Primeiro grande evento da pré jornada da JMJ nos Açores foi “um sucesso” pelo “companheirismo e proximidade” de D. Armando, diz responsável do COD de Angra, padre Norberto Brum
O cansaço físico era notório mas a alegria “da proximidade e do companheirismo” foram “muito mais evidentes” na chegada à Casa da Montanha dos 134 caminheiros- bispo, jovens, sacerdotes e religiosos- que ontem iniciaram a subida à montanha do Pico em dois turnos: um primeiro, pequeno onde seguiu D. Armando Esteves Domingues e outro, mais longo onde seguiu a maioria dos jovens.
“A subida foi muito interessante, foi de noite; experimentámos a alegria e o contágio de jovens; puxámos uns pelos outros para não esmorecermos e fomos nesta onda, o que foi muito bom” referiu ao Igreja Açores, no final da caminhada, o padre Dinis Silveira, pároco de Santo Antão e Topo, na ilha de São Jorge, a ilha de onde vieram muitos jovens.
“Quando chegámos lá a cima, nos juntámos todos, apesar de sermos pouco, parecia que já estávamos a viver a Jornada Mundial da Juventude. Esta foi a nossa jornada” referiu o sacerdote que sublinha que o mais importante é “os jovens quererem testemunhar e anunciar”.
“Jesus e o seu Evangelho são os grandes instrumentos que os jovens podem usar se quiserem”.
“Aqui saboreámos a beleza do que vai ser a JMJ”, disse ainda.
Este foi o sentimento mais partilhado no fim do “desafio”.
“Gostei imenso de corresponder a este desafio: paisagisticamente é fantástico; do ponto de vista da vida concreta ajudou-nos muito a compreender o que levamos na vida; esta experiência fez muito sentido” disse, por seu lado, o padre Filipe Diniz, diretor nacional da pastoral juvenil.
“Trouxe no coração toda a gente da organização, a Igreja portuguesa, os peregrinos que estão a chegar e aqui confiei todas as dioceses do país que estão a sentir o peso do acolhimento dos jovens” disse ainda o sacerdote de Coimbra, que foi o responsável pela peregrinação dos símbolos da Jornada pelas dioceses portuguesas.
“Valeu a pena por aquilo que vivemos e pela comunhão que vivemos; sentimos a importância de caminhar juntos, animando-nos uns aos outros” disse o padre Norberto Brum, responsável pelo Comité Organizador Diocesano de Angra que levará à JMJ de Lisboa cerca de 900 jovens.
“Apesar do cansaço físico o coração está cheio e estamos todos muito empenhados no sucesso da Jornada Mundial da Juventude” disse ainda reforçando esse convite feito pelo bispo diocesano aos jovens para que sejam “verdadeiros influencers de outros jovens”.
“Foi uma surpresa caminhar com o bispo; bem haja ao D. Armando, que era um de nós”.
O bispo, D. Armando Esteves Domingues e o pároco das Lajes, pe. João António das Neves, foram, no final da caminhada, desafiados pela equipa de resgate, em jeito de brincadeira, a integrarem o grupo de montanheiros e bombeiros que diariamente acompanham o movimento na montanha. Ambos corresponderam ao desafio “com uma forma e uma ligeireza pouco habituais”.
Rui Alberto e Edgar Pereira, bombeiros distinguidos este ano pela sua prontidão e eficácia, afirmaram que esta subida foi especial. Embora seja o seu dia a dia, foi “uma experiência muito interessante e revigorante.
“ Foi como se tivéssemos feito a nossa jornada da juventude aqui no ponto mais alto de Portugal e isso foi muito engraçado”, disseram.
Nesta iniciativa apelidada de “Tocar o Céu”, em que os jovens além do caminho assumiram um compromisso assinando o Pacto da Montanha, sobre a defesa da Casa Comum, houve tempo para “crescer na fé e vivê-la com maior maturidade e sabedoria” como referiu Filipa Rebelo de São Miguel; uma “experiência de encontro com Deus no silêncio da montanha” como referiu Humberto Farias, também de de São Miguel e uma “ experiência única que qualquer jovem deveria ter”, como considerou Joaquim Evangelho da ilha do Pico.
“O cansaço físico também nos proporcionou um momento de paz” disse Marisa Sousa de Santa Maria. E, até o elemento mais velho da comitiva, que subiu novamente a montanha para acompanhar o neto que veio dos Estados Unidos, Eldemiro da Silva, sacristão da Igreja da Madalena, foi “muito revigorante”.
No final, D. Armando Esteves Domingues não escondia o cansaço nem a satisfação.
“A vida é assim, custa é complicada mas há sempre um lado bom: não estamos sozinhos”.