O Papa Polaco foi o único que visitou os Açores. Esteve em Angra e Ponta Delgada no dia 11 de maio de 1991
Celebra-se hoje a memória litúrgica do Papa São João Paulo II, o Papa do coração dos açorianos.
O dia 22 de outubro de 1978 foi o dia da Missa de inauguração do Pontificado. Na sua homilia, o novo bispo de Roma pronunciou estas palavras: “Irmãos e Irmãs! Não tenham medo de acolher Cristo e aceitar o seu poder! Ajudem o Papa e todos aqueles que querem servir Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e toda a humanidade! Não tenham medo! Abram, ou melhor, espalanquem as portas a Cristo”.
Foi o único papa a visitar os Açores. Esteve um dia repartido entre as ilhas Terceira e São Miguel.
João Paulo II, conhecido pelas suas inúmeras viagens esteve nos Açores a 11 de maio de 1991, durante a segunda visita que realizou a Portugal (num total de três) tendo sempre como destino final o Santuário de Fátima.
As poucas horas que esteve nos Açores foram suficientes para deixar uma marca indelével na Diocese e em toda a comunidade cristã açoriana.
Quando se dirigiu aos presentes em Ponta Delgada, ao lado da imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que pela primeira e única vez saiu do coro alto do Santuário para a rua sem ser durante as festas em sua honra, João Paulo II exortou os presentes a “escancararem as portas a Cristo” lembrando: “quando tiverdes dúvidas de escolher entre o amor, o ódio ou o comodismo, olhai o rosto do Ecce Homo e escolhei como Ele, os caminhos do Amor”.
Karol Wojtyla, eleito papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, a 02 de abril de 2005.
Trabalhou e estudou ao mesmo tempo, viveu a ocupação nazi da Polónia, esteve na quase clandestinidade, mas tornou-se um homem do mundo.
Durante o seu Pontificado que começou em Outubro de 1978 e se estendeu por 27 anos (um dos maiores pontificados da história) fez 146 visitas pastorais em Itália e visitou 317 das atuais 332 paróquias romanas.
Realizou 104 viagens apostólicas pelo mundo, tendo visitado o Santuário de Fátima, em Portugal, por três vezes.
O seu legado ainda hoje reflete-se na entrega a Maria, na exortação a abrir as portas a Cristo, no testemunho dado também na provação da doença.
“Não tenham medo”
O dia 22 de outubro de 1978 foi o dia da Missa de inauguração do Pontificado. Na sua homilia, o novo bispo de Roma pronunciou estas palavras: “Irmãos e Irmãs! Não tenham medo de acolher Cristo e aceitar o seu poder! Ajudem o Papa e todos aqueles que querem servir Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e toda a humanidade! Não tenham medo! Abram, ou melhor, espalanquem as portas a Cristo”.
A redenção não evita o sofrimento humano
O dia 22 de outubro de 1980 é quarta-feira, o dia da audiência geral. Saudando os doentes, o Papa João Paulo II sublinhou que “a comunhão dos que sofrem com Cristo lembra-nos a todos que, precisamente através dos seus sofrimentos, Ele nos redimiu da alienação do pecado e nos restituiu à comunhão com Deus”. A vocês, diz ele, “vai o meu desejo, assim como a certeza da minha oração, de que possam penetrar cada vez mais no mistério reconfortante da redenção, que não evita, mas inclui necessariamente em si o sofrimento humano”.
A coragem dos jovens para o futuro da Igreja
O dia 22 de outubro de 1981, alguns meses antes do dramático atentado na Praça São Pedro, o Papa Wojtyła celebrou a Missa para os estudantes do Pontifício Seminário Maior Romano. “Sois a pupila dos meus olhos e a esperança da Igreja de Roma”. O seminário, acrescentou nessa ocasião, é um sinal claro “de que existem comunidades cristãs capazes de levar à maturidade no seu seio aqueles que um dia, vestidos com o carácter de sacerdote, continuarão a obra de Cristo”. “É uma indicação de que as famílias ricas em virtude e espírito de sacrifício mereceram a graça de doar os seus filhos à Igreja; é uma prova de que o mundo moderno, apesar das sombras que por vezes o turvam, é rico em esperanças e certezas, porque pode contar com jovens corajosos dispostos a dar as suas vidas pela sua redenção”.
O espírito de Assis
No dia 22 de outubro de 1986, na audiência geral, o Papa São João Paulo II recordou o eminente encontro, a realizar-se em 27 de outubro em Assis, com representantes de outras Igrejas e comunidades cristãs e outras religiões mundiais, a fim de rezar pela paz. “As religiões do mundo, apesar das diferenças fundamentais que as separam, são todas chamadas a dar a sua contribuição para o nascimento de um mundo mais humano, mais justo, mais fraterno”.
