JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível- Papa Francisco

Foto: Lusa / A. Ecclesia

 

O Papa disse hoje no Vaticano que a JMJ Lisboa 2023 deixou uma mensagem clara contra a guerra, mostrando que “outro mundo é possível”.

“Enquanto na Ucrânia e noutros lugares do mundo se combate, e enquanto em certas salas escondidas se planeia a guerra – é feio isto, planeia-se a guerra -, a JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos se agitam juntas ao vento, uma ao lado da outra, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas”, referiu, na audiência pública semanal, que decorreu no Auditório Paulo VI.

Francisco sublinhou que, durante o encontro mundial que decorreu na capital portuguesa, “a mensagem dos jovens foi clara”.

“Será que os grandes da terra a ouvirão? Este entusiasmo juvenil que quer paz é uma parábola para o nosso tempo, e ainda hoje Jesus diz: ‘Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!’”, apelou.

“Esperemos que todo o mundo ouça esta Jornada da Juventude e olhe para esta beleza dos jovens, seguindo em frente”.

O Papa evocou, em particular, a sua passagem pelo Santuário de Fátima, no último sábado, durante o programa da sua visita a Portugal

“Assim, Maria, ainda hoje, no terceiro milénio, guia a peregrinação dos jovens no seguimento de Jesus. Como já tinha feito há um século justamente em Portugal, em Fátima, quando se dirigiu a três crianças, confiando-lhes uma mensagem de fé e esperança para a Igreja e para o mundo”, indicou.

Francisco explicou os motivos que o levaram a Fátima, durante a realização da 37ª Jornada Mundial da Juventude.

“Voltei a Fátima, ao local das Aparições, e junto com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: o orgulho, a mentira, a inimizade, a violência”, apontou.

Segundo o Papa, o momento de oração representou uma renovação da “consagração da Europa e do mundo ao Imaculado Coração de Maria”.

“Eu rezei pela paz, porque há muitas guerras em tantas partes do mundo, muitas”, acrescentou, falando dos momentos em que esteve diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, em silêncio, na Capelinha das Aparições.

A guerra da Ucrânia, em particular, foi abordada a respeito dos encontros privados que tiveram lugar na Nunciatura Apostólica.

“Encontrei-me com os jovens, em pequenos grupos, e havia tantos problemas… o grupo dos jovens ucranianos, que traziam histórias dolorosas. Não eram férias dos jovens, não era uma viagem turística, nem mesmo um evento espiritual fechado em si mesmo”, sustentou, a respeito da JMJ.

No final da audiência, o Papa evocou a celebração da festa litúrgica de Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), co-padroeira da Europa.

“Que o seu testemunho estimule o empenho no diálogo e na fraternidade entre os povos e contra todas as formas de violência e discriminação. Confiamos à sua intercessão a querida população da Ucrânia, para que em breve reencontre a paz”, apelou.

Portugal foi o 13.º país a acolher este encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, sob a presidência do Papa; Seul vai acolher a 41ª Jornada Mundial da Juventude, em 2027.

Até hoje houve 15 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com celebrações anuais em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016), Panamá (2019) e Lisboa (2023).

(Com Ecclesia)

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