Trabalhos de grupo marcaram primeiros dias da assembleia
O prefeito do Dicastério para a Comunicação disse hoje aos jornalistas que os primeiros dias de trabalhos na assembleia sinodal estiveram centrados na formação, o papel das mulheres na Igreja, a pobreza, as migrações e os abusos.
No briefing, que decorreu na sala de imprensa Santa Sé, Paolo Ruffini disse também aos profissionais comunicação que os participantes no Sínodo receberam um livro do Papa que contém duas intervenções – uma já após a eleição pontifícia e outra do então cardeal Bergoglio – sobre os temas da santidade e da corrupção, com uma introdução inédita.
Francisco realça, na introdução, que “a luta pela qual se combate como seguidores de Jesus é, antes de tudo, contra o mundanismo espiritual, que é o paganismo disfarçado com vestes eclesiásticas”.
“Por mais que esteja disfarçado com uma aparência de sagrado, é uma atitude que acaba sendo idólatra, pois não reconhece a presença de Deus como Senhor e libertador das vidas e da história do mundo”, escreve.
A formação “de todos” os cristãos a partir dos seminários, depois dos sacerdotes, dos leigos, dos catequistas; o papel das mulheres, dos leigos, dos ministérios ordenados e não ordenados; a centralidade da Eucaristia; a importância dos pobres “como opção da Igreja” e as tragédias das migrações e dos abusos e também dos cristãos que vivem em condições de perseguição e sofrimento foram temáticas refletidas, entre a tarde de quinta-feira e a manhã desta sexta-feira pelos mais de 350 membros da assembleia geral do Sínodo sobre a sinodalidade, divididos em 35 círculos menores.
A revisão das estruturas da Igreja, como o Código de Direito Canónico e a dimensão da cúria romana também são temas a refletir nos trabalhos de grupos linguísticos (círculos menores).
Quanto ao fenómeno migratório, foi reiterada “a necessidade do acompanhamento” dos migrantes; sobre o papel da mulher foi relançada “a importância da promoção da figura feminina na Igreja e da sua participação ativa nos diversos processos”.
Asessão da manhã desta sexta, na qual o Papa Francisco estava presente, foi dividida em dois momentos: o primeiro com 18 relatórios, dos relatores dos vários grupos na assembleia, e o segundo com 22 intervenções individuais de três minutos; a cada quatro intervenções, havia uma pausa para silêncio e oração.
Os membros do Sínodo concordam que “a sinodalidade faz parte do ADN da Igreja” e a assembleia dirigiu um pensamento “àqueles que não puderam participar no Sínodo, porque foram perseguidos ou por graves motivos de crise no mundo”.
O pensamento centrou-se na “Igreja que sofre na Ucrânia”, acrescentou Paolo Ruffini.
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos decorre até 29 de outubro, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.
(Com Ecclesia e Vatican News)