Olhar para Maria
O dia 22 de outubro de 1989 era domingo e se celebrava o Dia Mundial das Missões. No Angelus, João Paulo II – que escolheu as palavras “Totus Tuus Maria” como lema do seu pontificado- pediu uma oração ao Senhor “pelas vocações missionárias”.
Permitir que Cristo fale ao homem
No dia 22 de outubro de 1990, o Papa recebeu em audiênca alguns peregrinos polacos no 12º aniversário do início do seu pontificado. A eles ele reiterou a sua exortação: “Não tenham medo! Hoje, tão frequentemente – acrescentou – o homem não sabe o que traz dentro de si, no fundo da sua alma, do seu coração. Tantas vezes tem dúvidas sobre o significado da sua vida nesta terra. Ele é invadido pela dúvida, que se transforma em desespero. Permitam-me, então – peço a vocês e lhes imploro humildemente e com confiança – permitam que Cristo fale ao homem. Só ele tem palavras de vida, sim! De vida eterna”.
O homem não deve exercer um domínio despótico sobre a criação
A questão ecológica é o tema central do discurso do Papa João Paulo II aos membros do Comité organizador do Prémio Internacional para o Ambiente “São Francisco” em 22 de outubro de 1992.
“O homem reconhece-se a si próprio como colaborador de Deus na obra da criação quando, abraçando a fé, se abre com humilde gratidão à Fonte da vida e assume uma atitude de fraternidade responsável para com as criaturas. A posição única do homem no cosmos não deve, portanto, levá-lo nem a escolhas de dominação despótica, nem a formas de abdicação passiva do seu papel: a sua autêntica centralidade consiste antes num serviço autoritário ao plano de Deus para o mundo, um plano que culmina na redenção do pecado e na segunda morte”.
Os jovens e a evangelização
Reunido com alguns prelados brasileiros em 22 de outubro de 1995, João Paulo II salientou que os jovens serão “os construtores do futuro”.
“Os jovens não são apenas evangelizados, são também evangelizadores que dão a conhecer o Evangelho aos seus coetâneos, incluindo aqueles que se afastaram da Igreja e aqueles que ainda não ouviram a Boa Nova”.
“Muitos jovens têm um enorme potencial de generosidade, dedicação e empenho e sentem-se atraídos por formas de trabalho voluntário, especialmente quando se trata de servir os necessitados”.
Como Jesus ser servo de todos
Em 22 de outubro de 2000, o ano do Grande Jubileu, foi celebrado o Dia Mundial das Missões. Durante a Missa, o Papa João Paulo II sublinhou que “a Igreja quer proclamar Jesus, o Cristo, filho de Maria, seguindo o caminho que o próprio Cristo tomou: serviço, pobreza, humildade, a cruz”.
“Jesus define-se como aquele que veio para servir e que precisamente no serviço e no dom total de si mesmo até à cruz revela o amor do Pai. A sua face de ‘servo’ não diminui a sua grandeza divina, mas ilumina-a com uma nova luz”.
“A palavra de Cristo traça uma linha clara de divisão entre o espírito de dominação e o espírito de serviço. Para um discípulo de Cristo ser o primeiro significa ser servo de todos”.
A oração é a nossa força
22 de outubro de 2003 é o dia de um consistório ordinário público para a criação de novos cardeais. As primeiras palavras da homilia são: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”.
“Nestes vinte e cinco anos do meu Pontificado quantas vezes repeti estas palavras! Falei-os nas principais línguas do mundo e em tantas partes da terra. O Livro dos Atos assinala que, enquanto Pedro estava na prisão, uma oração da Igreja subia incessantemente a Deus por ele (Actos 12,5). Que grande coragem infunde o apoio da oração unânime do povo cristão! Eu próprio, recordou o pontífice polonês, pude experimentar o seu conforto. Esta é a nossa força”.
Anúncio da morte
No dia 22 de outubro de 2004 João Paulo II recebeu os bispos da Conferência episcopal de Angola e São Tomé e Principe.
“No início de um novo milénio, o nosso compromisso episcopal, caros irmãos, parece caracterizar-se por novas urgências, que exigem a dedicação concertada de todos os componentes do Povo de Deus. Agora, na terra, não há nada mais eficaz do que a Eucaristia para levar os cristãos a serem e a sentirem-se um só; não há outro momento em que se encontrem e se fundam uns com os outros tão intimamente como quando se comunicam a Jesus Eucaristia, que abraça e une todos a Si. Deste modo, o que já acontece no Céu realiza-se na terra: Cristo une, a Si e uns aos outros, todos aqueles que n’Ele vivem”.
(Com Vatican News)