O Papa presidiu esta manhã à audiência pública semanal, no Auditório Paulo VI, ainda com limitações devido à gripe que o tem afetado nos últimos dias.
“Queridos irmãos e irmãs, bom dia e bem-vindos. Vamos prosseguir com catequese, mas como ainda não estou bem, por causa desta gripe, e a voz não está bonita, será monsenhor [Filippo] Ciampanelli a ler”, disse aos participantes neste encontro, no Vaticano.
Francisco, que falou com voz cansada, chegou pelo seu próprio pé, apoiado numa bengala, sendo saudado por uma salva de palmas dos peregrinos.
A intervenção evocou a “grave situação” que se vive em Israel e na Palestina, apelando à oração pela paz.
“Paz, por favor, paz. Espero que as tréguas em curso em Gaza continuem, para que todos os reféns sejam libertados e o acesso à necessária ajuda humanitária continue a ser permitido”, declarou Francisco, que tomou a palavra para ler esta passagem do discurso.
“Liguei para a paróquia, de lá [Gaza], e falta a água, falta o pão, as pessoas sofrem. São as pessoas simples, do povo, que sofrem, não são os que fazem a guerra. Peçamos, agora, a paz. E não esqueçamos, falando de paz o querido povo ucraniano, que está a sofrer tanto, ainda em guerra”, acrescentou.
“A guerra é sempre uma derrota, perdem todos… todos, não, há um grupo que ganha muito: os fabricantes de armas. Estes ganham muito, por cima da morte dos outros”, lamentou.
A audiência contou com uma pequena exibição de uma trupe circense, algo que acontece habitualmente, na proximidade do Natal.
“Gostaria de agradecer este momento de alegria, destes jovens do circo. O circo exprime uma dimensão da alma humana: a da alegria gratuita, a alegria simples, feita com a mística do jogo. Muito obrigado”, disse Francisco, elogiando o exemplo de dedicação destes artistas.
O encontro público com os peregrinos aconteceu cerca de 12 horas após o anúncio, por parte do Vaticano, do cancelamento da viagem de Francisco ao Dubai, onde iria participar na COP28, a partir de sexta-feira.
“Embora o estado clínico geral do Santo Padre, no que diz respeito ao estado gripal e à inflamação das vias respiratórias, tenha melhorado, os médicos pediram ao Papa que não efetuasse a viagem prevista para os próximos dias ao Dubai, para a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas”, indicou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
No último sábado, o Papa tinha cancelado todas as audiências por motivos de saúde e foi submetido a uma TAC no Hospital Gemelli Isola Tiberina, no centro de Roma, que excluiu o diagnóstico de pneumonia, mas revelou “uma inflamação pulmonar que causava algumas dificuldades respiratórias”, refere o portal de notícias do Vaticano.
Já no domingo, Francisco recitou o ângelus a partir da capela da Casa Santa Marta e não da janela do Palácio Apostólico, explicando o seu estado e agradecendo o apoio dos fiéis, que acompanhavam a transmissão, na Praça de São Pedro e através dos canais digitais do Vaticano.
“Para facilitar a recuperação do Papa, foram adiados alguns compromissos importantes previstos para estes dias, mantendo-se outros de carácter institucional ou mais fáceis de suportar, tendo em conta o seu atual estado de saúde”, acrescenta o ‘Vatican News’.
O portal informativo indica que, desde segunda-feira, Francisco “registou uma nítida melhoria, sem febre ou problemas respiratórios específicos”.
(Com Ecclesia e Vatican News)