“Vivenciar este espírito de comunhão, unidade, fraternidade e, sobretudo, saber e sentir que não somos Igreja sozinhos”- Padre Norberto Brum
A Diocese de Angra vai viver “a universalidade da Igreja” no acolhimento de 190 jovens peregrinos, do México, Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Timor-Leste, nos ‘Dias nas Dioceses’, de 26 a 31 de julho, antes da JMJ 2023.
“Os ‘Dias nas Dioceses’ vividos na nossa Igreja Diocesana, em primeiro lugar, fazem-nos sentir parte de um todo que é maior que nós próprios: é uma oportunidade de vivermos ‘cá dentro’ a universalidade da Igreja, a diversidade do seu ser, é como se toda a Igreja nos viesse visitar”, disse o coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD) de Angra para a JMJ Lisboa 2023, à Agência Ecclesia.
Segundo o padre Norberto Brum, é importante os jovens açorianos conhecerem e contactarem “com outras formas de ser e de estar em Igreja”, partilhar a fé e da fé de outros jovens que vivem e sentem os mesmos desafios e dificuldades.
“Os ‘Dias nas Dioceses’ antecedem de certa forma a JMJ e dá oportunidade de, pelo menos, nas ilhas onde se realizam, toda a comunidade vivenciar este espírito de comunhão, unidade, fraternidade e, sobretudo, saber e sentir que não somos Igreja sozinhos”, desenvolveu.
Durante os ‘Dias nas Dioceses’, de 26 a 31 de julho, a Diocese de Angra, presente num arquipélago composto por nove ilhas, vai receber jovens peregrinos apenas nas ilhas de São Miguel e Terceira, “por questões essencialmente logísticas, nomeadamente na facilidade de transportes”, e, segundo o coordenador do COD, porque “a procura” desta Igreja “ficou um pouco aquém das expectativas”.
“Mais de um milhar e meio de jovens manifestara interesse na nossa diocese, mas só 190 jovens efetivaram a sua inscrição. A nossa vontade e desejo eram que todas as ilhas pudessem acolher peregrinos, assim, na ilha de São Miguel vamos acolher 145 peregrinos do México, Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Timor-Leste. Na ilha Terceira vão ser acolhidos 45 peregrinos dos Estados Unidos”, desenvolveu o padre Norberto Brum.
Os jovens peregrinos vão ser, maioritariamente, acolhidos em famílias, que foi sempre foi a “intenção e prioridade” da Diocese de Angra, e apenas um ou dois grupos é que vão ficar num espaço coletivo, por escolha da Ouvidoria que os acolhe.
“Mais jovens peregrinos viessem à nossa Diocese, pois muitas famílias que se tinham inscrito para acolher jovens acabaram por os não receber”, salientou.
Sobre a procura de lusodescentes, que têm as suas raízes nos Açores, por esta diocese, o responsável diocesano revela que, inicialmente, pensavam que iam ter “uma grande procura”, quer dos Estados Unidos, quer do Canadá, porque “existem voos diretos” para São Miguel e para a Terceira, e “por uma questão afetiva e familiar”, mas, “o curioso”, é que os jovens destes dois países que procuraram a Diocese de Angra “não são lusodescendentes”.
“É um pormenor que gostaríamos de compreender, contudo pensamos que os jovens lusodescendentes não procuraram a nossa Diocese talvez porque já a conhecem, uma vez que muitos vêm passar cá férias, conhecer a família e a terra dos pais e avós, daí que preferiram conhecer outras Dioceses. É uma possível explicação”, acrescentou.
Sobre o programa para os ‘Dias nas Dioceses’, em Angra “a grande prioridade” foi o envolvimento dos jovens, das paróquias e das ouvidorias, e “foi dada total liberdade a cada Ouvidoria de programar e preparar” esta semana, centrado em cinco pilares: Acolhimento, Descoberta, Missão, Cultura e Envio.
O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, vai celebrar duas Missas de envio nesta semana, nos dias 27 e 30 de julho, respetivamente, na ilha de São Miguel, no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres (Ponta Delgada), e na ilha Terceira, na Sé (Angra do Heroísmo).
Os DND são apresentados como um caminho de preparação para os peregrinos e para as comunidades anfitriãs para a vivência da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que se realiza de 1 e 6 e agosto de 2023, e vai permitir o encontro de jovens de todo o mundo com o Papa.
(Com Ecclesia)