Acampamento de Núcleo do CNE realiza-se em Água D´Alto 8 anos depois

 

Escuteiros de 25 agrupamentos de São Miguel participam no ACANUC, em Água D´Alto

O VIII Acampamento de Núcleo (ACANUC) do CNE de São Miguel vai realizar-se de 21 a 29 de julho, na zona de Lagos, em Água D´Alto, reunindo 867 escuteiros de vários grupos etários, num acampamento que já não se realiza há 8 anos.

“A pandemia, o Jamboree da ilha Terceira e a JMJ adiaram um encontro que habitualmente decorre de quatro em quatro anos” afirmou ao sítio Igreja Açores o chefe Paulo Mota, responsável pela Junta de Núcleo do CNE na ilha de São Miguel.

Os escuteiros, que pertencem a 25 agrupamentos dos seis concelhos da ilha, entrarão no campo em momentos diferentes. Os primeiros serão os jovens adultos, mais velhos, que  depois de fazerem as atividades próprias da sua faixa etária, acompanharão os mais novos, nomeadamente os lobitos, que só estarão em Água D´Alto de 26 a 28 de julho.

“Este é o problema maior que enfrentamos nos escuteiros: a dificuldade em cativar jovens adultos. Antes da pandemia o grupo dos 14 aos 18 anos de idade era o que mais crescia; depois da pandemia é o que está em maior decréscimo e isto não é bom pois dificulta a formação de jovens líderes adultos. Onde estamos a verificar um grande crescimento é nas camadas mais jovens, mas demora mais tempo a formação”, refere Paulo Mota ao explicar que o VIII ACANUC vai ser construído “por todos, cada um com uma tarefa especifica”.

“Os mais velhos chegam mais cedo para desenvolverem as suas atividades e depois ajudarem-nos a tomar conta dos mais pequenos”, explica lembrando que este também “é um desafio”.

“Quem participa num acampamento tem de ter esta capacidade de se adaptar. O escutismo é isto: preparar para a dificuldade, preparar para ganhar resiliência” afirma o dirigente que admite que “quem participa gosta; o maior problema é fazer com que os jovens saiam do conforto do sofá. Era preciso um empurrão dos pais”.

“Vivemos o problema que atravessa toda a sociedade”, diz.

Cada secção terá diferentes tarefas no campo e todos participarão em atividades adequadas às suas faixas etárias. Entre jogos de praia, atividades na orla marítima onde farão limpeza, trilhos pedestres, atividades na marina, “haverá sempre ocupação” refere.

“Os jovens vão por em prática o que aprenderam ao longo do ano inteiro desde a construção, as refeições, a mesa, o oratório, o pórtico de entrada, sinais de pista. Mas, o mais importante é mesmo o convívio entre os escuteiros de toda a ilha. Isso cria uma camaradagem ímpar que levam para o resto da vida”, refere.

“No acampamento encontram aquilo que não encontram num concerto ou num festival de música de verão porque além dos valores que aprenderam durante o ano e que vão exercitar no campo há um espírito de entreajuda, uma camaradagem que não se encontra noutros locais”, esclarece ainda.

“Eu hoje sou o que sou porque sou escuteiro”, refere com entusiasmo.

“O ponto alto será a Eucaristia do dia 27 de julho, às 21h00, que será presidida pelo bispo de Angra seguindo-se depois um Fogo de Conselho”, refere o dirigente.

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