Sacerdotes, representantes do Clero diocesano, reunidos em Angra, desde segunda-feira, aprovam também por “unanimidade” a proposta de elevação da Ermida de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca, a Santuário Diocesano
O Seminário Episcopal de Angra “continuará a existir na sua missão formadora”, retomando o processo para garantir a obtenção do grau académico numa instituição de ensino superior, informa o comunicado da 47ª sessão plenária do Conselho Presbiteral, reunido em Angra desde a passada segunda-feira.
“Os padres conselheiros reforçaram o papel e lugar do Seminário no contexto diocesano como espaço formativo, adaptado aos desafios e circunstâncias atuais. O Seminário Episcopal de Angra continuará a existir na sua missão formadora, retomando o processo para garantir a obtenção do Grau académico numa instituição de ensino superior” pode ler-se no comunicado divulgado no final dos trabalhos que terminaram à hora do almoço desta quinta-feira.
O trabalho realizado pelos 36 padres conselheiros debruçou-se sobre uma síntese recolhida a partir de uma consulta sinodal diversificada – clero, leigos e os próprios seminaristas – e explorou três aspetos: “que perfil de padre?”, “que paradigma vocacional?” e “que Seminário?”.
Reconhecendo que o contexto da Igreja universal “é caracterizado pela descredibilização do clero provocada por diversas crises, pela redução do número de vocações ao sacerdócio ministerial e pela situação sociológica de individualismo e de crescente indiferença perante a questão vocacional, causadoras de uma crise de identidade presbiteral” os sacerdotes, que representam o clero diocesano, consideram que a igreja deve fazer “uma acurada reflexão na procura de um modelo formativo para os desafios de hoje, protagonizado pelo Seminário diocesano”.
Ao enfatizar a importãncia da formação dos presbíteros e a sua vivência no mundo atual, os conselheiros reafirmam a necessidade de uma “pastoral vocacional assente na comunidade, sobretudo na família e no testemunho do padre”.
“Foi constatada a necessidade de implementação do Pré-Seminário e o incremento da Pastoral Vocacional com incidência particular no âmbito universitário”, pode ainda ler-se.
Neste contexto, insistem: “o Seminário deve assumir um papel central na concretização desta missão da Igreja”.
“A vida do presbítero deve ser marcada por um imperativo de conversão pessoal que se caracteriza por um seguimento convicto, audaz e feliz de Jesus Cristo, através da espiritualidade, proximidade, coerência de vida e fraternidade”.
Neste conselho foi ainda votado por “unanimidade” um parecer favorável à proposta de ” elevação a Santuário diocesano da Ermida de Nossa Senhora da Paz em Vila Franca do Campo”, uma reivindicação antiga da ouvidoria que a ser decidida pelo bispo terá como consequência a criação do primeiro santuário mariano na maior ilha do arquipélago.
Dada a importância da missão do Vigário Episcopal para o Clero, o Conselho pronunciou-se ainda pela separação da Vigararia do Clero e da Formação, devendo existir em separado.
“Em comunhão com todos os que sofrem e em particular com as famílias açorianas, a exemplo de Cristo Bom Pastor, o Presbitério aqui reunido com o seu Bispo, vive com o seu povo nas suas luzes e sombras, solidário com os problemas e angústias, promovendo sempre a dignidade humana e a liberdade” lê-se ainda no comunicado.
Por unanimidade, foram ainda aprovados dois Votos de louvor: ao Economato diocesano, pela ação desenvolvida e a Monsenhor António Manuel Saldanha e Albuquerque pela concessão do título de Cónego da Basílica de Santa Maria Maior, pelo Papa Francisco.
O Conselho Presbiteral é um dos órgãos mais importantes de consulta do bispo diocesano, a par do Conselho Pastoral Diocesano.