Novo Centro Intergeracional de Santo Antão é motivo de “esperança” para jorgenses da ponta do Topo

Foto: Maquete do projeto do Centro Intergeracional

Assinatura do acordo de cooperação financeira com o governo  foi assinado esta terça-feira

A direção do Centro Social e Paroquial de Santo Antão, no Topo, na ilha de São Jorge assinou esta terça-feira um Contrato de Cooperação Valor-investimento, com o Governo Regional dos Açores com vista à construção do  novo “Centro Intergeracional de Santo Antão”, que deverá albergar as respostas sociais de Creche, Estabelecimento de Educação Pré-Escolar, Centro de Atividades de Tempos Livres, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário, para benefício das crianças e idosos da ilha de São Jorge.

O contrato de cooperação-valor investimento a celebrar, tem o valor de 3.894.990,00 € verba que assegurará o financiamento necessário à execução da obra de construção do Centro Intergeracional, incluindo todas as despesas inerentes à preparação, acompanhamento técnico e execução da empreitada, bem como as despesas relativas à aquisição do equipamento necessário ao respetivo funcionamento das suas valências.

Foto: Rádio ilhéu

Para o presidente do Centro trata-se de um sinal de “esperança”.

“Esta assinatura que vamos fazer é um sinal de esperança. As instalações atuais estão muito degradadas e não seria possível continuar a prestar os cuidados que hoje prestamos, em quantidade e qualidade , nestas condições,  ainda mais se tivermos em conta as necessidades locais”, refere ao Igreja Açores o padre Dinis Silveira, considerando que depois desta obra concluída será “uma nova página que se escreverá na história da instituição”.

Além disso, acrescenta, este novo espaço irá permitir dar novas respostas numa zona carenciada, abrindo a possibilidade de “criação de novos postos de trabalho”, refere ainda o sacerdote.

Atualmente o centro Social e Paroquial de Santo Antão, que se passará a chamar Centro Intergeracional, tem um Centro de Dia que recebe diariamente duas dezenas de idosos e presta apoio domiciliário na higiene e no fornecimento de refeições a cerca de 50 utentes, que recebem duas refeições por dia. Acresce a valência de ATL com 20 crianças, diariamente, além do apoio à ecoteca da escola.

“É precisa alguma criatividade e muita generosidade de todos para que possamos continuar a servir como temos feito até aqui, para além de uma boa dose de responsabilidade social” refere ainda o sacerdote reconhecendo o passo que está a ser dado.

“Esta ponta da ilha sofre com a falta de gente e pela presença de uma grande faixa de gente idosa. Somos a única IPSS e , cada vez mais, o Centro é absolutamente essencial” avança ainda o padre Dinis Silveira sublinhando que “há gente que não vê outra pessoa para além dos funcionários do centro; por outro lado com os problemas atuais é muito complicado manter em funcionamento uma instituição desta natureza”.

“Há constrangimentos que tornam difícil a gestão; teremos de rever acordos com o governo pois já estamos a prestar apoio mesmo sem que essas despesas sejam comparticipadas. Estamos a prestar apoios a muita gente para não as colocar em lista de espera porque na verdade temos esta responsabilidade social” afirma o responsável que olha para o futuro com “esperança” de poder “vir a aumentar as vagas para que todos possam ter cuidados dignos”.

A “casa”, pensada e construída há 64 anos pelo padre José da Costa Leonardo, foi sempre gerida pela Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, que chegou à ilha dois anos depois da sua abertura, em 1958 e hoje ainda permanece na ilha com três irmãs, uma delas educadora de infância e duas já mais idosas que apoiam doentes e idosos nos seus domicílios.

Começou por ser um centro de apoio a idosos e evoluiu depois do sismo de 80 para o apoio à infância primeiro com jardim de infância e depois a creche.

Santo Antão é uma paróquia da ouvidoria de São Jorge, na ponta leste da ilha, uma das mais isoladas. Inicialmente, o povoado de Santo Antão era um dos lugares da vila do Topo. Em 1889, passou a freguesia e a paróquia. A atual igreja é fruto de uma reconstrução depois de ter sido destruída por completo na sequência do sismo de 1980 que abalou as ilhas Terceira e de São Jorge.

(Notícia atualizada com fotos às 20h00 de terça-feira)

 

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