Ouvidoria de São Jorge promoveu formação sobre o Livro dos Salmos

Participantes, formador e ouvidor satisfeitos com os três dias de formação

Conhecer o Livro dos Salmos e “rezar” com eles, procurando louvar a Deus, com mais conhecimento e fé, foi a proposta da ouvidoria de São Jorge ao promover este mês de fevereiro a formação sobre “Rezar com os Salmos”, orientada pelo bíblista padre Francisco Ruivo, que terminou ontem.

“Todos os meses procuramos fazer uma iniciativa. Este mês procurámos aprofundar o conhecimento deste livro de forma a que as pessoas pudessem perceber o que ele nos diz, o que nos dizem os salmos para além de louvarem a Deus” afirmou ao Sítio Igreja Açores o ouvidor padre Dinis Silveira.

A proposta de “Rezar com os Salmos”, decorreu no auditório da Escola Básica e Secundária da Calheta e visou preparar o ano da oração, que será celebrado em 2024, e que se assume como o pórtico do Jubileu da Esperança, agendado pelo papa Francisco para 2025.

“Os Salmos foram e são a oração por excelência do povo judaico; Jesus rezou-os e a Igreja transpô-los para os dias de hoje, na nossa liturgia diária, sendo a palavra de Deus colocada na boca do homem para chegar a Deus” referiu o bíblista formador, padre Francisco Ruivo, da diocese de Santarém em declarações ao Sítio Igreja Açores.

“Estes três dias proporcionaram um encontro e um conhecimento do livro dos salmos, sobretudo no que é a sua teologia e a sua característica; o que nos dizem sobre Deus e como nos ensinam a vê-Lo e considerá-Lo, dando instrumentos aos crentes para que os possam viver na sua vida”, acrescentou o sacerdote. instrumentos para que possam viver na sua vida.

Os Salmos nascem da experiência quotidiana de um povo que, com grande simplicidade e paixão, descreve a amizade de Deus com os homens. São orações cantadas, no sentido de que não são ditas simplesmente com os lábios, mas são orações em que todo o homem se envolve na sua emotividade, na sua fantasia e na sua imaginação.

Segundo a tradição cristã, nos Salmos “é o próprio Jesus Cristo que fala a Deus, é Jesus Cristo quem põe na boca da Igreja as palavras verdadeiras, quem põe na boca do homem sofredor de todos os tempos as palavras verdadeiras que o próprio Deus explicou e fez brotar na história da salvação” refere o liturgista cardeal Carlo Martini em a Sede de Deus.

O próprio Papa Bento XVI sublinhou que “O cristão, rezando os Salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo, assumindo esses cantos em uma perspectiva nova, que tem no mistério pascal a sua última chave interpretativa. O horizonte do orante abre-se, assim, a realidades inesperadas, cada Salmo adquire uma luz nova em Cristo e o Saltério pode brilhar em toda a sua infinita riqueza”.

E prosseguiu numa das suas inúmeras catequeses: “Assim, rezando os Salmos, aprende-se a rezar. São uma escola de oração. […] Tomemos portanto em mãos esse livro santo, deixemo-nos ensinar por Deus a dirigirmo-nos a Ele, façamos do Saltério um guia que nos auxilie e nos acompanhe cotidianamente no caminho da oração. E peçamos também nós, como os discípulos de Jesus, ‘Senhor, ensina-nos a rezar’ (Lc 11,1), abrindo o coração para acolher a oração do Mestre, no qual todas as nossas orações chegam ao seu cumprimento. Assim, tornados filhos no Filho, poderemos falar com Deus chamando-O ‘Pai Nosso’”.

Os 150 salmos que compõem os cinco livros dos Salmos vão das lamentações individuais aos hinos pela vitória, às exaltações pelo rei, à proclamação da glória de Deus, às expressões da alegria do tempo. Todos os aspetos culturais, religiosos, civis e sociais de Israel entram nos Salmos.

Para Joana Serra, da paróquia de santo Amaro, a “abordagem diferente à bíblia e aos salmos, percebendo o que querem dizer no seu íntimo, foi muito útil”.

“Nós conhecemo-los, sabemos para que servem mas lê-los desta maneira é diferente, São um louvor a Nosso Senhor mas têm mensagens diferentes que exigem que ouçamos de forma diferente” disse.

Susana Cabral, da paróquia de Santo Antão sublinhou a “oportunidade de crescimento na fé e no conhecimento. Aqui aprende-se a ser um cristão mais esclarecido”.

Manuela Bettencourt, do Curato da Senhora da Areia, dos Nortes de São Jorge ressalvou, por seu lado, que conhecer e compreender o Livro dos Salmos permite “que os possamos aplicar na nossa vida de forma mais esclarecida” e, também, “explica-los às crianças da catequese”.

“Ver a minha fé em conjunto com os outros é importante e estas formações permitem isso”, disse ainda.

Já o padre António Azevedo, pároco nas Velas e Urzelina sublinhou a importância de situar um Salmo, no tempo e na Bíblia, para que depois o mesmo tenha outro sentido na vida de cada um.

Ideia idêntica tem o leigo José Eduardo, da paróquia das Velas que vê neste conhecimento uma “oportunidade de aprofundamento da fé-

No próximo mês a formação será sobre o Matrimónio e os Cursos de Preparação para este sacramento.

 

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