Pároco da Sé considera a confissão e a reconciliação como uma oportunidade para “nos aproximarmos da misericórdia de Deus”
O Sacramento da Reconciliação é um sacramento de cura da alma, do coração e de alguma coisa que tenha feito de mal, afirmou o Papa Francisco na Quaresma que se seguiu à sua eleição como Papa, em fevereiro de 2014 e hoje, mais do que nunca, abeirar-se da confissão é “aproximarmo-nos da misericórdia de Deus”, afirma o padre Hélder Miranda Alexandre, pároco da Sé de Angra.
“A confissão é um sacramento que nos permite aproximar da misericórdia de Deus; mas é apenas uma dimensão pois este sacramento inclui a conversão, a penitência e a absolvição” refere o sacerdote micaelense que foi até setembro passado reitor do Seminário de Angra.
Para o pároco da Sé, “não se trata de um ato automático, é sobretudo uma mudança de vida, uma conversão e um compromisso, uma nova forma de agir e de estar. Por isso, é que se diz que os pecados absolvidos são pecados arrependidos”.
Reconhecendo que se trata de um sacramento por vezes incompreendido ou até mesmo mal amado e pouco praticado, o sacerdote identifica como causa direta a falta de noção do pecado.
“A noção de pecado está hoje fora de moda e isso retira o conteúdo do que é o sacramento; também há situações e experiências negativas” adianta.
“Mais do que nunca a Igreja procura ser evangélica e a confissão é hoje um sacramento de misericórdia” disse ainda sublinhando: “a confissão é um regresso feliz à casa do Pai. Algumas imagens do passado até podem retirar o verdadeiro sentido e grandeza do sacramento, mas penso que já não existirão”.
“Como pároco da Sé tem sido uma experiência muito gratificante; temos todos os dias confissões: acompanhamento, escuta, há experiências que nos dignificam imensamente que nos fazem olhar para a dimensão gratificante desta experiência” refere.
“Toca-me profundamente e desde as 8h30 da manhã há quase sempre muitas confissões. Estarei sempre disponível porque esta é uma dimensão importantissima do sacerdócio. Mesmo que não apareça ninguém, o importante é que a mesa esteja posta” acrescenta ainda salientando que o aconselhamento espiritual “é a grande missão do padre”.
“Acompanha e ajuda a descobrir a comunidade por dentro” esclarece salientando que por vezes os sacerdotes preocupam-se muito em definir planos pastorais e acabam por não ter tempo para aquilo que lhes permite conhecer verdadeiramente a comunidade por dentro”.
No Catecismo, a Igreja propõe-nos quatro passos para uma boa confissão: o Exame de consciência; a Contrição (ou arrependimento), que inclui o propósito de não voltar a pecar; a Confissão; a Satisfação (ou cumprir a penitência).