O bispo de Angra é o convidado do programa de Rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo depois do meio dia na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra
Na véspera do dia em que começa o encontro anual de padres jovens, a uma semana do conselho Pastoral diocesano e depois de uma visita Ad Limina, a primeira do seu episcopado, D. Armando Esteves Domingues vai à rádio- Antena 1 Açores e Rádio Clube de Angra, bem como uma rede de rádios da diáspora açoriana- e sublinha a necessidade de uma igreja atenta aos problemas do mundo, centrada em Deus e que saiba atualizar a sua linguagem sem esquecer a mensagem de Jesus.
“O problema da transmissão da fé, que exige novas linguagens e novas experiências- de vida e de comunhão- é transversal às igrejas diocesanas portuguesas e também a muitas da Europa, embora Portugal e os Açores em particular ainda sejam “uma espécie de micro clima”.
“A pobreza, as misérias humanas, as respostas que o mundo precisa e que temos de atualizar nas nossas respostas enquanto corpo, exige uma atenção especial” refere o bispo de Angra.
“Percebemos que há uma crise dentro da igreja, dificuldades em viver com a realidade… Há crises profundas na Alemanha, na França e na Espanha. Portugal não é excepção mas, ainda assim, a nossa situação é diferente, tal como nos Açores onde ainda há uma linha condutora na transmissão da fé, onde ainda vamos tendo algumas vocações- consagradas e laicais-, mas temos de trabalhar mais” refere o prelado diocesano, uma semana depois do regresso de Roma naquela que foi a primeira visita ad limina que efetuou ao Vaticano como bispo.
“Foi uma belíssima experiência de Igreja; desde logo uma semana com os bispos portugueses. Por outro lado, quando fui disse que não ia sozinho. Levei comigo homens e mulheres que ficaram na diocese. E todos os dias rezava por todos. Sentia que também estavam comigo” confessou D. Armando Esteves Domingues ressalvando que o lugar também foi sugestivo.
“Viver esta experiência de Igreja em lugares que falam muito… A Igreja é de sempre mas estar nas basílicas de São Paulo, de São Pedro, de São João de Latrão e de santa Maria Maior e Santo Antonio dos Portugueses, até à proximidade dos apóstolos é algo diferente. Somos de Jesus mas também somos dos Apóstolos e somos de todos. Se Pedro não estivesse, eu não estivesse e os outros não estivessem, não seria a mesma coisa. Esta comunhão foi muito importante” disse ainda o bispo insular.
Por isso, conclui: “Foi uma experiência humana estupenda, espiritual maravilhosa e para o futuro a certeza de que na simplicidade do meu batismo e no meu ministério continuar a ser discípulo de Cristo”.
Nesta entrevista que vai para o ar este domingo depois do meio-dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, o bispo de Angra fala ainda do encontro dos padres jovens, com menos de 10 anos de ordenação, que começa esta segunda-feira em São Jorge e do Conselho Pastoral Diocesano que decorre entre 8 e 10 de junho em Ponta Delgada.
“Estes homens- padres novos- são pescadores de redes. Vamos pensar o padre nas redes, as oportunidades, as dificuldades; a internet é como aprender uma língua”.
“Um dos grandes erros é acharmos que nascemos digitais. Precisamos de estudar a rede e estudar-nos dentro delas”, afirma.
Por outro lado, “há muita vontade de ouvir os leigos: é um exercício de paciência; é um sacrifício que vale a pena”, concluiu.
A entrevista vai para o ar este domingo, depois do meio dia, aqui, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.