Iniciativa de recolha de alimentos decorre nas grandes superfícies das ilhas Terceira e de São Miguel
O Banco Alimentar contra a Fome realiza, nos dias 25 e 26 deste mês, uma campanha de recolha de alimentos e apela à solidariedade dos portugueses.
A campanha que mobiliza mais de 40 mil voluntários tem como mote “A sua ajuda pode ser o que ainda faz falta à mesa de uma família”, lê-se numa nota enviada aos órgãos de comunicação social.
Os Bancos Alimentares das ilhas Terceira e de São Miguel aderem a esta iniciativa, com dezenas de voluntários. Em São Miguel haverá 42 postos de recolha de alimentos e na Terceira são mais de 500 pessoas envolvidas na recolha junto às principais superfícies comerciais.
“Mesmo nos tempos mais dificeis os açorianos são muito solidários” refere Luísa César, responsável pelo Banco Alimentar de São Miguel, a primeira estrutura federada na rede nacional dos Bancos Alimentares já há 28 anos.
“Começou como uma iniciativa da Cáritas nomeadamente através do Padre Weber Machado e hoje é uma estrutura independente. O nossos primeiro grande teste foi o período que se seguiu ao sismo de 98 no Faial e no Pico e desde então temos conseguido corresponder aos inúmeros pedidos que nos fazem” refere a dirigente, lembrando que a grande iniciativa é a angariação de alimentos, que depois são distribuídos junto das entidades parcerias que os fazem chegar às famílias.
“Nós correspondemos a imensos pedidos que v~em dos Centros Paroquiais, das entidades que sinalizam em geral as dificuldades na comunidade. O banco Alimentar não se relaciona diretamente com os utentes” refere ainda.
Na ilha Terceira, este fim-de-semana conhecido como o segundo domingo de Bodo, foi mais difícil mobilizar voluntários mas os jovens, tal como em São Miguel, são “o rosto dos voluntários desta iniciativa”, como disse ao Igreja Açores Alice Enes.
Os portugueses podem doar alimentos em mais de 2.000 superfícies comerciais espalhadas por todo o país e para além da campanha presencial dos dias 25 e 26, a recolha prosseguirá até 2 de junho através dos vales disponíveis nos supermercados e no canal online www.alimentestaideia.pt.
O Banco Alimentar apela ao contributo individual, incentivando à partilha de alimentos que fazem parte da mesa das famílias, consoante a disponibilidade de cada um, numa ação de solidariedade que assume um caráter coletivo, com vista a melhorar a vida de famílias com necessidades.
Para Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, “estas campanhas são muito importantes para recolher alimentos básicos e para mobilizar toda a sociedade, sobretudo numa altura em que a situação continua muito difícil para muitas famílias”.
No ano passado, os 21 Bancos Alimentares ajudaram cerca de 360 mil pessoas com carências alimentares comprovadas em parceria com mais de 2.400 organizações sociais.
O Banco Alimentar sublinha o trabalho e esforço dos voluntários e dos doadores que participam nestas ações e dão assim corpo à criação de uma real rede social de solidariedade e de entreajuda, numa verdadeira manifestação do impacto que a sociedade civil tem para ajudar a resolver alguns dos problemas com que se confronta o país.
Para participar nesta campanha, basta aceitar um saco do Banco Alimentar e colocar nele bens alimentares, de preferência não perecíveis (como leite, conservas, massa, arroz, azeite, açúcar ou farinha), entregando-o aos voluntários à saída.
Os produtos serão depois encaminhados para os armazéns do Banco Alimentar de cada região, onde são pesados, separados e acondicionados para serem entregues às entidades beneficiárias. Pode colaborar através da :
Campanha Saco, com voluntários presentes nas lojas que convidam à participação numa partilha do que vamos comprar para a nossa casa com famílias carenciadas.
Campanha Ajuda Vale, através de vales de produtos selecionados (como azeite, óleo, leite, salsichas e atum). Cada vale representa uma unidade do produto (por exemplo, “1 litro de azeite”, “1 litro de leite”, etc.) e inclui um código de barras próprio, através do qual é efetuado o controlo das dádivas.
Campanha online, através da plataforma www.alimentestaideia.pt que permite a doação de alimentos online e assim a participação na Campanha de pessoas que habitualmente não se deslocam ao supermercado ou que residam fora de Portugal, nomeadamente os emigrantes. O pagamento é feito por Multibanco, tal como com qualquer outro pagamento de serviços ou compra online, ou cartão de crédito, usando a referência e o código que são enviados automaticamente por correio eletrónico, assim como o recibo de donativo com relevância fiscal, concluída a doação.
O Banco Alimentar foi criado em Portugal em 1991 com a missão de lutar contra o desperdício e prestar apoio a quem mais precisa de se alimentar, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário. Existem atualmente 21 Bancos Alimentares (nas zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria – Fátima, Lisboa, Madeira, Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo e Viseu). A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares representa e congrega a rede dos Bancos Alimentares a nível nacional e internacional.
(Com Ecclesia)