D. Armando Esteves Domingues presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária de setembro, em Fátima e desafiou a Igreja e as famílias a aproveitarem o entusiasmo dos jovens para vencer o egoísmo
O bispo de Angra exortou esta manhã as famílias cristãs a contribuírem para um novo modelo de sociedade e de Igreja que vença egoísmos e dê protagonismo aos jovens.
“É preciso voltar a sair, criar interdependências que façam querer estar com os irmãos, trabalhar, rezar, celebrar juntos” afirmou D. Armando Esteves Domingues na homilia da Missa da Peregrinação Internacional Aniversária de setembro, que reuniu alguns milhares de pessoas na Cova da Iria para assinalar a quinta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, em setembro de 1917.
“Famílias, apostai nas comunidades paroquiais, bebei de uma espiritualidade comunitária que vença os egoísmos, deixai-vos refazer pela Palavra de Deus e educai com essa vida refeita” apelou o prelado insular.
“Há demasiados cristãos mudos” afirmou deixando algumas interpelações à Igreja e ao mundo, que “reduz a dimensão religiosa a tradições e eventos” e vive “um eclipse de Deus na vida concreta e quotidiana”.
“Onde há cristãos iluminados pela Palavra pode-se fazer das conversas, dos trabalhos conjuntos, dos divertimentos, das discussões, dos processos pastorais, dos grupos eclesiais uma verdadeira experiência de Deus a contar”, afirmou.
“Seria bom começar por escutar o que experimentaram os jovens em Lisboa e discernir o que quer dizer o Espírito Santo a toda a Igreja”, afirmou.
“Escutai os mais novos, espicaçai e valorizai a criatividade, dai-lhes lugar. É mais importante ensinar alguém a fazer algo do que fazermos nós muito bem feito! Também na Igreja, também na liturgia e na pastoral” explicitou lembrando o exemplo de Maria que, depois do anúncio do anjo, não se fechou e partiu em busca dos mais frágeis, os que “pareciam e parecem estéreis, onde podemos, hoje, incluir os doentes, os desanimados, os que carregam cruzes pesadas e duras, pessoas e famílias sem Deus”.
“Vereis como a esterilidade humana e espiritual desaparece! É disso que Maria continua a ter pressa! Por isso, formou três crianças e deu-lhes o protagonismo. E ela retirou-se!”, numa alusão às aparições e à necessidade de dar protagonismo aos jovens, sobretudo depois do que eles testemunharam em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa.
“Vamos conversar uns com os outros sobre as melhores formas para O escutar”.
“Quando estamos juntos tudo ganha mais cor e força. A experiência da JMJ diz que vale a pena valorizar tudo o que cria grupo, comunidade. Comecemos pela Eucaristia. A mensagem de Fátima foi preparada pelo Anjo e com referências eucarísticas. As três crianças rapidamente se apaixonaram por Jesus, pela ida à Missa, pela companhia ao seu “Jesus Escondido” no Sacrário”, concluiu.
Para esta peregrinação inscreveram-se mais de 40 grupos de 14 países, incluindo Portugal, embora habitualmente esta peregrinação de setembro seja marcada essencialmente por peregrinos estrangeiros.
(Com Santuário de Fátima)