Carta Pastoral para o Jubileu convida à construção “da esperança coletiva”

Na abertura do ano pastoral D. Armando Esteves Domingues pede a padres, leigos e jovens a serem “servidores”, “testemunhas” e “ companheiros” de Esperança

Foto: Igreja Açores

A esperança não é uma ideia, uma atitude ou filosofia mas “uma pessoa viva: Jesus Cristo que nunca desilude” afirma D. Armando Esteves Domingues na abertura da Carta Pastoral que acompanha o Projeto pastoral da Diocese de Angra para o ano pastoral de 2024-2025.

“Como a nossa vida, um mundo sem Deus é um mundo sem esperança. O mistério da fé traz-nos a maior esperança, que resume todos os nossos desejos, aspirações, a busca de sentido e horizonte” refere o prelado num documento sobre a Esperança Cristã que dá mote ao ano pastoral que será vivido na diocese em comunhão com a Igreja Universal, que celebra mais um Jubileu ordinário, mas também animada pelo último dos três laboratórios previstos no Itinerário Pastoral definido para o biénio de 2023-2025 intitulado “Todos, todos, todos: caminhar na Esperança”.

“Esta possibilidade de nos mobilizarmos por uma esperança maior do que as nossas possibilidades humanas, dá-nos razões para acreditar que vivemos habitados pela esperança de Deus que nos fez à Sua imagem e semelhança” prossegue o prelado que nesta Carta pede a todos- sacerdotes, leigos e jovens, especialmente- que sejam servidores, testemunhas e companheiros na esperança e a levem ao mundo concreto dos seus ambientes.

“Sejamos semeadores da esperança” pede D. Armando Esteves Domingues convocando todos, “dentro e fora da Igreja, gente dos diversos ambientes culturais, sociais e laborais” a darem o “seu contributo para tirarmos da desesperança tantos desanimados”.

“Que ninguém fique à espera, mas venha construir a esperança coletiva”, exorta.

“Há muitas razões para a esperança e muitos lugares de onde ela pode transbordar: são as famílias que se preocupam com a formação cristã e celebração dos sacramentos com os filhos; são os padres, diáconos e religiosos incansáveis no dom de si, vigilantes no cuidado por todos e alegres no acolhimento; é a dinâmica laical da riquíssima religiosidade popular e tradições cristãs espalhadas pelas nove ilhas; é o ambiente natural ainda muito propício para propor a cultura cristã à sociedade açoriana, sem impor ou ferir; são os milhares de leigos que vivem generosamente o seu batismo em serviço pastoral nas comunidades eclesiais, mas também nas suas profissões, no trabalho, nas empresas”, salienta.

“Há uma marca evangélica na educação e formação que nos devem mover a reavivar os dons que há em cada ser humano”, diz ainda recordando que a oração é um lugar “primeiro e essencial” da aprendizagem da esperança.

“Quando ninguém me ouve, Deus ainda em ouve. Se não houver ninguém para me ajudar, Ele pode ajudar-me” destaca o bispo de Angra citando o papa Bento XVI na Carta Encíclica Spe Salvi.

“A esperança aprende-se, reza-se, celebra-se, fortalece-se e ensina-se. Que a oração seja a fornalha da esperança e esteja antes de qualquer iniciativa”, frisa colocando-se a si próprio “nesta jubilosa peregrinação da esperança”.

“Desafiemo-nos a ser buscadores de Deus”, diz ainda.

“Caminhar com todos e ser portador de ideais de paz e de amor significa levar esperança prioritariamente a pessoas que vivem diferentes formas de sofrimento, aos prisioneiros, aos doentes e suas famílias, aos jovens sem esperança, aos exilados, refugiados e deslocados, aos idosos que experimentam a solidão, a todos os pobres”, diz ainda alertando para vários sinais que apontam infelizmente para a desesperança.

“Quando pensamos na guerra, nas catástrofes climáticas, na destruição do planeta pela ambição do homem, no inverno demográfico que se instalou na Europa, nos campos de refugiados, unamo-nos na esperança pela humanidade!”.

Dirigindo-se diretamente aos sacerdotes, o bispo de Angra lembra que este Ano Santo “será uma ocasião preciosa para regenerar a vocação e pôr me prática a missão de servidores da esperança, de amigos de Cristo, nossa esperança”.

“É uma grande oportunidade para semear alegria e uma grande responsabilidade para preparar o coração do povo de Deus, a começar por nós próprios”.

O bispo de Angra pede ainda a todo a diocese que se empenhe num verdadeiro diálogo ecuménico para assinalar os 1700 anos do Concílio de Niceia, o primeiro Concílio Ecuménico, em que participaram bispos de todas as regiões onde havia cristãos. Teve lugar quando a Igreja já tinha conseguido a paz estável e dispunha de liberdade para reunir-se abertamente. Aconteceu de 20 de maio a 25 de julho de 325.

A Carta Pastoral do bispo de Angra pode ser lida na íntegra em www.igrejaacores.pt, onde pode ser também encontrado todo o calendário das atividades diocesanas bem como subsídios de reflexão e formação sobre os sinais do Jubileu com perguntas que ajudarão á reflexão de todo o povo de Deus.

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