Rezar com os Salmos: ouvidoria de São Jorge acolhe formação bíblica desenvolvida pelo padre Francisco Ruivo

Cartaz do evento

Iniciativa realiza-se entre os dias 20 e 22 de fevereiro, no auditório da Escola Básica e Secundária da Calheta

A ouvidoria de São Jorge promove entre amanhã, dia 20 de fevereiro e quarta-feira, dia 22, uma formação bíblica que será orientada pelo padre Francisco Ruivo a partir do Livro dos Salmos.

A proposta de “Rezar com os Salmos”, que decorrerá no auditório da Escola Básica e Secundária da Calheta, visa preparar o ano da oração, que será celebrado em 2024, e que se assume como o pórtico do Jubileu da Esperança, agendado pelo papa Francisco para 2025.

O sacerdote é biblista e serve na diocese de Santarém, onde é responsável pela pastoral familiar e diretor da Escola Diocesana de Teologia e Ministérios.

“Os Salmos foram e são a oração por excelência do povo judaico; Jesus rezou-os e a Igreja transpô-los para os dias de hoje, na nossa liturgia diária, sendo a palavra de Deus colocada na boca do homem para chegar a Deus” referiu o biblista em declarações ao Sítio Igreja Açores, aquando da sua última passagem pela diocese para orientar uma formação idêntica na 28ª Semana Bíblica de São Miguel.

Os Salmos nascem da experiência quotidiana de um povo que, com grande simplicidade e paixão, descreve a amizade de Deus com os homens. São orações cantadas, no sentido de que não são ditas simplesmente com os lábios, mas são orações em que todo o homem se envolve na sua emotividade, na sua fantasia e na sua imaginação.

Segundo a tradição cristã, nos Salmos “é o próprio Jesus Cristo que fala a Deus, é Jesus Cristo quem põe na boca da Igreja as palavras verdadeiras, quem põe na boca do homem sofredor de todos os tempos as palavras verdadeiras que o próprio Deus explicou e fez brotar na história da salvação” refere o liturgista cardeal Carlo Martini em a Sede de Deus.

O próprio Papa Bento XVI sublinhou  que “O cristão, rezando os Salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo, assumindo esses cantos em uma perspectiva nova, que tem no mistério pascal a sua última chave interpretativa. O horizonte do orante abre-se, assim, a realidades inesperadas, cada Salmo adquire uma luz nova em Cristo e o Saltério pode brilhar em toda a sua infinita riqueza”.

E prosseguiu numa das suas inúmeras catequeses: “Assim, rezando os Salmos, aprende-se a rezar. São uma escola de oração. […] Tomemos portanto em mãos esse livro santo, deixemo-nos ensinar por Deus a dirigirmo-nos a Ele, façamos do Saltério um guia que nos auxilie e nos acompanhe cotidianamente no caminho da oração. E peçamos também nós, como os discípulos de Jesus, ‘Senhor, ensina-nos a rezar’ (Lc 11,1), abrindo o coração para acolher a oração do Mestre, no qual todas as nossas orações chegam ao seu cumprimento. Assim, tornados filhos no Filho, poderemos falar com Deus chamando-O ‘Pai Nosso'”.

Os 150 salmos que compõem os cinco livros dos Salmos vão das lamentações individuais aos hinos pela vitória, às exaltações pelo rei, à proclamação da glória de Deus, às expressões da alegria do tempo. Todos os aspetos culturais, religiosos, civis e sociais de Israel entram nos Salmos.

 

Scroll to Top