A iniciativa envolve a paróquia, os comerciantes e demais forças vivas da freguesia, nomeadamente a autarquia, a junta de freguesia e a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada
O “convívio fraterno” que a Igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada, vai promover este sábado no seu adro, numa parceria com os comerciantes e forças vivas da freguesia da Matriz, pretende “aproximar” a Igreja da comunidade e esta das suas forças vivas.
O programa começa às 12h30 com uma celebração da Eucaristia seguida de um almoço de sopas e convívio durante toda a tarde, no adro da Igreja.
“A paróquia teve a iniciativa de promover um convívio paroquial que é também um convívio com aqueles que não são da paróquia mas frequentam a paróquia” referiu ao Sítio Igreja Açores o cónego Adriano Borges.
“O objectivo é conviver e ir ao encontro das pessoas e as pessoas encontrarem-se. A Igreja não pode nem deve estar fora nem distante das pessoas; portanto diria que é uma aproximação da paróquia à comunidade e da comunidade em relação aos que trabalham e vivem aqui diariamente”, afirmou o sacerdote que é pároco desta paróquia do coração da cidade de Ponta Delgada desde o inicio do outono.
Simbolicamente agendado para o Dia em que a Igreja celebra a Epifania, Dia de Reis, este convívio tem o apoio da autarquia e também da Câmara de Comércio para além dos comerciantes do designado comércio tradicional.
“A padroeira dos comerciantes de Ponta Delgada é Nossa Senhora da Conceição… e por isso qualquer iniciativa deles faz sentido que passe aqui pela paróquia” esclarece ainda o sacerdote que olha para esta iniciativa como uma forma de “promover comunidade e estreitar laços” numa cidade cujo centro histórico está cada vez mais desertificado e com problemas de indigência bastantes consideráveis.
“Vivem poucas famílias no centro histórico e a população da Matriz está quase toda concentrada nos bairros novos” adianta ainda o cónego Adriano Borges que assiste também ao segundo centro de culto da paróquia, na Capela que existe junto à zona mais residencial.
“Os comerciantes são os primeiros a sentir estes problemas e além das dificuldades financeiras das famílias que consomem menos, a desertificação do centro histórico, a par dos condicionalismos do trânsito e o grave problema social da indigência sente-se bastante” refere o sacerdote.
A indigência tem “aumentado significativamente” por via do crescimento das dependências nomeadamente do álcool e das drogas sintéticas, o que se reflete “na faixa etária” dos sem abrigo que é cada vez mais baixa.
“As situações são sinalizadas mas os próprios não querem ser ajudados e recusam qualquer que seja a oferta feita. A paróquia dispõe de um grupo sólido de vicentinos , que estão muito atentos a estas questões, mas depois não podem ir além daquilo que é a vontade dos próprios” diz ainda sublinhando que qualquer intervenção tem de ser conjunta e do lado da Paróquia, tal como da Junta de Freguesia, há uma vontade “determinada” para “mitigar o problema, com a consciência de que não vai ser fácil”.
Além da Eucaristia e do almoço de sopas, a tarde será preenchida com a atuação de dois grupos folclóricos e um cantor da Ribeira Grande “que será uma surpresa”.
No final os participantes no convívio são convidados a deixar uma contribuição voluntária que reverterá a favor da compra de cabazes para as famílias mais carenciadas da paróquia.
“Queremos que seja uma tarde de alegria, convívio e fraternidade” destaca ainda.
No domingo, Dia em que a Igreja celebra a Epifania, a missa das 12h00 será com as crianças da Catequese que irão entregar os mealheiros que juntaram durante o Advento. Estes mealheiros destinam-se a financiar obras da Obra Pontifícia da Infância Missionária.