Responsável pelo “ministério” da Educação do Vaticano diz que missão dos docentes deve ser “mais acarinhada”
O prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé) pediu um maior reconhecimento para a missão dos
professores, sustentando que a mesma precisa de ser “mais acarinhada”.
“É verdade que os professores foram deixados sós e que o seu papel social tão decisivo não é reconhecido como devia. Muitas vezes os professores veem-se sozinhos a gerir situações de grande complexidade e o esforço que fazem, todo o seu trabalho, no fundo, de transmissão, de abertura, de acompanhamento, de potenciamento dos jovens com quem trabalham, não tem o reconhecimento social ou mesmo das famílias que devia ter”, disse o cardeal D. José Tolentino Mendonça, falando aos jornalistas após a visita de uma representação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
O colaborador do Papa sustentou que a profissão de professor é “uma vocação e uma missão” que “deve ser mais acarinhada”, um dia depois da maioria dos sindicatos em Portugal ter assinado um acordo com o Governo e na vespera do inicio de mais uma semana da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica.
“Todas as condições necessárias devem ser cuidadas para que essa profissão, esse contributo muito grande na formação dos jovens possa acontecer de um modo sereno nas nossas escolas e na nossa sociedade”, acrescentou o cardeal português.
O responsável da Cúria Romana falava após um encontro com bispos portugueses, no âmbito da visita ‘ad Limina’ que está a decorrer esta semana.
Questionado sobre a presença da Igreja Católica em Portugal, no mundo da Educação, D. José Tolentino Mendonça elogiou o papel destas instituições como “interface de diálogo com a sociedade, um diálogo baseado na confiança”.
“Há uma confiança na capacidade educativa da Igreja e isso é de salientar. Depois, a própria Igreja deve encontrar novas formas, novos espaços de acompanhar o campo escolar”, prosseguiu.
O cardeal deu como exemplos o acompanhamento pós-escolar ou os centros de estudo, espaços onde a Igreja deve “investir”, sublinhando que “é muito importante que os jovens não se sintam sós”.
“É importante que os jovens sintam que a Igreja os acompanha, que eles são protagonistas da experiência eclesial, que a Igreja não os deixa sozinhos diante de um futuro incerto, mas está ao seu lado para ajudar a interpretar e a construir o futuro que está a chegar”.
Após a visita de membros da CEP ao Dicastério para a Cultura e Educação, o responsável considerou que esta foi uma “oportunidade muito rica de diálogo, de escuta” sobre “campos privilegiados da ação da Igreja” e “lugares de futuro”.
“Um dos assuntos de que se falou, por exemplo, foi a tradução digital dos conteúdos de algumas disciplinas e de algumas iniciativas da Igreja”, observou.
Os bispos de Portugal realizam desde segunda-feira a visita ‘Ad Limina’, para diálogos com vários organismos na Cúria Romana e, na sexta-feira, dia final da iniciativa, com o Papa Francisco.
De acordo com o Gabinete de Comunicação da CEP, participam na visita ‘Ad Limina’ 20 bispos diocesanos, 5 bispos auxiliares, o bispo eleito de Beja e 2 bispos eméritos e o secretário, padre Manuel Barbosa.
(Com Ecclesia)