Processo eleitoral do Movimento decorreu esta noite em Vila Franca do Campo
A direção do Movimento Romeiros de São Miguel- Associação foi reconduzida para mais um mandato depois de uma eleição que contou com 86% dos votos expressos e que decorreu esta noite em Vila Franca do Campo.
João Carlos Leite, como presidente e Paulo Jorge Amaral como vice-presidente foram reeleitos, sendo acompanhados na direção ainda por Paulo César Bulhões Nuno Furtado e David Feijó. José Medeiros e Pedro Miguel Garcia são os dois suplentes da direção. Na presidência da Assembleia Geral foi eleito Rui Melo e no Conselho Fiscal Norberto leite.
Esta nova direção foi eleita para o próximo quadriénio, 2024-2028, tendo votado 36 dos 54 ranchos de romeiros existentes na ilha, incluindo o rancho da diáspora, o rancho de São Mateus de Toronto, que se fez representar.
Entre as iniciativas que o Movimento tem em curso desde o anterior mandato é o registo na Direção Geral do Património, que se encontra numa fase final, devendo ainda passar pelo crivo da consulta pública. Só depois deste registo é que poderá avançar a candidatura desta tradição a Património Imaterial da UNESCO, como tem sido defendido e que é um dos projetos sonhados por esta direção.
A candidatura foi decidida em assembleia geral do Movimento, no final de 2018.
As tradicionais romarias da Quaresma tiveram origem na sequência de terramotos e erupções vulcânicas ocorridas no século XVI na ilha, que arrasaram Vila Franca do Campo e causaram grande destruição na Ribeira Grande, segundo a tradição.
Trajando um xaile, lenço, bordão e terço, os romeiros de São Miguel fazem um percurso de oração, fé e reflexão, entoando cânticos e rezando, sempre com mar pela esquerda, passando pelo maior número possível de igrejas e ermidas de São Miguel.
Os primeiros ranchos partem no primeiro sábado da Quaresma e os últimos regressam às suas localidades na Quinta-feira Santa.
Durante a semana em que estão na estrada, os romeiros dormem em casas particulares ou em salões paroquiais, devendo iniciar a caminhada antes do amanhecer e entrar nas localidades logo a seguir ao por do sol, sendo acolhidos na maior parte dos casos por famílias.