Jornadas de Comunicação da Igreja homenageiam padre António Rego

 

Foto: Agência Ecclesia/IA

O sacerdote era figura “sempre presente, a quem todos recorriam a quem todos escutavam com interesse”, disse o presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais. Esta tarde, o Padre António Rego foi condecorado pelo Presidente da República

O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais vai homenagear esta sexta-feira o padre António Rego, no final das Jornadas de Comunicação Social sobre Inteligência Artifical, que começaram esta tarde em Fátima.
“O padre Rego foi uma espécie de pai da presença da Igreja na comunicação social. É uma figura que nos habituámos a ter nestes encontros e teremos ocasião de amanhã lhe agradecer uma vida de padre dedicada a este mundo da comunicação”, disse esta tarde, no início dos trabalhos, D. Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais da Igreja.
“Teremos amanhã oportunidade de o homenagear e agradecer toda uma vida dedicada a este mundo da comunicação e uma vida de padre dedicada a este mundo da comunicação” enfatizou o prelado que é bispo do Funchal.
O sacerdote açoriano, que este ano cumpre o 60º aniversário da sua ordenação, será homenageado numa tertúlia a três moderada por Paulo Rocha, diretor da Agência Ecclesia.
Um dos oradores será Carlos Liz, que acompanhou a fundação da TVI, e considera que o padre António Rego, “nasceu para comunicar”, elogiando o percurso do sacerdote e jornalista.

“António Rego nasceu para comunicar. Para ele a comunicação é um estado natural e permanente de estar no mundo e, precisamente por se tratar de estar no mundo exige saber e escala”, disse à Agência Ecclesia.

Carlos Liz destaca que o sacerdote açoriano estudou Comunicação “em geografias culturais de referência e vanguarda no seu tempo”, como em França, como faz questão de “disseminar o seu saber e aprender com os alunos na Universidade em Portugal”.

“Para a Igreja, António Rego é um valioso ativo feito de brilhante sensatez, conseguindo compreender e, por isso, comunicar como é importante distinguir o essencial do acessório”, acrescentou o antigo diretor de Marketing da TVI.

Carlos Liz e José Lopes Araújo, da RTP, vão participar na tertúlia com o padre António Rego, com moderação de Paulo Rocha, diretor da Agência Ecclesia.

“O sacerdócio interpretado por António Rego é um concentrado denso e vibrante da interação entre Deus e os homens. O padre convoca todos os recursos disponíveis para a sua missão”, salientou Carlos Liz.

“No altar, no estúdio, no exterior é sempre um sacerdote que ali está, e assim o reconhecemos. António Rego e a câmara, como extensão natural do braço torna-se um convite irresistível para fazermos parte do seu olhar sobre as coisas”, exemplificou o especialista em estudos de mercado e de opinião, que foi diretor de Marketing da TVI, entre 1992 e 1996, quando o canal de televisão, o “4”, estava ligado à Igreja Católica em Portugal.

Natural das Capelas, na Ilha de São Miguel, onde nasceu em 1941, o padre António Rego foi ordenado sacerdote no dia 21 de junho de 1964, iniciando o seu ministério em Angra do Heroísmo, até ser enviado para trabalhar na comunicação social, em Lisboa.
Ao longo de mais de 50 anos como padre e jornalista, o padre Rego foi autor dos programas “Hoje é domingo”, “Nota do Dia”, “Meditando”, “Diálogo com os que Sofrem”, “Esquema XIII”, “Verdade e Vida”, “Andar faz caminho”, “Toda a Gente é Pessoa”, “O homem sem tempo”, “Alfa e Omega”, “70×7”, “Palavra entre palavras”, “Reflexo”, “Oitavo Dia”. Primeiro na rádio e nos jornais, na Diocese de Angra, o sacerdote trabalhou na Renascença, entre 1968 e 1975, e, até 1992, nos jornais nacionais, nos canais nacionais da rádio e na televisão públicas, no cinema, nas cooperativas audiovisuais e no Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

Convocado desde o início para o projeto TVI, iniciou como diretor de informação da estação que começou as emissões em fevereiro de 1993 e nela continuou como coordenador de programas religiosos, da transmissão da missa e depois como autor, produtor e realizador do programa “Oitavo Dia”.

O regresso à direção do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, em 1996, correspondeu também à conclusão do diálogo entre as confissões religiosas radicadas em Portugal para uma presença conjunta na rádio e na televisão públicas, com o programa “A Fé dos Homens”, primeiro na RTP2, desde 15 de setembro de 1997, e depois na Antena, a partir dia 1 de novembro de 2009.

Após 23 anos de colaboração na TVI e 52 anos de trabalho pastoral realizado a partir da Diocese de Lisboa, onde se incardinou e era cónego da Sé Patriarcal, o padre António Rego regressou aos Açores em fevereiro de 2020, no início da pandemia, encontrando-se a residir com a família.

Foto: Presidência da República

Esta tarde, o sacerdote açoriano foi condecorado pelo Presidente da República com a Comenda da Ordem do Infante.

De acordo com a informação no portal da Presidência da República, “a Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores”.

(Com Ecclesia)

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