Mensagem de Natal do prelado diocesano passa na RTP Açores no dia de Natal, depois do telejornal
O Bispo de Angra pede aos cristãos que tenham “a coragem e a confiança” de contribuir “para uma mudança da sociedade”, que pode “levar tempo” mas que “é essencial”.
Na Mensagem de Natal que será divulgada na quinta feira, na RTP Açores, D. António de Sousa Braga lembra que os cristãos devem preservar os seus valores fazendo com que eles “instaurem uma nova cooperação social e económica”, “livre de condicionalismos ideológicos”, mas assente na “profundidade das raízes do cristianismo”.
Para o Prelado Diocesano “estamos no fim de uma época que pode dar a oportunidade de uma mudança qualitativa na vida em sociedade”, que só poderá “dar frutos” se houver “uma mudança pessoal”.
Este “novo paradigma”, que representará “uma mudança de época” implica uma vida “menos individualista e mais comunitária, menos materialista e mais espiritual”.
Além da coragem para operar a mudança, o prelado pede também “paciência e determinação” para que essa mudança seja operada.
“Nada se consegue, de um momento para o outro. Temos de dar tempo ao tempo, para que as coisas nasçam, amadureçam e se consolidem” sublinha o Bispo de Angra que renova o desejo de se restaurar a “confiança”.
“Urge readquirir a confiança em nós e nos outros, nas instituições e na vida em sociedade. Um dos graves problemas da situação atual de crise é a falta de confiança. O que mais faz falta hoje, para vencer a crise, é a confiança. Porque não se confia, nada se espera. E, se nada se espera, não nos comprometemos em nada”, salienta D. António de Sousa Braga.
Na mensagem, onde não esquece os que sofrem “na solidão ou na doença”, os “incompreendidos” e “todos” os que passam por este momento de crise, o responsável pela igreja católica nos Açores lembra que “infelizmente” o reino de Deus “ainda não está completamente realizado”. No entanto, defende que” é possível lá chegar” e “abrir o caminho do futuro”, reavivando a esperança.
“O Natal faz-nos voltar à nossas raízes, que são claramente de matriz cristã: levam-nos a acreditar no futuro da humanidade, apesar da grave crise que atravessamos, a nível mundial, europeu e nacional”, frisa o prelado afirmando que o tal “salto de qualidade que é precio operar” pode conduzir a uma “sociedade diferente, mais justa e mais fraterna”.