Os sete sacerdotes que compõem o grupo e a filarmónica serão dirigidos por Cristina Ventura e Marco Torre
Já cantam juntos há dois anos neste projecto intitulado Laudum Dei mas juntar estas vozes com uma banda, aproveitando todos os recursos instrumentais da filarmónica “tem sido um desafio e tanto” refere a maestrina Cristina Ventura.
“Este é um grupo de padres, raramente saímos do canto litúrgico e todos os concertos estão sempre centrados na música sacra; este concerto pura e simplesmente sai do âmbito da música sacra” afirma a responsável pela direção artística do grupo, que já realizou seis concertos.
O grupo coral Laudum Dei junta-se à filarmónica Banda Fundação Brasileira para apresentar um programa que inclui peças musicais do cancioneiro tradicional e regional, no próximo dia 4 de outubro, às 21h30 no teatro Micaelense em Ponta Delgada.
O Coro Laudum Dei surge por iniciativa da sua diretora artística, Cristina Ventura, que, ouvindo vários padres a cantar nas celebrações, idealizou um grupo formado por aquelas vozes a cantarem em conjunto. O coro é formado por oito sacerdotes, padre Bruno Espínola, padre Carlos Simas, padre Eurico Caetano, padre João da Ponte, padre. Rúben Sousa, padre Tiago Tedéu e padre Vítor Medeiros.
“São sete homens muito diferentes, com fortes personalidades, inteligentes” mas “que “não são cantores profissionais e têm agendas complicadíssimas, que nenhum de nós sequer imagina” refere Cristina Ventura. Mas, “tem sido muito desafiante conjugar tudo e sobretudo porque eles aceitam muito bem as minhas correções. No fundo todos queremos muito que corra bem” refere, ao sublinhar que este concerto no Teatro Micaelense é assim “o concerto”.
“Temos cantado em Igrejas mas agora é numa das maiores salas de espectáculo da região e isso faz diferença. Sentimos a pressão” refere lembrando que estão todos empenhados em ir ao encontro das expectativas.
“Ter sete padres a cantar com uma filarmónica é inédito e por isso há uma natural curiosidade que tem feito com que a procura seja grande. Arriscamo-nos a ter casa cheia e isso é muito bom”, diz ainda com um brilho nos olhos próprio de quem sabe que está a inovar.
“Até vermos a nossa cara nos outdoors e na publicidade da sala de espectáculos não tínhamos bem a noção do que isto era, ou no que se tinha transformado”, refere, com a voz meio embargada.
“Quando cantámos na tomada de posse do senhor D. Armando alguém nos dava os parabéns pelo ineditismo do grupo. Agora vamos um bocadinho mais longe. A evangelização, que se faz pela música, também se faz fora da Igreja”, refere destapando já um pouco do véu relativo ao repertório, muito direcionado para o louvor a Maria.
O grupo de resto nasceu no dia 1 de maio de 2021.
“Vamos interpretar vários estilos: fado, música ligeira, música dos festivais… Há muitos arranjos próprios e feitos para este concerto, que anda a ser preparado há mais de um ano. Há muito trabalho aqui desenvolvido da minha parte e da parte dos sacerdotes, que não sendo profissionais estão muito empenhados”.
Parte do repertório passa pela adaptação de músicas do padre Marco Frisina, compositor Italiano.
De entre os concertos já realizados, todos à volta de música litúrgica, destaque para esse momento de execução do Akathistos, uma das mais belas composições marianas do rito bizantino, na qual se canta o mistério da encarnação salvífica do Verbo de Deus, desde a anunciação até à parusia, contemplando a Virgem Mãe indissoluvelmente unida a Cristo e à Igreja. Composto pouco depois do Concílio de Calcedónia (451), apresenta em forma de síntese orante, tudo o que a Igreja dos primeiros séculos acreditou e exprimiu sobre Maria em declarações do magistério e no consenso universal da fé.
No concerto no Teatro Micaelense, os sacerdotes ainda terão a companhia de alguns dos coros que animam as celebrações litúrgicas nas paróquias a onde servem.
Os bilhetes podem ser adquiridos online ou na bilheteira do Teatro Micelense.