Intervenção foi suportada maioritariamente pela comunidade paroquial.
A Igreja Paroquial de Santo António, no concelho de Ponta delgada, Ouvidoria de Capelas, vai reabrir esta sexta feira ao culto, depois de dez meses de intervenções variadas, informa uma nota paroquial a que o Portal da Diocese teve acesso hoje.
A intervenção passou pela substituição do pavimento, que já tinha mais de 50 anos, conservação e restauro dos altares bem como a renovação de todo o sistema de eletricidade dentro deste lugar de culto, situado na costa Norte no concelho de Ponta Delgada.
As obras foram “na sua maioria” suportadas financeiramente “pelo povo de Santo António e pelos seus emigrantes” adianta, ainda a nota assinada pelo atual pároco Horácio Dutra, referindo também o apoio financeiro de algumas instituições.
A reabertura da Igreja, neste dia, insere-se no âmbito das comemorações do Santo Popular que dá nome à freguesia, que começam às 5h00 da manhã com a Bênção de Máquinas Agrícolas; segue-se a Alvorada e, depois, a Bênção das “Pastas dos Finalistas” da Escola EB1/JI de Santo António. Às 19h00 realiza-se a Bênção de Viaturas e às 20h30 celebra-se a solene Eucaristia em honra de Santo António. Segue-se depois um convívio no salão paroquial.
Não é possível datar com precisão a criação da igreja paroquial de Santo António, do mesmo modo que não há possibilidade de identificar com exatidão a data da criação da freguesia de Santo António.
No entanto, de várias leituras comparadas infere-se que a construção deste lugar de culto é anterior a 1524, pois nessa altura já existia igreja com sacerdote que, prestava assistência religiosa a parte das comunidades de Capelas, Santo António e grande parte da atual Bretanha.
Um destes documentos que fala deste tempo é a obra “Saudades da Terra” do Gaspar Frutuoso, no seu livro IV, 3.º Volume, que se referia à freguesia de Santo António dizendo, “… e logo sae uma ponta pequena ao mar onde está o logar de Santo António, assim chamado por ter a Igreja paroquial do mesmo Sancto…”.
O primeiro vigário de Santo António terá sido Afonso de São Pedro, que era frade dos Lóios, o segundo João Rodrigues ou Roiz, do qual se sabe que esteve na freguesia como cura em 1526/27 e o terceiro João Soares da Costa, de acordo com a investigação desenvolvida por Miguel Soares Silva, natural deste lugar e autor de uma monografia da freguesia.
Das várias alterações que a Igreja paroquial sofreu, destacam-se os melhoramentos promovidos entre 1712 e 1730 e um pouco mais tarde, entre 1741 e 1747.
No início do século passado, sob a gerência de Albano Maciel, figura grande da história de Santo António, “promoveram-se importantes obras de restauro e ampliação, destacando-se a colocação, na frente do templo, de três painéis de azulejo da autoria de Jorge Colaço, estas obras, de acordo com inscrição existente no lado Sul do edifício, terão ficado concluídas em 1914”.
No final do século XX, e sob a orientação do pároco, o Pe. David Botelho do Couto, foi substituída a cobertura e o revestimento das paredes que eram de barro, passando-as a cimento. Na mesma altura foram retocados os altares de talha dourada, bem como os tetos e as imagens.