Por António Pedro Costa
Tradicionalmente, novembro é vulgarmente conhecido pelo nosso povo como o mês das almas, porque é uma oportunidade para se refletir sobre o sentido da vida, uma questão profunda que tem intrigado a humanidade ao longo da história. Essa designação está frequentemente ligada às celebrações e rituais em homenagem aos falecidos, principalmente no contexto da nossa tradição e dedicados à lembrança e à oração pelos entes queridos falecidos e por todas as almas. Muitas pessoas visitam os cemitérios nestes dias para honrar os seus familiares que já partiram e onde acendem velas e fazem orações.
Muitos encontram o sentido da vida nas suas crenças religiosas ou como uma oportunidade de servir a Deus, que criou cada criatura, enquanto outros o encontram na busca da felicidade, na realização pessoal, nas relações interpessoais e na busca por objetivos individuais.
Há os que acreditam que o sentido da vida está na experiência e no desfrutar do momento presente, apreciando a natureza, a arte, a música, a cultura e as experiências humanas em geral. Contudo, há muitos que acreditam que o sentido da vida está em fazer o bem aos outros e contribuir para o bem-estar da sociedade, pois o altruísmo e o serviço aos outros podem proporcionar um profundo sentido e significado da sua existência neste mundo.
Lembrei-me, há dias, das palavras que deixou Steve Jobs, o conhecido bilionário, com um capital de 7 biliões de dólares, e que morreu aos 56 anos de idade, com um cancro incurável no pâncreas. Considerei bastante marcante ler as suas palavras por uns instantes e perceber o quão importante é valorizar o significado da vida.
“Neste momento, deitado na cama, doente e lembrando-me de todo meu percurso de vida, percebo que todo o reconhecimento e riqueza que tenho são insignificantes na presença de morte iminente. Podes contratar alguém para te conduzir um carro, para trabalhar e ganhar dinheiro para ti – mas não podes contratar alguém para carregar a doença por ti. À medida que envelhecemos ficamos mais inteligentes, e lentamente compreendemos que quando um relógio vale $30 ou $300, ambos mostram exatamente o mesmo tempo.
Quer conduzamos um carro de 150.000 dólares, ou um carro de 2000 dólares – a estrada e a distância são as mesmas, e chegamos ao mesmo destino. Se bebermos uma garrafa de vinho de $300 ou $10, estaremos bêbados da mesma forma.
Por isso, deixo alguns conselhos aos meus seguidores, a saber: Não eduque os seus filhos para serem ricos, eduque-os para serem felizes, pois quando crescerem saberão dar valor às coisas e não ao seu preço.
Por outro lado, coma a sua comida como um remédio, caso contrário terá que comer o seu remédio como alimento e quem te ama nunca te irá abandonar, mesmo que tenha 100 motivos para desistir, pois encontrará sempre uma razão para te segurar.
Tomemos atenção que existe uma grande diferença entre o ser humano e o ser apenas. Se queres ir rápido, vai sozinho! Mas se quiseres ir longe, vai acompanhado”.
Steve Jobs foi um dos co-fundadores da Apple Inc. e uma das figuras mais influentes na história da tecnologia e da indústria de computadores. Ele nasceu em 24 de fevereiro de 1955, em San Francisco, Califórnia, e faleceu em 5 de outubro de 2011.
Steve Jobs co-fundou a Apple em 1976, junto com os seus amigos Steve Wozniak e Ronald Wayne. A empresa começou a produzir computadores pessoais, sendo o Apple I o primeiro produto. No entanto, o grande sucesso veio com o lançamento do Apple II, seguido pelo Macintosh em 1984. Jobs também foi um dos principais responsáveis pela criação da NeXT Computer, uma empresa de hardware e software, e adquiriu a empresa de animação por computador Pixar, que mais tarde se tornou um grande sucesso com filmes como “Toy Story.”
Uma das maiores realizações de Steve Jobs foi seu retorno à Apple em 1997, quando a empresa estava enfrentando dificuldades financeiras. Ele desempenhou um papel fundamental na transformação da Apple em uma das empresas de tecnologia mais valiosas do mundo. Durante seu segundo mandato na Apple, a empresa lançou produtos icônicos, como o iPod, iPhone e iPad.
Steve Jobs faleceu, mas o seu legado, como um dos visionários mais importantes da tecnologia, continua vivo na história da Apple e na indústria de computadores e eletrónicos de consumo. Neste mês das almas vale a pena refletir nas suas palavras.