Os dois sacerdotes receberam a distinção no dia em que Angra assinalou os 490 anos de elevação a cidade
Os cónegos Hélder Fonseca Mendes e Francisco Dolores foram agraciados esta quarta-feira com o diploma de reconhecimento cívico por parte da Câmara Municipal de Angra. A distinção, atribuída no dia em que se assinalaram os 490 anos de elevação a cidade, visa reconhecer publicamente o contributo destes dois sacerdotes na vida desta cidade.
Ambos são membros do Cabido da Catedral e desenvolveram todo o seu ministério sempre ligado à cidade Património da Unesco.
O Cónego Francisco Dolores está a celebrar este ano o 50º aniversário da sua ordenação. Durante estes 50 anos de sacerdócio foi Vigário Cooperador das Lajes, Pároco de Santa Barbara e Doze Ribeiras, Pároco da Terra Chã, Posto santo e São Bartolomeu. Foi ainda Pároco e Reitor do Santuário de Nª Sª da Conceição , tendo promovido as comemorações dos 450 anos de elevação a Paróquia e restaurado a Confraria de Nª Sª da Conceição. Foi também chefe de redação do jornal A União e fundador do Renovamento Carismático Católico de Angra, assistente do Conselho Central das Conferências Vicentinas, do Movimento da Mensagem de Fátima e assistente da Cáritas da Ilha Terceira.
Já o cónego Hélder Fonseca Mendes é sacerdote há 36 anos. Foi pároco da Ribeirinha , na ilha Terceira, Diretor do Secretariado Diocesano da Educação Cristã, Vice – Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, Ouvidor da Ilha Terceira e Juiz da Irmandade de S. Pedro ad Vincula. Foi pároco da Sé durante 24 anos, 18 dos quais acumulando com o cargo de Vigário-geral. No tempo da Sede Vacante, entre novembro de 2021 e janeiro de 2023, data da entrada do 40º bispo de Angra, foi Administrador Diocesano. É Capelão Magistral da Ordem Soberana e Militar de Malta. É licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), tendo feito a especialização em Teologia Prática pelo Instituto Superior de Pastoral de Madrid, onde foi certificado com Aptidão Pedagógica. É doutorado em Teologia pela Universidade Pontifícia de Salamanca (Diário da República II Série nº. 164, 26/8/2005) e Investigador Integrado do Centro de Estudos de Culturas e Religiões da UCP.
Além dos dois sacerdotes foram homenageadas mas de duas dezenas de individualidades, numa cerimónia nos Paços do Concelho que contou com uma conferência do cónego João Maria Mendes, presidente do Instituto Histórico da ilha Terceira , sobre “Angra: de Vila a Cidade Episcopal”. Foi, ainda, lançado o selo “Açores em Festa”.
Angra foi elevada a cidade por carta régia, passada em Évora, por D. João III, a 21 de agosto de 1534, três meses antes de ser criada a diocese, pela bula Aequum reputamus, de 5 de Novembro de 1534. Esta elevação a cidade ficou a dever-se aos muitos serviços prestados pelos seus moradores em prol das armadas e das naus da Índia, que entendeu o monarca justificava que Angra detivesse as mesmas liberdades e privilégios das outras cidades do Reino. Angra foi, então, a primeira cidade dos Açores.