Iniciativa já anunciada foi lançada esta sexta-feira
O Grupo VITA, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para acompanhar casos de violência sexual na Igreja Católica, acaba de lançar esta sexta-feira o “Kit VITA”, um recurso “muito prático” que oferece “um roteiro de formação, organizado por módulos, por temas, com atividades práticas”, para assegurar ações formativas de estruturas da Igreja, informa uma nota enviada ao Igreja Açores.
“O KIT VITA é um recurso complementar ao Manual de Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adultos Vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal (publicado em dezembro de 2023) e está a partir de hoje disponível no site do Grupo VITA (https://grupovita.pt/wp-content/uploads/2024/06/KIT-VITA_versao-final.pdf),
pretendendo-se que seja um recurso acessível a todas as estruturas eclesiásticas”, destaca a nota.
O Kit irá ajudar a organizar e estruturar a informação, “que tipo de exercícios ou de dinâmicas” podem ser feitas nas ações formativas.
“O KIT VITA apresenta um roteiro formativo com uma proposta de ações de capacitação de natureza mais ativa. Pretende ser um recurso prático que facilite a promoção de boas práticas, podendo ser utilizado por agentes formativos na dinamização de ações de capacitação dirigidas a padres, diáconos, religiosas, agentes pastorais, elementos de IPSS católicas e demais estruturas eclesiásticas, auxiliando na estruturação e uniformização dessas ações sobre a temática da violência sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal” refere-se ainda.
Estas ações de capacitação têm como objetivo aumentar conhecimentos e promover competências para saber identificar, reagir e prevenir situações de violência sexual, providenciando aos participantes a oportunidade de contribuir para uma cultura de maior proteção e cuidado.
Na passada semana, em conferência de imprensa este grupo de trabalho defendeu a criação de uma estrutura nacional que assegure apoio gratuito especializado para vítimas de crimes sexuais.
Para Rute Agulhas, deveria existir “uma estrutura transversal, gratuita, de especialistas nesta área que possa ajudar estas pessoas”, com expressão verdadeiramente nacional e com profissionais com formação em situações traumáticas.
A psicóloga reafirmou também a necessidade de um estudo transversal das situações de abuso sexual em Portugal, que não circunscrito à Igreja, algo já defendido no passado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht.