D.Armando Esteves Domingues foi à escola de Santa Cruz e acabou por deixar uma espécie de testemunho vocacional partilhado com alunos do 4º ano

42 anos depois da ordenação sacerdotal, seis dos quais como bispo, o prelado visitou uma sala de aula da escola de Santa Cruz a onde falou a crianças sobre o que o levou a ser padre

Foto: Igreja Açores/CR

O ensino da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, uma realidade que nas Flores abrange 83,28% dos alunos que frequentam as duas escolas da ilha- Santa Cruz (359) e Lajes (81)- é uma prioridade da Igreja  e, por isso, o bispo de Angra dedicou parte do seu terceiro dia de Visita Pastoral a visitar a Escola de Santa Cruz, tendo-se detido por um bom bocado na sala de aula do 4º ano.

A visita acabou por se transformar num momento de testemunho vocacional diante das inúmeras questões levantadas pelos alunos de palmo e meio que bombardearam D. Armando Esteves Domingues com uma série de questões desde a simbologia das insígnias episcopais- Mitra, Báculo, Anel, Cruz Peitoral- até a outras mais íntimas sobre as motivações da sua opção de vida e até questões doutrinais e de disciplina.

O prelado a todas respondeu com o mesmo entusiasmo deixando duas mensagens claras:  a importância da amizade com Jesus e a necessidade de escutar o que Ele quer de nós.

“Há várias maneiras de percebermos Jesus na nossa vida, mas para isso temos de O ouvir, abrir o nosso coração e escutar o que Ele tem para nos dizer. A oração em silêncio é muito importante porque é feita com o coração” disse D. Armando Esteves Domingues, lembrando-se do dia em que percebeu “que o seu amor a Jesus era maior do que todos os amores”; “que a relação com Ele é de total confiança” e que ao decidir ser padre não “estava a seguir uma profissão mas um serviço permanente e total”.

“Mas como é que se ouve Jesus?”, perguntava da última fila uma criança do alto dos seus 10 anos.

“Não é fácil explicar, mas nós rezamos muito e quando rezo o meu pensamento fica mais parecido com o de Jesus. Não é carregar num botão e já está: temos de nos sentar, de rezar, de ficar em silêncio, falar das coisas que nos alegram e nos entristecem com Jesus, como falamos com um amigo. Experimenta a fazer isso e vais ver que Ele vai gostar de te ouvir. Jesus está sempre à nossa espera”, disse D. Armando Esteves Domingues.

É no primeiro ciclo de ensino que a taxa de matrículas na disciplina de Educação Moral e Religiosa católica é mais elevada- 97,6% nas lajes e 90,9% em Santa Cruz- seguindo-se o segundo ciclo- com uma taxa de 100% nas Lajes e de 84% em Santa Cruz-.  Por outro lado, é no secundário que o número de matrículas decresce drasticamente com apenas 36,4 dos alunos matriculados e a frequentar a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica.

Dos alunos que frequentam a disciplina na Escola, 58,36% frequentam também a catequese. De destacar que as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica são frequentadas por alunos de outras nacionalidades- Isarael, Finlândia, Alemanha, França, Ucrânia, China e Brasil- e de outras confissões religiosas- cristãos de rito ortodoxo, protestantes e judeus.

Esta manhã, o bispo de Angra visitou os doentes internados no Centro de Saúde de Santa Cruz e agora, de tarde, terá as duas primeiras de quatro horas de atendimento a quem se lhe quiser dirigir, de forma particular e em privado, durante esta visita pastoral, o que acontece pela primeira vez. Habitualmente o modelo mais tradicional deste tipo de visitas não inclui estes momentos, embora durante os vários encontros com as comunidades haja sempre oportunidade para falar individualmente com o prelado. Esta tarde durante duas horas o bispo recebe os fieis na sacristia da Igreja de Santa Cruz. Na sexta-feira adoptará o mesmo procedimento na Igreja das Lajes.

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