Bispo de Angra exorta comunidade de Vila Franca a ser “viva e promotora dos valores da caridade, do respeito e do apoio aos mais necessitados”
O bispo de Angra afirmou esta manhã na concelebração a que presidiu em Vila Franca do Campo, por ocasião da festa de São Miguel Arcanjo, que quem quer viver como cristão tem o dever diário de lutar contra o mal.
“O arcanjo luta contra o dragão, como a humanidade lutou contra a serpente e nós hoje somos convidados diariamente a lutar contra o mal” afirmou D. Armando Esteves Domingues.
“A primeira luta contra o mal é travada dentro do coração de cada um de nós” disse o prelado lembrando que “o maligno, a cobiça, a suspeita, a concupiscência, a guerrilha ou a inveja” são “males que habitam em nós todos, todos, todos”.
Esta “guerrilha espiritual transborda depois na família, no trabalho e na amizade”, referiu ainda pedindo à comunidade de São Miguel Arcanjo, em especial, que tal como o seu padroeiro lute permanentemente “contra o mal” e promova “os valores da caridade, do respeito e do apoio aos mais pobres”.
“Busquemos todos a santidade”, disse o bispo de Angra pedindo uma comunidade onde cada um “seja uma pedra viva do templo”.
Invocando a história e a resiliência deste povo fustigado por vulcões e terramotos, D. Armando Esteves Domingues pediu a mesma força para construir uma igreja viva.
“Mais difícil do que construir ou reconstruir a Igreja é mantê-la viva e para isso todos somos fundamentais. Nunca podemos descartar-nos pois sem cada uma das suas pedras a Igreja não é a mesma”, disse o prelado que preside pela primeira a esta festa que celebra São Miguel Arcanjo que é além de padroeiro da Vila, antiga capital da ilha é também o padroeiro de São Miguel.
“A vossa festa é também a festa da ilha”, referiu pedindo corações disponíveis para promover “a integridade e a unidade”, depois de fazer uma menção ao Dia Mundial das Comunicações Sociais da Igreja que hoje se comemora.
No final da celebração, os bombeiros formaram no adro da Igreja e foram impostas algumas insignias de mérito a elementos da corporação.
A festa de São Miguel Arcanjo tem como alto a Procissão do Trabalho.
A procissão que chegou ao século XXI integra doze imagens dos oragos de diferentes ocupações e profissões, tradicionais ou adicionadas na época contemporânea, que precedem o andor do Arcanjo(o 13º andor) são enfeitadas e transportadas em nome das atividades seguintes: São Pedro Gonçalves e o seu barco, pescadores; Santo Antão, lavradores; Santo António, oleiros; São Nuno de Santa Maria, o Condestável, profissionais liberais; Santa Catarina de Sena, barbeiros; São José, carpinteiros; São Crispim, sapateiros; São João Batista, pedreiros; Nossa Senhora da Paz, militares; Nossa Senhora do Egipto, arrieiros e albardeiros; Menino Jesus, alfaiates; São Vicente de Paula, congregações vicentinas, de juventude e desfavorecidos. De todas estas imagens, apenas três estão durante o ano em templos religiosos (São Miguel, Menino Jesus e Senhora da Paz) estando as restantes em casa de famílias que as recolhem.
A fechar a procissão dos Santos, estará o Arcanjo que “sai à rua empunhando espada e escudo com a insígnia Quis Ut Deus – ‘Quem Como Deus?’, a origem hebraica do nome Miguel. Mikeel, significa Mi (quem) Ke (Como) El (Ele Deus)”.
De todas estas imagens, apenas três estão durante o ano em templos religiosos (São Miguel, Menino Jesus e Senhora da Paz) estando as restantes em casa de famílias que as recolhem.
A festa começou e acabará com uma romaria à Ermida de Nossa Senhora da Paz, com oração do Terço. No próximo dia 15, pelas 19h00 será rezado o terço e depois haverá, na Ermida da Senhora da Paz, uma eucaristia de ação de graças, pelas 19h30.