Depois da reunião com o Dicastério para a Evangelização, D. Armando Esteves Domingues fez um balanço da visita a Roma e aponta baterias ao Conselho Pastoral Diocesano, que se se realiza em junho
O bispo de Angra defendeu hoje um maior diálogo entre a Igreja e a sociedade de forma a que a missão dos cristãos possa ser encarnada nas necessidades da sociedade atual açoriana, marcada por tantas realidades sociais adversas como “a pobreza ou o abandono escolar”.
“Não conseguimos mudar os pobres, cada dia parece que há mais na rua, nós encontramo-nos com eles em cada esquina já, sobretudo nas cidades maiores, mas também há tanto abandono escolar, a questão das drogas sintéticas e não só, mas que neste momento matam a juventude açoriana em tantos lugares. Portanto, nós temos que perceber como é que, em conjunto e em diálogo com as instituições e com as pessoas que estão no terreno, como é que nos podemos evangelizar para irmos em saída ao encontro dessas pessoas e dessas realidades concretas” referiu D. Armando Esteves Domingues.
Segundo o prelado diocesano a Igreja tem que ter a “humildade de se colocar de joelhos para se converter” e colocar-se “face a face com os irmãos para dialogar”.
“Há toda uma necessidade de encarnação, de ser concreto, de tornar a evangelização uma arte, uma arte de caminhar com o outro”, realçou já de olhos postos no Conselho Pastoral Diocesano que se realizará na diocese entre 8 e 10 de junho.
“Temos de encontrar novas formas e espaços de corresponsabilização” adianta o prelado, que identifica a “ríquissima religiosidade popular única em força e capacidade evangelizadoras” que é própria dos Açores, e que nos pede “que nos ouçamos para em conjunto tornarmos este Cristianismo tão enraizado nas devoções populares num intrumento de evangelização”, refere ainda o bispo insular.
“Este é um dos muitos desafios da sinodalidade que temos vindo a desenvolver na região”, refere ainda.
“Há toda uma necessidade de encarnação tornando a evangelização uma arte de ser com o outro” afirma ainda o prelado que não esconde a frustração pelo facto da Igreja não ter sido capaz, até agora, de “chegar ao mundo” da “forma como deveria chegar”.
“Temos de sair, estar face a face com os irmãos; se eu não conheço os irmãos, não tenho grande coisa para lhes oferecer” conclui.
Os bispos de Portugal iniciaram no dia 20 a visita ‘Ad Limina’ aos organismos da Santa Sé, que decorre até esta sexta-feira, quando acontece a audiência com o Papa Francisco.
(Com Ecclesia)