Renascença, Grupo que ocupa um lugar de grande relevância na comunicação social em Portugal e, de um modo particular, na história da comunicação social da Igreja Católica”.
“A notícia da sua morte recorda-nos a importância de fazer memória e não deixar cair no esquecimento pessoas e acontecimentos que construíram o presente que vivemos. É o caso do Engenheiro Magalhães Crespo que esteve à frente dos destinos da Rádio Renascença durante 31 anos. Enfrentou as dificuldades de 1974 e 1975, levou a Renascença à posição de rádio líder em Portugal, criou a RFM em 1987 e a Mega Hits em 1998”, indica o texto, enviado à Agência ECCLESIA. O organismo episcopal evoca uma liderança que “será sempre recordada no Grupo Renascença” e as “tantas iniciativas que contribuíram para a relevância da Igreja Católica na sociedade portuguesa”. “Na hora da sua partida, queremos tornar público o agradecimento pelo dom da sua vida e o relevante contributo que deixa na comunicação social em Portugal, certos de que descansa em paz, junto do Pai Misericordioso”, conclui a mensagem. |
(Com Ecclesia)