“Quão longe estamos da humanização da vida. Que a capacidade de amar compense os fracos recursos na sua defesa!”

Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres/PM

Bispo de Angra presidiu à Missa dos Doentes na Igreja de São José, repleta de idosos de toda a ilha de São Miguel

O bispo de Angra lamentou esta manhã que a sociedade de hoje continue a investir em armas em vez de aumentar os recursos humanos e financeiros para a defesa da vida e para a luta contra a doença e a solidão dos mais velhos.

“Que pena continuarmos a dizer que para as armas haja tanto dinheiro e para as pessoas tão fracos recursos” afirmou D. Armando Esteves Domingues durante a homilia da concelebração dos doentes, que decorreu na Igreja de São José, em Ponta Delgada no âmbito das festas do Senhor santo Cristo dos Milagres.

“Quão longe estamos da humanização da vida. Resta-nos esperar que a capacidade de amar compense os fracos recursos emprestados à defesa da vida” afirmou D. Armando Esteves Domingues.

“Em quantos lugares e quantas pessoas vivem o abandono, a solidão, a desesperança sem qualquer apoio?” interpelou o bispo de Angra sublinhando a dimensão evangelizadora de cada doente.

“O doente é um evangelizador e o seu sofrimento evangeliza-nos” disse ainda elogiando o papel dos cuidadores sejam os informais sejam os cuidadores formais, que hoje participaram na celebração eucarística vindos de toda a ilha de São Miguel acompanhando os utentes de lares e misericórdias.

“A dor do doente pode ter várias causas; ela nunca se perde mas ganha sentido quando é oferecida a Jesus”, disse ainda o bispo insular ressalvando que a dor “provocada pela maldade humana é o maio teste á fé de cada um “.

“Lembramos aqui o sofrimento dos nossos irmãos da Faixa de Gaza, de todos os teatros de guerra… A dor causada pela maldade humana é o maior teste à fé. Até chegamos a colocar Deus no banco dos réus e fazemos tantas vezes a pergunta: porquê tanto sofrimento?!”

“Ser cristão e acreditar no amor de Deus quando tantos sofrem é talvez o maior paradoxo da nossa fé” concluiu D. Armando Esteves Domingues.

“Façamos de Deus a nossa bandeira. Não queremos uma vida que se enterre. Não somos criados para morrer; somos criados para voltar à Casa do pai”, concluiu.

A Missa dos docentes contou já com a participação de D. Myron Cotta e de muito clero vindo da diáspora que se encontra já em Ponta Delgada. Durante a celebração foi celebrado o sacramento da Unção aos doentes.

A festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres prossegue até dia 9 de maio.

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