Primeira grande festa de verão da ilha do Pico inspirada no “testemunho e no anuncio”, será presidida pelo bispo de Angra
Começa esta quinta-feira, dia 13 de julho, a Festa de Santa Maria Madalena na ilha do Pico, que este ano será presidida pelo bispo de Angra e tem como horizonte a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.
“Recordando o momento em que depois da anunciação do Anjo, Nossa Senhora partiu ao encontro de sua prima Isabel que também estava para ser mãe, escolhemos para tema da nossa festa deste ano a atitude de Maria Madalena, que depois do encontro com o Ressuscitado, tal como Maria a Mãe de Jesus, também partiu e foi anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor” (Jo 20, 18)” justifica o padre Marco Martinho, ouvidor eclesiástico da ilha do Pico e pároco da Madalena lembrando o exemplo de Santa Maria Madalena.
“Maria Madalena desafia-nos a não nos acomodarmos, mas tal como ela a partirmos ao encontro dos irmãos para anunciar com palavras e com os gestos concretos de boas obras: “Vi o Senhor”” refere numa nota publicada com o programa da festa deste ano que assinala, igualmente, os 300 anos do concelho da Madalena do Pico.
“Na vivência do tricentenário da criação do nosso Concelho, convidámos a incorporarem-se na Solene Procissão deste ano as imagens dos Padroeiros das Paróquias e Curatos da Concelho, assim como as imagens dos Padroeiros do Concelho das Lajes e do Concelho de São Roque, dos quais nos desmembrámos há 300 anos. Assim sendo, na procissão deste ano incorporar-se-ão as venerandas imagens de: Santa Margarida, Padroeira do Curato da Terra do Pão; Santo António, Padroeiro do Curato do Monte; São Caetano, Padroeiro da Paróquia do mesmo nome; São Mateus, Padroeiro da Paróquia do mesmo nome; Nossa Senhora da Boa Nova, Padroeira da Paróquia das Bandeiras; Nossa Senhora das Candeias, Padroeira da Paróquia da Candelária; Nossa Senhora das Dores, Padroeira da Paróquia da Criação Velha; São Roque, Padroeiro do Concelho de São Roque; São Pedro, Padroeiro do Concelho das Lajes; Santa Maria Madalena, Padroeira da Paróquia e do Concelho da Madalena” refere ainda o sacerdote.
A partir de hoje e até dia 21 de julho, o novenário de preparação será pregado pelo padre André Resendes, ouvidor eclesiástico da Povoação, na ilha de São Miguel.
«Maria Madalena levantou-se e foi anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor”» é o lema desta festa que inaugura as festas de verão na ilha montanha.
Às 19h30 haverá a eucaristia de abertura do novenário, com transmissão na Rádio Pico. Sexta-feira, dia 14, haverá a partir das 18h30 a celebração do Sacramento da Reconciliação, seguida da Eucaristia. No sábado há exposição do Santíssimo, às 18h30, seguida da Eucaristia.
De 17 a 20 de julho, prossegue às 18h30 a celebração do Sacramento da Reconciliação seguida da Eucaristia.
No dia 21, a partir das 18h30, será feito o acolhimento dos padroeiros e no dia 22, dia da Festa de Santa Maria Madalena é celebrada uma Eucaristia às 10h30, com o Sacramento do batismo; segue-se a bênção anual das viaturas e saudação à padroeira; às 16h00 realiza-se o desfile das filarmónicas e às 17h30 será celebrada a Eucaristia solene, presidida pelo bispo de Angra.
Santa Maria Madalena passou a ser celebrada no Calendário Romano Geral com o grau de ‘Festa’ em 2016, por decisão do Papa Francisco.
“A primeira a chegar [ao sepulcro] é ela: Maria de Magdala, uma das discípulas que tinham acompanhado Jesus desde a Galileia, colocando-se ao serviço da Igreja nascente”, justificou o pontífice argentino.
A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou, de resto, um novo decreto, datado de 3 de junho de 2016, “por desejo expresso do Santo Padre”, para promover e explicar esta mudança.
O texto sublinha que Maria Madalena foi a primeira “testemunha” e “anunciadora” da ressurreição de Cristo.
A decisão “inscreve-se no atual contexto eclesial, que exige uma reflexão mais profunda sobre a dignidade da mulher”, pode ler-se no documento.
Maria de Magdala, declarou na altura o santo padre, era a “mulher pecadora” que ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos, uma “mulher explorada e também desprezada por aqueles que se julgavam justos”.
O Padre André Resendes além de ouvidor da Povoação é pároco dos Remédios, Lomba do loução e da Senhora da Penha de França, Água Retorta. É também professor de Educação Moral e Religiosa Católica.