Festa de Nossa Senhora do Carmo na Horta marcada por uma vincada exortação à oração

Foto: Igreja Açores/Fernando Manuel

Dia foi celebrado com duas missas: uma presidida pelo bispo e outra evocativa da ordem Terceira do Carmo, com Carmelitas do Faial e do Pico, presidida pelo reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso

O bispo de Angra desafiou os faialenses, na festa de Nossa Senhora do Carmo celebrada esta terça-feira na Horta, a não criarem “um Deus à medida” mas a viverem segundo a sua vontade, imitando Maria que sempre O seguiu e O anunciou com “disponibilidade” e “fidelidade”.

Ontem como hoje, é preciso não criar um Deus `feito à medida´, para uso próprio, à nossa imagem e semelhança. Também hoje importa perguntarmo-nos: em que Deus acredito? Alguém que queremos que faça a nossa própria vontade ou um Deus a quem procuramos amar e viver a Sua vontade?” interpelou D. Armando Esteves Domingues, numa celebração em que participaram especialmente os Carmelitas da Ordem Terceira do Carmo, da Horta.

O prelado centrou a sua reflexão sobre a liturgia no papel de Maria na história da salvação, como mãe de Jesus e mãe da humanidade, lembrando que a oração é fonte de “fecundidade” para a apostolado cristão.

“A verdadeira fecundidade do apostolado cristão está na oração(…). Só a oração dá espaço a Deus na nossa vida e na história do mundo: e com Deus tudo é possível”, afirmou.

Por isso, deixou uma prece: “Senhora do Carmo, ensina-nos a rezar e a dizer `sim´ junto à cruz de cada dia, à vontade de Deus como fez o teu filho ao abandonar-se nas mãos do Pai. Ajuda-nos a ver nos acontecimentos a mão providente do Pai”.

E, prosseguiu: “Ensina-nos a levar-te connosco todos os dias para casa como João. Ensina-nos a participar na tua maternidade que é a maternidade da Igreja, a amar cada ser humano como a um filho, a protegê-lo nas fragilidades, a apoiá-lo nas necessidades, a servi-lo sempre e sem reservas”, concluiu.

A festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo foi instituída para comemorar a sua aparição a São Simão Stock, em 16 de julho de 1251, dia em que lhe entregou o escapulário que continua atual ainda hoje.

Na cidade da Horta é uma das mais importantes festas, que regressou à sua Igreja em 2018 depois dos trabalhos de recuperação na Igreja, especialmente na Capela da Ordem Terceira Carmelita.

A festa conta sempre com procissão, mas devido às condições meteorológicas foi cancelada previamente. De manhã, a missa presidida pelo Reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso, do Pico, foi especialmente participada por Carmelitas da ilha Montanha e do Faial, onde existe o maior número de irmãos.

A partir do relato das Bodas de Canã, o padre Marco Martinho sublinhou a alegria como uma marca dos cristãos, mesmo nos momentos mais difíceis do quotidiano.

“Nunca estamos desamparados nem órfãos porque Maria está sempre connosco”, sublinhou o padre Marco Martinho.

Assim como numa boda há felicidade e alegria também a vida do cristão deve ser pautada por essa confiança na presença de Deus, destacou ainda o sacerdote, pedindo aos cristãos que ouçam Jesus através das “mediações modernas”.

Todos os anos a Igreja celebra no dia 16 de julho a festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo. O termo Carmo (vinha) aponta o lugar de origem da devoção a Virgem Maria com este título, o monte Carmelo, na cidade de Haifa, em Israel. Segundo a tradição, foi nesse monte que o profeta Elias viveu, e também, no século XII, um grupo de cruzados deu início a uma vida eremita e solitária, dando início à Ordem Carmelita sob o patrocínio da Virgem Do Monte Carmelo, chamados também dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

A devoção a Nossa Senhora do Carmo e ao seu escapulário é muito difundida não só pelos membros da Ordem Carmelita, mas também pelos Papas e por tantos santos que sempre traziam consigo o Santo Escapulário. São João Paulo II nutria uma particular devoção ao Escapulário da Virgem do Carmo e tinha por este título de Nossa Senhora um grande respeito. Aliás, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sacramental, é um sinal externo de devoção Mariana, buscando-se nele a proteção de Nossa Senhora como um escudo e, ao mesmo tempo, ser chamado a imitar as virtudes de Maria.

(Com Vatican News)

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