“Desejo que este congresso nos ajude a preparar melhor a eucaristia para além do preceito dominical”- padre Bruno Esteves Rodrigues

 

Foto: Agência Ecclesia

Sacerdote faialense participa no V Congresso Eucarístico Nacional em Braga, onde estão mais seis açorianos

O padre Bruno Esteves Rodrigues considera que o Congresso Eucarístico Nacional, que começou esta manhã em Braga, é um momento de “revitalização” da vida da Igreja e de “compreensão” da eucaristia para além do rito.

“Este congresso é muito importante para revitalizarmos a vida da Igreja e não olhar para a Eucaristia como algo mecânico e ritual, mas sobretudo um encontro pessoal” afirmou o sacerdote faialense ao Sítio Igreja Açores.

“Por vezes falta-nos esta consciência de  que a eucaristia é um encontro com alguém que está vivo”, afirmou ainda o sacerdote.

“Estamos a ouvir coisas que já todos sabemos mas é importante que nos lembremos sempre  de que o domingo não é apenas um dia de preceito mas de encontro pessoal com quem nos ama e nos conhece”, disse ainda o sacerdote que espera que os trabalhos deste congresso possam revitalizar a adoração nas comunidades.

“Precisamos de preparar melhor as eucaristias; a Eucaristia não é um ato leviano.

O meu desejo seria que deste congresso pudesse sair uma vontade de trazer mais qualidade  a celebração eucarística; preparar bem este momento”.

“Falta-nos esta consciência de viver a Eucaristia como se fosse a primeira vez, a única vez e a última vez” não num sentido “pietista mas de fortalecimento”.

O sacerdote que é padre dos Cedros e de Pedro Miguel, na ilha do Faial, considera que a Eucaristia “é festa” e numa festa “sobretudo de aniversário há sempre bolo e todos são convidados a prová-lo” porque “foram convidados e podem comê-lo”.

“A Eucaristia não é prémio para os santinhos e perfeitos; a eucaristia é remédio para quem está doente e não podemos fechar a porta a quem precisa deste acol “Reconheceram-no ao partir do Pão”.

D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), recordou na sessão de abertura os que sofrem com a “falta de pão”, em Gaza e nas várias guerras, e a as crianças que morrem de fome no mundo”.

“A Eucaristia é exigente, não é apenas um rito”, assinalou o bispo de Leiria-Fátima, na abertura dos trabalhos que decorrem no Fórum Braga, convidando à reflexão sobre “o pão da vida, o pão da cultura, o pão da dignidade e da justiça”

Para o presidente da CEP, este congresso acontecer “num mundo em “vertiginosa transformação”, destacando que a Igreja “despertou para uma nova compreensão da sua essência e missão”, em particular após o Concílio Vaticano II (1962-1965).

“Celebrar a Eucaristia tem a ver com todo este ser Igreja no meio do mundo”, observou.

Para D. José Ornelas, a mudança na conceção da Igreja tem “reflexo direto na forma de celebrar a fé”.

“A Eucaristia é o local do serviço”, declarou, aludindo ao processo sinodal em curso, por iniciativa do Papa Francisco.

O presidente da CEP considerou que os três dias do congresso são uma oportunidade para “interrogar-se sobre estes temas que estão diretamente ligados ao significado e papel transformador da Eucaristia”.

D. José Cordeiro, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, falou nesta sessão de abertura, saudando um “marcante congresso eclesial”.

“A Eucaristia é para todos, depende de nós que seja cada vez mais de todos”, desafiou o responsável católico.

Foto: Capela do Santissimo no Forum de Braga

O especialista aludiu ao desenvolvimento das devoções eucarísticas, no século XII, que se aprofundaram no século XIX, em volta da “presença real” de Jesus.

Para o arcebispo primaz, este congresso no ano da oração, convocado pelo Papa, entre a JMJ Lisboa 2023 e o Jubileu de 2025, deve ajudar a “melhorar a qualidade das celebrações” e a “caridade com os necessitados, que parte da Eucaristia”.

D. José Cordeiro deixou a proposta de repetir o CEN, com uma periodicidade de 10 em 10 anos, nas várias dioceses portuguesas, agradecendo a todos os que “sonharam e acreditaram nesta aventura eucarística”.

A iniciativa acontece na arquidiocese minhota, 100 anos depois da sua primeira edição, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.

De acordo com a organização estão inscritas cerca de 1400 pessoas, com representação de todas as dioceses de Portugal, quatro cardeais e 30 bispos, sendo esperado “um elevado número de pessoas” na Eucaristia de Encerramento no Santuário do Sameiro.

D.Ivo Scapolo, núncio apostólico em Portugal, destacou a “estreita comunhão” do país com o Papa, visível na recente visita ‘Ad Limina’ dos bispos ou na JMJ Lisboa 2023.

“Que este Congresso seja uma momento de graça para reavivar a nossa fé”, desejou, apelando a ações de “proximidade” com as pessoas mais necessitadas.

Olga Pereira, vereadora da Câmara Municipal de Braga, destacou, por sua vez, a “forte presença da Igreja Católica” na cidade.

“A história de Braga confunde-se com a cristianização da Península Ibérica”, declarou.

D. Delfim Gomes, bispo auxiliar de Braga, presidiu ao momento de oração inaugural, convidando os participantes a empenhar-se por um mundo “mais justo e fraterno”, inspirados pela celebração da Eucaristia.

 

(Com Ecclesia)

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