“Temos uma grande vontade e disponibilidade para corresponder àquilo que a Diocese nos está a pedir”- António Maria Gonçalves

Visita Pastoral do bispo de Angra às Flores entra na reta final

Foto: Igreja Açores/CR

O Conselho Pastoral da ouvidoria da ilha das Flores “está disponível” para participar ativamente “neste movimento sinodal que a Igreja está a pedir”, afirmou este sábado ao Sítio Igreja Açores António Maria Gonçalves.

O presidente do Conselho Pastoral da ouvidoria, que agora passará a integrar também os representantes dos serviços e movimentos existentes na igreja florentina, diz que a “vontade” dos leigos é grande.

“Estou satisfeito com esta visita pois apercebi-me que há uma grande vontade em prosseguir dentro deste movimento sinodal. A Igreja das Flores poderá dar o contributo e corresponder ao que a Diocese nos está a pedir”, disse.

“Há uma predisposição dentro do Conselho Pastoral e da Escola de Formação Cristã para trabalhar pela integração de todos e por um diálogo maior com todos”, afirmou ainda.

“A Igreja tem de mostrar algo diferente nesta solidariedade recíproca entre a diocese e a ouvidoria e entre a ouvidoria e a diocese”, ressalvou.

“A nossa distância foi sempre uma razão para muitos adiamentos; a realidade das nossas estatísticas pesou sempre no momento das decisões e o que não queremos é que a Igreja siga o exemplo da política e nos considere como uma parte de um todo maior que é a Diocese”, concluiu.

O bispo de Angra, durante a visita pastoral à ilha reuniu-se duas vezes com o Conselho Pastoral: logo no primeiro dia para conhecer a realidade e quase no final para refletir sobre as conclusões e os compromissos que resultam deste caminho com junto.

“Está a ser uma visita que valeu a pena e que encaro como um ponto de partida para a Igreja das Flores dentro de um ano, três anos, seis anos, dez anos…julgo que trabalhamos no sentido de conseguir iniciar um caminho com um horizonte temporal maior” refere por seu lado Monsenhor José Constância que este domingo se despede como ouvidor.

“Creio que o entusiasmo foi bom. Há um empenho de todos com vista a uma comunhão eclesial: temos o Conselho Pastoral de ouvidoria, agora alargado a serviços e movimentos, temos o Secretariado Permanente que integra a equipa sacerdotal… Esta visão eclesial poderá fazer avançar a sinodalidade” mas também seria importante “fazermos avaliações periódicas do que está a ser desenhado”.

Da atual equipa sacerdotal permanecem nas Flores os padres Jorge Sousa(3º ano) e Júlio Alexandre Rocha (2º ano).

“Vivemos o culminar de um ano de transição que reativou o Conselho Pastoral de ouvidoria e se consciencializou da necessidade de revalorização dos Conselhos Económicos das paróquias” reconhece destacando que “com estas estruturas estamos agora mais habilitados a podermos prosseguir este caminho numa maior comunhão eclesial”.

“Ao longo do ano fomos percebendo que as pessoas queriam ter um papel mais ativo, ter uma palavra na pastoral e vimos nesta visita a reafirmação desta vontade: leigos e padres podem trabalhar em conjunto com os leigos a assumirem cada vez mais”.

O sacerdote vai assegurar a moderação da equipa sacerdotal que terá mais um contributo no final de novembro na ilha, desempenhando as funções de ouvidor.

“É um grande desafio. Vamos ter muito trabalho, mas há leigos com muita vontade e muito empenhados. Neste ano em que vamos entrar no Jubileu da Esperança vemos a possibilidade de desenvolver uma pastoral com uma nova cara. Há sinais de esperança”, conclui o padre Júlio Alexandre Rocha.

Já o padre Jorge Sousa, o mais novo da equipa sacerdotal mas o que se encontra há mais tempo na ilha (foi a sua primeira colocação depois da ordenação em 2021), o destaque da visita centra-se na palavra”proximidade”.

“A proximidade que o senhor Bispo ofereceu a todas as comunidades, visitando todas as paróquias,  instituições gastando tempo com as pessoas, foi muito boa porque as pessoas puderam sentir um bispo próximo, simples, humilde ao jeito de São Francisco como celebrámos”, afirmou lembrando alguns comentários nas redes sociais, um deles a sublinhar que não havia memória de um bispo que tivesse estado tanto tempo numa ilha só.

“De facto, o senhor bispo, desde a primeira hora, mostrou que não tinha pressa. Recordo que a dada altura, quando visitou as paróquias da minha zona, lhe disse que estávamos atrasados para cumprir o programa e ele respondeu que não me preocupasse com isso. Ora, isto revela muitas coisas… Desde logo a vontade do Senhor D. Armando querer estar com as pessoas, estar com as crianças e os jovens”, afirmou.

O sacerdote que é professor de Educação Moral e Religiosa Católica na Escola de Santa Cruz e nas Lajes, destaca ainda o encontro do prelado com uma turma do 4º ano da Escola de Santa Cruz.

“Foi uma grande semana”, concluiu.

A visita pastoral às Flores termina este domingo. O bispo de Angra presidirá à festa de Nossa Senhora do Rosário, nas Lajes. Antes estará na Fajã Grande, última paragem antes do encerramento da Visita Pastoral.

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