Padres do Prado estiveram reunidos em Lyon até esta sexta-feira para aprofundarem carisma do fundador e a sua pertinência para uma resposta aos problemas do homem de hoje
Terminou esta sexta-feira em Lyon a semana de estudos dos padres do Prado, que reuniu 45 sacerdotes pradosianos de 14 países com a missão de conhecer, estudar e aprofundar o carisma do padre Antoine Chevrier.
Tratou-se de “conhecer mais a fundo a pessoa do padre Chevrier, o seu contexto histórico, social e eclesial para melhor entrarmos no carisma a que hoje somos chamados a atualizar, enquanto discípulos/apóstolos de Jesus Cristo” afirmou ao Sítio Igreja Açores o padre Emanuel Valadão Vaz, coordenador dos padres do Prado em Portugal e um dos dois portugueses presentes neste encontro centrado na dimensão formativa.
“A pessoa dos formadores é um dos instrumentos utilizado por Deus para que os formandos possam mergulhar mais fundo neste propósito do carisma, vocação e espiritualidade do Prado”, afirma o padre Emanuel Valadão Vaz no texto publicado aqui no Sítio Igreja Açores onde dá a conhecer o carisma da espiritualidade pradosiana.
“Para podermos dar a conhecer este carisma, dado por Deus ao padre Chevrier, e que é colocado nas mãos de toda a Igreja e não só dos pradosianos, precisamos de conhecer e de nos fortalecer nos meios que o Prado nos oferece e nos ajudam a isso, como sejam o Estudo do Evangelho; o Caderno de Vida, a Revisão de Vida, entre outros”, enfatiza ainda.
António Chevrier, nascido a 16 de Abril de 1826 e ordenado em 1850, estava convicto de que a formação de sacerdotes e catequistas, consagrados à evangelização dos pobres, era a grande necessidade da época e da Igreja. E para isso, só sacerdotes pobres estariam em condições de o fazer: “Sacerdotes despojados (vivendo o Mistério da Encarnação – Presépio); crucificados (vivendo o mistério da Cruz – Calvário) e dados em alimento (vivendo o Mistério da Eucaristia – Tabernáculo).
O Prado (Instituto secular), desenvolve uma espiritualidade de padre diocesano tendo como pilares fundamentais: O Estudo do Evangelho; A releitura de vida à luz do Evangelho; A vida em equipa e a vida fraterna.
O Prado chegou a Portugal através do padre Manuel António Pimentel, da Diocese de Angra nos anos sessenta, em pleno concílio Vaticano II. Atualmente existem padres do Prado em Angra, Braga, Coimbra, Santarém e Setúbal, que reúnem uma vez por ano em retiro aberto a outros padres diocesanos.
O dom do Prado é, igualmente dado a conhecer aos leigos. Desde 2002 há um encontro anual com leigos.
Internacionalmente existem cerca de 1200 padres com compromisso no Prado repartidos por 40 países.
A maior parte dos pradosianos trabalha em paróquias, com uma atenção particular para com aqueles que se encontram nas mais variadas situações de pobreza pelo mundo fora. Uma grande parte colabora, ainda, na formação apostólica dos leigos, que são também chamados a ser discípulos de Jesus Cristo, por exemplo, abrindo com eles o Evangelho.
É necessário “conhecermos os rostos daqueles que são forçados a viver em guerra e a perder a liberdade de viverem neste mundo, que parece cada vez mais ser de poucos, onde a maior parte é cada vez mais figurante do que participante”, afirma ainda no referido texto de opinião publicado no sítio Igreja Açores.
“De que serve falar de espiritualidade se não se consegue contemplar nas realidades do mundo um pequeno raio do Espírito de Deus, sejam elas de cariz mais dramático e até de desespero, sejam elas de espanto perante a beleza e a criatividade provocadas pela arte do ser humano” interpela o sacerdote.
“Podemos ter duas respostas face à realidade que nos fere: ou ficamos no campo da indignação que logo de seguida esquecemos ou ficamos no campo da atração que nos leva a agir, porque vestimos a pele de quem é ferido”, diz ainda.